Levou mais de duas horas para encontrar o corpo do caminhoneiro Antônio Carlos Ramos, de 53 anos. Já era noite quando bombeiros e Defesa Civil conseguiram levantar a cabine de um caminhão que caiu ribanceira abaixo, em uma das curvas da Serra Dona Francisca, em Joinville.
Ramos não teve como resistir ao impacto com o chão. Ele foi vítima de mais um grave acidente registrado na SC-418. O caminhão que ele dirigia, acredita a Polícia Militar Rodoviária (PMRv), estava sem freios. Na curva do km 17.100 - onde ocorreram dezenas de outras fatalidades - não foi possível parar ou diminuir a velocidade.
O caminhão levou ainda uma caminhonete para baixo. Por sorte, os dois ocupantes não tiveram ferimentos graves.
Este foi o segundo acidente grave registrado na Serra nesta terça-feira. No primeiro, um caminhão caiu, quilômetros mais a frente, e derramou óleo no ribeirão. No fim do dia, por volta de 18 horas, foi Ramos, em um caminhão com placas de Campo Alegre e com carga de tubos de aço - que não conseguiu frear.
De acordo com a PMRv, o caminhão bateu atrás de uma S-10 com placas de Curitiba que seguia na frente. Os dois veículos desciam a Serra. Dentro da caminhonete, estavam o motorista Antônio Roberto Maria - que é terceirizado pela Caixa Econômica Federal - e na carona estava um engenheiro da Caixa, João Guilherme Iansen Baptista, 36 anos. Eles voltavam de um serviço em Campo Alegre, para Joinville.
O caminhão empurrou a S-10 para a ribanceira. Mas foi o veículo maior que parou mais longe. O motorista da S-10 teve cortes na cabeça e foi encaminhado pela própria PMRv ao hospital de Campo Alegre, e em seguida ele foi levado para São Bento do Sul. Já o passageiro não teve ferimentos.
Assim que a polícia chegou no local do acidente, os dois já estavam às margens da rodovia. Eles conseguiram subir a ribanceira, informou o cabo da PMRv, Carlos Rubens Antônio Andrzjewski.
O caminhão parou no pé do ribeirão. Árvores do morro foram quebradas com a queda do veículo. A parte dianteira da cabine estava enterrada no barro. Os bombeiros desceram ao local com ajuda de cordas, mas não conseguiram encontrar rapidamente o caminhoneiro. Uma varredura foi realizada. A chuva que caiu forte na Serra atrapalhou.
Somente por volta de 20h15, que foi possível avistar o corpo. Um guincho precisou levantar a cabine para a retirada da vítima, que foi levada até a rodovia em uma maca, presa por cordas. O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Joinville. Segundo o coordenador da regional Norte da Defesa Civil, Edival Pereira, não houve vazamento de óleo.
Segundo o cabo Carlos, a principal razão para os acidentes na região é a imprudência de motoristas e a falta de manutenção dos veículos.
—É preciso se conscientizar mais—, lamentou.