Padre Antônio Taliari
Jornalista (DRT 3847/SC)
Missionário em Rondônia, estudando em Curitiba/PR
Neste Domingo depois do Natal, o Evangelho de Mateus, é próprio da Celebração Litúrgica da Sagrada Família: Maria, Jesus e José. Jesus, o Nazareno, palavra muito próxima de Nazireu, é o cumprimento do que foi dito por meio dos profetas. Cumpre o que está escrito. Jesus é acolhido por José e pelos Magos, mas violentamente rejeitado pelos sábios e poderosos. O menino revive a história do seu povo: através do Egito, primeiro, e do Exilio, depois, com a matança dos inocentes, que antecipa a sua, volta à Terra Prometida. É uma das maneiras de se ver a relação entre Novo e Antigo Testamento, maneira que Mateus parece privilegiar. A história de Jesus é vista como uma viagem. É a viagem do Filho que vem ao encontro dos irmãos perdidos, percorrendo de novo o mesmo caminho. A narração pode ser dividida em três quados: a descida e a volta do Egito, a matança dos inocentes e o retorno à sua terra. Cada quadro termina com uma citação bíblica, à qual interpreta o fato à luz da Palavra. O acontecimento não é só ‘fato bruto’, mas significado, desenterrado pela interpretação. A tese de fundo é clara: a história de Israel é profecia de Jesus. Ele, que desce ao Egito e sobe de volta, é o Filho que realiza o novo Êxodo definitivo. A matança dos inocentes, que antecipa a morte violenta do Justo, é vista como o supremo mal do Exílio. Na história de Israel, o Egito e o Exílio são a dupla experiência de escravidão: a primeira causada pelo pecado de outros; a segunda, pelo próprio. Nos dois casos, quem liberta o povo é o ‘Nazareno’, a peça chave da promessa. De Nazaré, na Galileia dos pagãos, ele brilhará para iluminar todo homem e toda mulher que jazem nas trevas e na sombra da morte. O ‘Nazareno’ é, assim como o povo de Israel, o Filho libertado das mãos dos egípcios e o exilado que volta à sua terra. O mal, sofrido ou feito, não esvazia a promessa de Deus. O mal, aliás, faz que a promessa se realize no Justo, que não o faz, mas o carrega sobre si, cumprindo toda a justiça. É o drama de Israel, de Jesus, de todos: o mal é carregado por quem não o fez; quem não faz o mal, levando-o sem devê-lo, o vence. De um lado esta o rei; do outro, o menino: aquele que é bom é perseguido por quem é mau; o bem sai perdendo, enquanto o mal se mostra sempre mais forte. Mas, no fim vence o inocente, ainda que com o seu sangue, ou melhor, justamente com o seu sangue! A história de vitória dos poderosos e massacre dos inocentes, torna-se misteriosamente a história do Filho predileto, que salva os irmãos que o havia vendido. As maquinações do mal, sem o saber, acabam por executar o que a Sua mão e a Sua vontade haviam pré-ordenado que acontecesse. Chamamos esta misteriosa ‘virada’ da história da Providência. Deus é Deus da história: respeita a nossa liberdade, mas não abre mão de honrar, divinamente, a Sua! Cumpre-se o que foi dito pelos profetas: será chamado ‘Nazareno’. Mateus sabe que em nenhum profeta se registra essa expressão. Por isso, não diz ‘o que foi dito pelo profeta’, mas “pelos profetas”. Toda a Bíblia, na verdade, de Moisés a João Batista, profetizou a respeito do Filho gerado antes de toda Criatura, no qual, por meio do qual e para o qual tudo foi criado. Jesus, que os judeus chamam de ‘Nazareno’, por vir de Nazaré, é aquele de quem tudo fala e que diz definitivamente tudo.
30/12/13 – Seg: 1Jo 2,12-17 – Sl 95 – Lc 2,36-40
31/12/13 – Ter: 1Jo 2,18-21 – Sl 95 – Jo 1,1-18
01/01/14 – Qua: Nm 6,22-27 – Sl 67 – Gl 4,4-7 – Lc 2,16-21
02/01/14 – Qui: 1Jo 2,22-28 – Sl 98 – Jo 1,19-28
03/01/14 – Sex: 1Jo 2,29-3,6 – Sl 98 – Jo 1,29-34
04/01/14 – Sáb: 1Jo 3,7-10 – Sl 98 – Jo 1,35-42
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