A família de Tauana Fachini, 17 anos, ainda busca explicações para a morte da garota. O padrasto e mãe foram avisados por telefone que a adolescente foi morta a tiros na madrugada de sexta-feira no Bairro Salto do Norte, em Blumenau. Tauana estava na garupa da moto com o namorado de 22 anos quando outra motocicleta teria se aproximado e disparado contra eles.
A adolescente levou tiros no tórax e na axila e morreu no local. O jovem ficou ferido com um disparo na perna. Neste sábado, depois do enterro de Tauana na sexta-feira no Cemitério São José, a família admite que a ficha ainda não havia caído totalmente. A garota morava com a mãe, o padrasto e o filho dela, um menino de dois anos. Recentemente, eles haviam se mudado do Centro para o Bairro Itoupava Norte.
Segundo Marcos Resende, padrasto de Tauana, ela estava feliz com a mudança. Como era vendedora em uma loja do Norte Shopping, ficou contente em trabalhar mais perto de casa. Como a maioria dos adolescentes, Tauana tinha gênio forte. Resende relata que ela ainda tinha muitos traços de criança, apesar de ter sido mãe aos 15 anos.
— A gente sempre dava conselhos para cuidar com as companhias. Mas ela era trabalhadora, uma mãe carinhosa, que se preocupava muito com o menino — recorda o padrasto.
Na noite do crime, Resende diz que o namorado foi até a casa deles buscar Tauana. Ela teria dito que iria a uma festa. O padrasto trocou algumas palavras com o rapaz e dos dois saíram.
— A irmã dele (namorado) ligou pra gente contando o que havia acontecido. Saímos correndo e fomos até o local. Quando chegamos a polícia estava interrogando ele. Falei com ele e pedi que falasse o que sabia. Ele dizia que não sabia de nada — descreve Resende.
O padrasto afirma que a família está acompanhando a investigação da Polícia Civil. De acordo com ele, não havia motivos para a garota ser alvo dos tiros:
— Na nossa cabeça, temos quase certeza que ela morreu de inocente. Se a gente percebesse que tivesse algo de errado com ela, teríamos chamado a atenção — garante.
Resende diz que na próxima semana vai procurar a polícia para acompanhar o caso de perto. Enquanto isso, a família espera por justiça. Mas não só a justiça da terra:
— Ficar revoltado não resolve nada. Acreditamos na justiça de Deus, dessa ninguém escapa. A justiça da terra é falha. Mesmo que pegue quem fez isso, que queremos que aconteça pra que não ocorra com os outros, a pessoa fica pouco tempo presa.
O filho de Tauana agora será criado pela família dela e pelo pai. A garota também deixou uma irmã de sete anos e o pai biológico.