Padre Antônio Taliari
Jornalista (DRT 3847/SC)
Missionário em Rondônia, estudando em Curitiba/PR
Neste 3º Domingo do Tempo do Advento, o Evangelho de Mateus, mostra que não é fácil identificar o Senhor. Daí a pergunta “És tu?”, pergunta fundamental denunciando aquela busca humana pelo fundamento, pelo sentido, pela salvação, pelo Outro, por Deus. Jesus sabiamente responde remetendo às suas obras: “Eu sou aquele que vês através daquilo que faço”! É como o primeiro passo para se chegar ao conhecimento de Deus pela contemplação das realidades finitas. O tema de todo capítulo é o da relação do homem com o Filho: começa com a dúvida, explode na pergunta e se conclui com a aceitação ou a rejeição. Na vedade, Mt 11 é um único discurso de Jesus, que convida a sair da ambiguidade e a verificar a própria posição em relação a ele. Jesus responde à pergunta de alguém que o espera, concluindo com aquela bem-aventurança que contém todas as precedentes: “Bem-aventurado aquele que não se escandaliza de mim!”. Isto porque Jesus encarna e concretiza a Palavra pronunciada no monte. Se é verdade que as bem-aventuranças falam do homem, elas famam ainda mais do Filho do Homem! A pergunta de João Batista, através de seus emissários, é o ponto de chegada da profecia, seu ‘non plus ultra’. Expressão latina que significa ‘não (mais) além de’, ou seja insuperável. O Pe. Antonio Vieira, por exemplo, no Sermão do Mandato, a certa altura diz: “(Cristo), para chegar ao ‘non plus ultra’ do amor, chega a deixar o amor dos homens por amor aos homens”. ‘Nec plus ultra’ é expressão similar. Envolto pela promessa, transportado por ela, aquele que anuncia sabe que ela o surpreende e supera. Por isso, pergunta: “É tu aquele que há de vir ou precisamos esperar por outro?”. O profeta da promessa questiona as próprias esperanças para abrir-se à escuta do que o outro diz. Faz a pergunta na humildade para acolher o Senhor na fé. Nós, a Igreja, devemos ter a grandeza de questionar as nossas certezas, sem confundi-las com a verdade de Deus. Às vezes, damos a impressão, a Igreja sobretudo, de nos sentarmos toda manhã à mesa do café com Deus, tanta certeza e tantas as certezas que temos diante das perguntas e dos dramas que afligem a condição humana! João Batista não é um mestre de certezas, mas um garimpeiro da verdade. Questiona-se e põe-se à escuta, pois o Outro é outro. Poir isso, Jesus o elogia como pessoa autentica, tão diferente dos bustos que se erigem nas praças para homenagear homúnculos que nem de longe chegam aos seus pés: é o maior entre os nascidos de mulher, mesmo os patriarcas e os profetas! A sua pergunta “és tu?” o coloca cara a cara com Aquele-que-vem, pronto para ouvir e acolher sua proposta, que na verdade, é sempre a palavra. Mesmo assim, o menor no Reino é maior do que João, pois, se ele é ponto de chegada da promessa, o menor no Reino já é o início da realização do cumprimento da pátria. Não um início tranquilo e suave, mas violento e sofrido, como dores de parto. O povo que forma a Igreja, à medida que sejam autêntico como João Batista, é feita por pequenos que encontram naquele maior entre os nascidos de mulher o seu precursor e patriarca. São gerados pela sua pergunta, “és tu?”, pergunta que representa o ponto mais alto daquela esperança a qual o Esperado pode e quer responder.
16/12/13 – Seg: Nm 24,2-7.15-17a – Sl 24 – Mt 21,23-27
17/12/13 – Ter: Gn 49,2.8-10 – Sl 71 – Mt 1,1-17
18/12/13 – Qua: Jr 23,5-8 – Sl 71 – Mt 1,18-24
19/12/13 – Qui: Jr 13,2-7.24-25a – Sl 70 – Lc 1,5-25
20/12/13 – Sex: Is 7,10-14 – Sl 23 – Lc 1,26-38
21/12/13 – Sáb: Ct 2,8-14 – Sl 32 – Lc 1,39-45
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