Um documento contendo o diagnóstico do setor industrial em Santa Catarina, no Paraná e no Rio Grande do Sul foi apresentado durante reunião conjunta do Fórum Industrial com o Fórum Parlamentar do Sul, realizada ontem a noite em Brasilia. Temas prioritários, apontados em relatórios anteriores, voltaram a ser focalizados, com as principais reivindicações da região sul. Entre eles, uma política de aproveitamento do carvão, a necessidade de melhoria da infraestrutura e o inadiável retorno de investimentos pelos 94 bilhões de reais recolhidos em impostos federais no ano, equivalentes a 13% do total do Brasil.
Ganhou destaque este ano uma questão dramática que já está inibindo investimentos ou provocando a transferência da indústrias catarinenses: a falta de gás. O grupo Oxford, de São Bento do Sul, pioneiro na produção de porcelana de qualidade e que acaba de completar 60 anos de fundação, está anunciando uma fábrica no nordeste. Outros investidores revisam projetos, por falta do gás.
O problema se agrava mais pela total falta de perspectiva. A Petrobrás, que detém o monopólio da distribuição, não dá nem resposta aos apelos da SC-Gás, a empresa fornecedora. E há setores industriais que dependem do fornecimento do gás para viabilizar a produção com um mínimo de competitividade. Muitas mudaram a matriz energética pelos incentivos e apelos feitos pelo governo.
Mergulhada na maior crise financeira e econômica da história, com desvalorização das ações, aumento da dívida, queda de valor de mercado e redução dos investimentos, a Petrobrás ignora o drama do setor produtivo catarinense.
O monopólio do gás está sendo pernicioso, retrógrado, lesivo e absurdo.