Padre Antônio Taliari
Jornalista (DRT 3847/SC)
Missionário em Rondônia, estudando em Curitiba/PR
Neste 34º Domingo do Tempo Comum, o Evangelho de Lucas, é próprio da Celebração Litúrgica de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo. As primeiras e as últimas palavras de Jesus na cruz são dirigidas ao Pai: pede perdão ao Pai pelos que o cricificam e entrega a vida em suas mãos. Entre as duas, uma palavra de solidariedade com os irmãos perdidos. A solenidade de Cristo Rei, fala da realeza de Jesus, principio da nossa salvação. Do seu trono, a cruz, ele pronuncia o julgamento de Deus sobre os inimigos: perdoa e doa o Reino aos malfeitores. Esta é a pista certa para compreendermos em que sentido Jesus é rei e que salvação nos traz. É um rei que exerce o seu domínio servindo. É um rei cujo único poder é o poder de amar e amar até à morte. É um rei que não apela aos seus súditos para afastar-se da morte, uma vez que é justamente nela que ele nos salva. É um rei que reina neste mundo, pois reina de maneira qualitativamente nova. A sua salvação não é exatamente a que nós esperamos. É a de um Deus que se faz condenar à nossa mesma pena para poder estar conosco e levar-nos consigo à pátria da vida e da liberdade. No alto da cruz, Jesus realiza o Reino anunciado na planície. Pobre, faminto, chorando, odiado, banido, insultado e rejeitado como criminoso, Jesus ama os inimigos, faz-lhes o bem, abençoa-os, roga em seu favor, resiste ao mal carregando-o, dispõe-se a sofrer o tanto que for necessário desde que não tenha que restituir o mal com o mal, dá aos outros a salvação que cada um queria segurar para si. É assim que Jesus é rei. É assim que Jesus reina. A sua realeza revela a graça e a misericórdia de Deus: o Filho age como o Pai; não julga, não condena, perdoa e dá a vida pelos irmãos. Jesus é mártir, pois testemunha o amor do Pai por todos os filhos. Sendo e agindo assim, abre-nos o Reino. Sua cruz de Justo justifica todos os injustos e salva o mundo perdido. Sua vida e sua morte são revelação e proximidade de um Deus que é amor gratuito: na sua misericórdia, faz-se próximo do pecador. Os circunstantes não entendem o comportamento de Jesus: “Salva-te a ti mesmo”, repetem ansiosamente. Não fazem senão exprimir a suprema aspiração do ser humano levado pelo medo da morte, procura salvar-se dela a todo custo, apelando às estratégicas do ter, do poder e do prazer. O resultado é perverso, uma vez que justamente esta ânsia de vida gera egoísmo, que é a verdadeira morte do ser humano como filho de Deus e irmãos dos outros. Aqui está a fonte de todos os males e de toda maneira equivocada de entender a vida e a morte! Jesus, na vedade, não nos livrou da morte, nem a si mesmo dela se livrou, mas do medo dela, que envenena toda a nossa vida! Paulo diz: “O aguilhão da morte é o pecado”. Mas o que é o pecado? O pecado na sua essência mais intima é aquela mentira que nos impede de conhecer Deus como amor e não nos deixa aceitar que provimos dele e para ele devemos ser. Tememos o encontro com ele, como se fosse a nossa morte e vivemos escravos daquela angustia a vida toda, como se isso fosse vida! Mas ele nos liberta desta angustia, oferecendo-nos a sua amizade e vivendo a nossa condição humana até a morte. Desta maneira, ele retira da morte o seu aguilhão. Justamente lá onde tememos a solidão absoluta, o nada, a condenação, o fim, descobrimos um Deus que nos oferece sua solidariedade e a comunhão com ele: “hoje mesmo, na tua e na minha morte, estarás comigo no paraiso”. Na morte, a vida. Afinal, a solidão é o único mal do qual ninguém pode se salvar sozinho!
25/11/13 – Seg: Dn 1,1-6.8-20 – (Dn 3) – Lc 21,1-4
26/11/13 – Ter: Dn 2,31-45 – (Dn 3) – Lc 21,5-11
27/11/13 – Qua: Dn 5,1-6.13-14.16-17.23-28 – (Dn 3) – Lc 21,12-19
28/11/13 – Qui: Dn 6,12-28 – (Dn 3) – Lc 21,20-28
29/11/13 – Sex: Dn 7,2-14 – (Dn 3) – Lc 21,29-33
30/11/13 – Sáb: Rm 10,9-18 – Sl 18 – Mt 4,18-22
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