Pedro Alberto Skiba (Reticências)
Diretor do Jornal Evolução
Conselheiro da Ordem dos Jornalistas do Brasil
Patrono da Associação Catarinense de Colunistas Sociais (ACCS)
Membro da Academia de Letras do Vale do Iguaçu (Alvi)
Vice-presidente do Conselho Deliberativo da Federação Brasileira de Colunistas Sociais (Febracos)
Diretor de Comunicação da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo (Abrajet/SC)
Consul do Poetas del Mundo
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Interessante como nunca é tarde para se mudar um conceito ou um pré. Assim aconteceu comigo na quinta-feira, 31, Dia das Bruxas, ou Halloween como queiram. Aliás, nunca acreditei em bruxas, mas como diz o ditado espanhol “pero que las hay, las hay”. Fui remetido aos tempos de criança, luz de lampião, interior dos interiores, sorte que não virei bicho do mato. Isso lá por Santa Leocádia, Felipe Schmidt, no tempo em que os compadres se visitavam, não existia o espectro da televisão, rádio que chiava mais que chaleira fervendo e com bateria carregada em roda d’água. Que saudades! Bolinho de banana, só quando estas chegavam através da estrada de ferro pelo então denominado trem bananeiro. Ou, era substituído pelo bolinho da graxa, aquela massa de pão feita em casa e frita na gordura. Não se tinha o hábito do chimarrão, era café mesmo. Todos concentrados ao redor de um poderoso fogão de lenha abastecido por bracatinga, na época ripas de pinheiro e até dormentes usados, retirados da linha férrea. Num banco as crianças se espremendo cada vez mais arrepiadas, para ouvir os contos de causos, que substituíam as novelas. Era pura bruxaria. História de fantasmas, mula sem cabeça, lobisomem e o assunto não se esgotava. Tempo em que quem dançava na quaresma, geralmente com um moço atraente que se destacava dos demais, um verdadeiro príncipe encantado, depois da meia-noite o mesmo se transformava em diabo. Por isso até os bailes de carnaval da terça-feira, véspera da quarta de cinzas terminavam a meia-noite e ninguém ousava atrasar o relógio. Quanto mais assustados ficávamos, mais curiosos. Também se perdia o sono pois o medo de ir dormir era grande. Tudo evoluiu, passamos incólumes pelos sustos e nunca vi nenhuma assombração, alma penada nem boitatá. Crescemos, evoluímos, saímos do mato. Nas cidades maiores a busca pelo conhecimento originou a vinda de escolas de Inglês e com elas a cultura do Halloween. Um costume que não era nosso mas que foi se incorporando, gerando críticas, prós e contras. Enfim não estamos brincando nem nos vestindo de Saci-Pererê, nosso principal personagem do folclore brasileiro. Estamos nos vestindo de bruxas, batendo de porta em porta e com uma cesta de ovos ameaçando jogá-los em quem não corresponder ao famoso “doçura ou travessura. Pois bem, foi aí que depois de 68 anos bem vividos, conheci um bruxo e não me assustei. Fiquei até feliz e confesso que passei a admirar o Halloween, pois vi que nesta cultura como em qualquer outra quando é do bem, provoca o bem. Encontrava-me jantando no Búfalo Branco, na quinta-feira, 31, Noite das Bruxas. Eis que entram quatro garotos com uma cesta de ovos, embora estivessem mais vestidos para Zorro do que para bruxas e se dirigiram ao balcão onde estava o proprietário. Com ovos na mão foram logo dizendo: “doçuras ou travessuras”. Foi aí que conheci o bruxo, vi com estes olhos que a terra há de comer, e pasmem, não me assustei. Um bruxo do bem. Reinaldo Pimentel, proprietário, assim como recebe seus clientes de forma sempre amável e cordial, recebeu os meninos e lhes ofereceu uma mesa para jantarem e se fartarem a vontade de pizzas, espeto corrido e sobremesas. Em vez de assustarem os bruxinhos é que ficaram assustados, com a reação do proprietário e tanta cordialidade. Tudo virou um conto de fadas. Comeram educadamente, e ao terminar foram até o balcão e estenderam a mão ao Reinaldo dando um sonoro boa noite e um muito obrigado. Não estou assustado, mas ainda arrepiado com este belo exemplo. Podem crer, isto não é bruxaria, mas no próximo ano, se durar até lá, vou me paramentar e chegar no Búfalo Branco ameaçando o Reinaldo, “doçuras ou travessuras”.
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Eu não vi
Aliás o que assisti foram algumas mães se vangloriando de ficarem até uma semana dormindo em barracas e em filas para comprar ingresso para suas filhas aborrecentes assistirem ao show do Justin Bieber. Agora ficar algumas horas na fila para matricular os filhos na escola é um escândalo. Motivo para rebelião. Que falta de vergonha na cara, mau exemplo e inversão de valores.
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Pena rigorosa
Decisão do Superior Tribunal de Justiça, reconhecendo a corrupção de menores como crime formal, deve agilizar a votação do projeto do deputado Jorginho Mello (PR). A proposta tipifica os crimes de corrupção de menores como hediondos, em especial, o uso de menores para prática de delitos. As penas serão mais severas. O projeto 5645/13 está pronto para ser votado no plenário da Câmara Federal.
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Educação ou má criação
No artigo “Bruxo”, publicado acima escrevi elogiando alguns brincalhões do Halloween. Até comentei não ser da nossa cultura, acontece que educação não tem limites nem fronteiras. Também não são os filhos de pobres que saem por aí jogando ovos nas paredes das casas. Cá prá nós. São filhos da burguesia, de famílias de classe média para cima. Pobre não estuda inglês em escola particular. Portanto se sujaram sua casa, veja quem são os vivinhos que estudam inglês e procure falar com seus pais. Pobre também não compra ovos para jogar fora. Lembro até daquela piada que um presidente da República visitou uma favela, e ao presenciar uma conversa com um favelado, o mesmo usou a palavra testículos. O presidente ficou impressionado com a cultura e logo questionou, mas o senhor sem estudos e nenhuma formação usando a palavra testículos. Ao que respondeu o favelado: “questão de sobrevivência. Se eu falo que são ovos, meus filhos cortam e comem”. Portanto minha gente, estes pequenos vândalos, e que não podem ser generalizados, são aprendizes de black bocs, que basta colocar uma máscara na cara e sair por aí fazendo baderna. E os pais acham bonito ou não tem nenhum controle sobre os filhos. Dificilmente eles criam galinhas, então de onde saiu o dinheiro para comprar os ovos? Ou serão realmente filhos de bruxos e bruxas. Tudo que é em excesso abunda. Que as festas sejam feitas no interior das escolas, ou então que se eduquem. Isso está deixando de ser travessura para ser baderna. Estamos formando os arruaceiros de amanhã.
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Ambulanciaterapia
O fato de um paciente ser transferido de um hospital de Joinville para outro em Mafra ou Porto União, no Norte de Santa Catarina, deve começar a ser encarado pela população como solução e não mais como problema da saúde pública. O recado ficou claro em reunião, nesta sexta-feira, entre representantes do Ministério da Saúde, da Secretaria de Estado da Saúde e da central regional de regulação de leitos e procedimentos - um conceito bastante novo no País - durante reunião de avaliação do serviço na região. Lembro que todos os últimos governadores prometeram acabar com a ambulanciaterapia. Só esqueceram de avisar que iriam mudar de mão. Agora vêm ao invés de ir. Salve Jorge!!!
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Despachantes
O governador Raimundo Colombo assinou, na tarde desta quarta-feira (6), na sede do governo, a autorização para que os despachantes catarinenses possam emitir o Certificado de Registro de Licenciamento de Veículos (CRLV) dos carros novos, como já fazem com os usados deste 2007. A licença atende a uma luta do deputado estadual Darci de Matos e da Associação dos Despachantes Oficiais de Trânsito do Estado de Santa Catarina (Adotesc). A previsão é de que o serviço inicie em março de 2014.
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Mais inversão de valores
Já escrevi que tenho dois gatos e quanto mais conheço certas pessoas, mais os admiro. Deles recebo e dou carinho, levo também umas arranhadas. Tem que dar banho, limpar as cagadas e tudo que animais de estimação exigem. Adoro meus bichinhos. Mas, não me chamem para invadir laboratórios ou canis para livrar cachorros. Ainda não vi nenhum rebelde, revoltado, ativista se mobilizar para invadir asilos que abrigam precariamente pobres velhinhos, jogados no fundo de uma cama e padecendo mais que animais. São seres humanos e assim foram criados. Descartados pelos familiares e abandonados pela sociedade não merecem movimentos, protestos e alguém que os retire de lá, leve para casa, de comidinha, banho e um pouco de carinho. Só se o carnê e a herança forem interessantes. Sou um grande incentivador da APA - Associação de Proteção dos Animais e talvez um dos que mais colabora com a mesma através de doação de 1/2 página de jornal semanalmente, e o faço com prazer. Gostaria no entanto de ver pessoas envolvidas com o cuidado dos idosos. Não fosse a Justiça, talvez os velhinhos que estavam sendo judiados e explorados em Campo Alegre, com o perdão da palavra já teriam virado sabão. Aliás alguém sabe dizer que fim levaram? É mais fácil aparecer na televisão, defender animais, depois colocá-los à venda pela internet ou soltá-los na rua. Está na hora de revermos valores.
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Aprovado
A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) aprovou na tarde de terça-feira (5) o Projeto de Lei Complementar nº 278/2013, de autoria do deputado federal Mauro Mariani (PMDB/SC), que permite o microempreendedor individual usar sua residência como sede para o exercício da atividade empresarial. Aprovado por unanimidade na comissão, o projeto segue para votação no Plenário.
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Pedradas do PedroKa
- “Rua Belém: antes da pavimentação, rede de esgoto está sendo implantada”. Título de matéria enviada pela Prefeitura Municipal através de release. Realmente uma notícia bombástica. Enfim uma notícia de bom senso e que deveria ser prática em todas as ruas, virou manchete. Salve Jorge!!!
- Não confunda Natal Mágico com magia de fazer o natal desaparecer.
-Se você não me aceita e não gosta como eu sou. Seja diferente. Seja melhor!!!
- Na conversa que tivemos, Magno confirmou que quer voltar. “Uma vez político, sempre político. Se for possível e o partido quiser serei novamente candidato a Prefeito”, disse.
- Não vi nenhum moleque cortando o pé e pulando em uma perna só, imitando o Saci.
- Será que a bela Taíza Thonsen, que retornou à Joinvillle vai mesmo abrir a caixa preta e contar tudo? Tem político com elefante atrás da orelha.
- E a Vigilância Sanitária não quer mais que corte carne nos açougues e supermercados. Comprei um galo velho congelado e tive que comprar um machado junto. Absurdo.