Padre Antônio Taliari
Jornalista (DRT 3847/SC)
Missionário em Rondônia, estudando em Curitiba/PR
Neste 32º Domingo do Tempo Comum, o Evangelho de Lucas, mostra que o novo templo vai se levantando sobre as ruínas do velho. Não é construído com pedra e massa, mas com palavra que entra pelos ouvidos do discípulo missionário. Já se delineiam seus traços fundamentais: a conversão à autoridade do Evangelho; a fidelidade de Deus, que realiza a promessa de uma maneira surpreendente; o fim do domínio do Imperador e o início do mundo da ressurreição. Tudo se origina e se sustenta na confissão de Jesus como Senhor. Enquanto Marcos insiste na questão do acesso ao mistério da ressurreição, que são o conhecimento da Escritura e o poder de Deus, Luca chama a atenção para a novidade de vida própria da ressurreição, seremos como anjos, filhos de Deus que vivem para ele! Israel chegou à fé na ressurreição aos poucos, formulando-a bem tarde. Não parte do pressuposto da imortalidade da alma, mas da experiência da promessa e do poder de Deus. A tese de fundo tem tudo a ver com o núcleo duro da fé bíblica: o amor de Deus dura para sempre e não pode fracassar nem diante da morte; deve vencê-la e fazer-nos ressurgir para mater a sua fidelidade. Essa revelação funda-se no Pentateuco, passa pelos profetas e atinge sua mais alta formulação em Sb 3 a 5 e 2Mc 7. A ressurreição nos leva a reconhecer Deus: “Então sabereis que eu sou Iahweh, quando abrir vossos túmulos e vos fizer subir de dentro deles, ó meu povo. Colocarei em vós o meu Espírito e revivareis; far-vos-ei repousar no vosso país; sabereis que eu sou o Senhor. Eu o disse e o farei”. Os discípulos missionários de Jesus chegaram propriamente à fé com a ressurreição de Jesus. A alegria que brota da experiência da ressurreição de Jesus é tanta que dá aos discípulos missionários força para segui-lo até à cruz, de modo a participarem eles também da ressurreição dos mortos. A fé na ressurreição é principio, ambiente e meta do dinamismo da vida cristã. “Se Cristo não ressuscitou, vã é a nossa fé e estais ainda nos vossos pecados”. A ressurreição consiste em estar “sempre com o Senho”, pelo qual vivemos desde já no dom do Espírito. Paulo é incisivo: “Para mim, viver é Cristo”, pois “não sou eu que vivo, mas Cristo que vive em mim. Esta vida na carne eu a vivo na fé do Filho de Deus, que me amou e deu a si mesmo por mim”. Apóstolo, na visão de Lucas, é justamente alguém que testemunhou a ressurreição: “testemunha da ressurreição”! A ressurreição corporal encontrou muita resistência na cultura helenística, que exaltava o e despresava, teoricamente, é claro, a matéria. Justamente por isso, tanto Lucas como Paulo sentem a necessidade de insistir nesse ponto. Entre os judeus, a fé na ressurreição não é só tardia, mas também contestada por alguns. Enquanto os fariseus a professam, os fariseus não acreditam na ressurreição dos mortos. Sua rejeição é tanta que não perdem ocasião de ridicularizá-la, como esse Evangelho. Jesus procura mostrar, antes de tudo, que a fé na ressurreição não é absurda: é uma vida nova, que não tem mais necessidade de matrimônio e geração, pois a morte não dominará mais. Depois, seguindo um modo rabínico de raciocinar, tenta mostrar aos seus interlecutores que a fé na ressurreição está implicitamente afirmada na própria Torah, os livros do Pentateucos: Deus é o Deus de Abraão, Isaac e Jacó; “Deus não é de mortos, mas de vivos”.
11/11/13 – Seg: Sb 1,1-7 – Sl 138 – Lc 17,1-6
12/11/13 – Ter: Sb 2,23-3,9 – Sl 33 – Lc 17,7-10
13/11/13 – Qua: Sb 6,1-11 – Sl 81 – Lc 17,11-19
14/11/13 – Qui: Sb 7,22-8,1 – Sl 118 – Lc 17,20-25
15/11/13 – Sex: Sb 13,1-9 – Sl 18 – Lc 17,26-37
16/11/13 – Sáb: Sb 18,14-16; 19,6-9 – Sl 104 – Lc 18,1-8
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