Os encontros sobre Edificações e Comunidades Sustentáveis possuem um caráter bienal e são promovidos pela Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído (ANTAC). Estes encontros tem a pretensão de que arquitetos e engenheiros, assim como outros profissionais que atuam na área de tecnologia do ambiente construído, comecem a somar esforços com aqueles que lutam pela preservação do nosso planeta. Na semana passada estive em Curitiba participando deste encontro – o ELECS – e gostaria de dividir com nossos amigos leitores o que se discutiu em tal evento.
A justificativa do ELECS apresentou-se como: “a franca degeneração do ambiente construído nas últimas décadas, aliada ao sistema econômico vigente, tem preocupado um número crescente de pessoas, criando uma necessidade de se repensar o habitat humano e mais ainda: proporcionar modelos de sustentabilidade condizentes com uma civilização que chega ao seu apogeu científico e tecnológico, mas que tão pouca atenção tem dado aos sistemas de suporte de vida”. Já seu objetivo foi: “promover e incentivar a incorporação de produtos, processos e técnicas de cunho sustentável na produção do ambiente construído, buscando a redução dos impactos degenerativos ora ocorrentes, de forma a qualificar continuamente o ambiente construído, em particular, e o meio ambiente em sua totalidade”.
Ao longo da semana, foram ministradas diversas palestras, mesas redondas e oficinas que estimularam o debate e o aperfeiçoamento dos participantes. Profissionais técnicos e acadêmicos de diferentes países nos contaram e discutiram como estão mudando as cidades com o foco na sustentabilidade. Pudemos conhecer, por exemplo, o trabalho de Louis Becker, sócio de um renomado escritório de arquitetura dinamarquês que já angariou diversos prêmios por obras em países como Alemanha, Nigéria e Abu Dabi; tivemos a honra de conhecer o trabalho do Sr. Gerhard Hausladen, professor Catedrático de Instalações Prediais e Clima Predial da Universidade Técnica de Munique, que nos falou sobre edificações e comunidades autossuficientes energeticamente; assistimos o Prof. Dr. Luis Manuel Bragança Miranda Lopes, da Universidade do Minho em Portugal, que explicitou o selo ambiental que este país confere às suas edificações sustentáveis; entre diversos profissionais e professores brasileiros que nos instigaram a pensar nas cidades e suas edificações de uma nova maneira.
Pude ainda participar de duas oficinas: Telhados Jardins e Aplicação de Fachadas Vegetais em Edificações. Ambas as oficinas traziam o uso da vegetação como material construtivo – ora revestindo paredes, ora revestindo telhados. Este uso da vegetação traz vantagens individuais e coletivas: para as edificações apresenta-se como um excelente controle térmico, tornando-as mais eficientes energeticamente; para as cidades, configura-se como um “filtro” para a poluição do ar, estimula a biodiversidade, desenvolve microclimas, atenuando as ilhas de calor e, no caso específico dos telhados, ajuda na infiltração da água das chuvas no solo, prevenindo riscos de enchentes.
As discussões foram bastante produtivas e a Projeção mais uma vez cumpriu com seu objetivo junto a seus clientes: de manter-se sempre em constante aperfeiçoamento.