“Nem que chova, não perco uma aula”. Assim o trabalhador Sebastião Hryczkivdefiniu seu sentimento em poder voltar a estudar. Aliado a mais nove alunos, trêsvezes por semana, eles se reúnem na até então desativada Escola Emílio Ziemann,no Rio Vermelho Povoado, para aprender ler e escrever.
O trabalho foi posto em prática a cerca de um mês, através de uma parceria entre a Secretaria de Educação, através da Escola Municipal de Educação de Jovens eAdultos (EMEJA) e da Associação de Moradores da Rua Alberto Torres.
As aulas, que têm duração de três horas, são ministradas pela professora IlianePazda. Hoje, a turma chega para a aula, toma um café e vai se dedicar naalfabetização, já que muitos sabem apenas escrever o nome. “Dou aula desde 1992e sempre trabalhei com crianças. Essa tem sido uma experiência nova e significante.Eles vêm com vontade de aprender mesmo”, disse a professora Iliane.
Para manter esse sonho, a Prefeitura está realizando melhorias na escola, comoreligação da luz, troca de forro, vidros e reforma no piso para dar comodidade aosalunos. A escola, que foi inaugurada em 1987, pelo então prefeito Genésio Tureck,foi desativada em um período por falta de alunos. 26 anos depois, o filho, FernandoTureck, oportuniza o sonho dos moradores da região.
A diretora da EMEJA, Márcia Rodecz, enalteceu o empenho dos alunos para a continuidade do projeto. “É gratificante observar todas as noites um trabalho desenvolvido com competência e responsabilidade, sendo paixão de quem ensina e tendo alunos com vontade de aprender”, disse.
Agente Comunitária identificou o problema- “ Visito inúmeras casas. Foi aí tiveessa ideia há uns dois anos, pois conversava com as pessoas e muitas não sabem lere escrever. O tempo passou e neste ano, em uma reunião do CRAS, pude realizar esse sonho”, conta a idealizadora do projeto e agente comunitária, Maria de LourdesZimingoski.
As aulas começaram provisoriamente ao lado da escola. “Começamos com as aulasna Associação de Moradores, mas eu não estava podendo acompanhar por ter meutrabalho. Estava quase desistindo. Foi aí que conversamos novamente com o pessoalda EMEJA e também com o prefeito”, disse.
Na conversa, foi acertado o apoio para ajudar essas pessoas a realizarem o sonho de ler e escrever. E Maria fez questão de agradecer a todos, principalmente aos moradores. “Esse trabalho só foi possível pelas famílias, que me receberem em sua casa. Sabemos que muitas agentes comunitárias não são recebidas pelas famílias, mas esse trabalho é importante. Por isso,hoje, os alunos estão estudando”, finaliza a agente comunitária.
Como participar das aulas – Podem participar os moradores da região que aindanão passaram pela alfabetização. Os interessados devem fazer sua matrícula nasecretaria da Emeja.
Mais informações podem ser obtidas no telefone 3634-2812, ou na secretaria daEscola, na Rua João Mühlbauer, nº 94, bairro Serra Alta. A Emeja atende de segundaa sexta-feira, das 7h30 às 17 horas.