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Fernando Mallon: “Com certeza irão criticar, mas pra mim este parecer foi encomendado pra dizer não"

Segunda, 21 de outubro de 2013

Fernando Mallon (PMDB), ex-prefeito e vereador em segunda legislatura, propositor da Audiência Pública pela Quimioterapia, fala da decepção com a negativa do credenciamento pelo SUS e de novas ações.

 

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“Ainda tenho esperanças. Eu acho que a burocracia não vai vencer o bom senso” (Foto Pedro Skiba/Evolução)
  

EVOLUÇÃO – Como você recebeu a notícia da negativa do credenciamento pelo SUS da quimioterapia?

FERNANDO MALLON – Com sentimento de raiva. Pela falta de sensibilidade das autoridades municipais  de saúde de Jaraguá do Sul. Colocam que o Centro Oncológico de lá ainda não tem demanda acima de seus limites. Isso significa como sempre acontece em saúde pública, vamos esperar ficar ruim para depois tentar melhorar. Na terça-feira falei com a presidente da Rede Feminina de Combate ao Câncer que me confirmou que os pacientes de câncer estão aumentando a cada dia. A questão financeira é um temor burocrático mesquinho da secretaria de Saúde de Jaraguá. No dia da reunião que tivemos lá no Hospital, eu já senti o ânimo do secretário de Saúde. Não gostei da reunião, mas enfim estávamos tomando todas as providências. O jeito agora é correr atrás. Ver outros caminhos e alternativas, conversar com a Secretária de Estado da Saúde. Tentar audiência com o Governador. Eu só não tomei nenhuma providência nesta semana porque eu estava com um  pequeno problema de saúde. Agora já estou fazendo contatos com Florianópolis. Semana que vem se for o caso vou tentar fazer um agendamento com a secretaria de Saúde e se for o caso até com o governador.

 

EVOLUÇÃO – Parar é que não vai?

FERNANDO MALLON – De jeito nenhum. Apesar da gente se sentir um pouco órfão aqui do Governo do Estado (Planalto Norte), quero crer que o Governador tem boa vontade. Quando ele recebeu a notícia se sensibilizou como um homem público. Ele é um cara que quer resolver a situação, só que está na mão de subalternos que são meros burocratas e que tratam as coisas como se fossem simples despachantes. Levam papel prá, trazem papel prá cá. Não discutem quais são as alternativas, o que dá para fazer, o que não dá. Não tentam ver outra forma. Eu converso direto com o prefeito de São Bento, Fernando Tureck e ele está empenhado em buscar alternativas e quer ver esta situação se resolver. Do ponto de vista político é meu grande parceiro nesta luta, os demais prefeitos também estão apoiando, ele tem interesse como homem público  preocupado com a satisfação da população e até como médico sabe quão humanitária é esta causa.

 

EVOLUÇÃO – O deputado Aguiar nos usou, a sua boa vontade, dos prefeitos, fez uma politicagem da barata com o anúncio precipitado no dia da Audiência Pública que era um movimento para conscientização e mobilização anunciando como “realidade” o que era uma promessa?

FERNANDO MALLON – Eu estive conversando com o prefeito e com o vice Arildo Gesser, que fez uma colocação muito interessante. Ele (Aguiar), veio com esta notícia. Alguém autorizou ele a dizer isto. Foi a secretaria de Estado da Saúde, mais especificamente o secretário adjunto Acélio Casagrande. Disse o processo de estudo de credenciamento está autorizado a começar. Justamente a coisa pegou mal da maneira como foi colocada. Ele deveria ter dito que a situação a partir dali iria ter um start. Vamos estudar o caso e não dizer que a situação estava resolvida e já era uma realidade. Não. Você lembra e está gravado que eu disse “o senhor não brinque com coisa séria, isto aqui me coisa séria, pelo amor de Deus. E, também na hora d audiência eu falei: “deputado não vai ser leviano a tal ponto de vir anunciar uma mentira.

 

EVOLUÇÃO – Acabou sendo?

FERNANDO MALLON – A verdade é que ele tem que se comprometer muito com esta situação agora. Ele tem que correr atrás, conseguir as audiências, de brigar por esta situação, não é mais questão de dar apoio, mas sim cumprir aquilo que foi prometido e não está sendo cumprido. Ainda tenho esperanças. Eu acho que a burocracia não vai vencer o bom senso. Não vai existir um Ministério da Saúde ou Ministério Público, quem quer que seja que vá dizer que isto é proibido de fazer. Esse é o lado bom às vezes para o político que quer resolver as coisas. Caso do nosso prefeito e até do governador, que eu não conheço mas que acredito com bom senso, como uma pessoa que quer resolver os problemas de Santa Catarina.

 

EVOLUÇÃO – Culpamos o deputado Aguiar pela maneira do anúncio tratando o assunto de forma politiqueira, vendendo ilusões, e até esfriando um movimento que estava se iniciando. Ele é reincidente em promessas não cumpridas e não mentiu sozinho. O secretário Adjunto mentiu, e o governador também, ou alguém manda e muitos desobedecem?

FERNANDO MALLON – Exatamente. Alguém manda e não cumprem às ordens. Então por isso é que a situação e que eu falo dos homens públicos. Por isso ainda confio e acredito que a burocracia vai vencer esta situação. Acho que a vontade política de fazer a coisa e não a vontade político partidária, mas para a melhorar a qualidade de vida das pessoas.  Por isso que envolvi as pessoas. Estou nesta briga não por questões políticas para angariar votos, uma questão muito mais pessoal de resolver a situação.

 

EVOLUÇÃO – É uma causa que não tem contrários na nossa população?

FERNANDO MALLON – Eu acho que vai chegar um momento em que Jaraguá do Sul vai ficar só nesta história. Vai ser tanta gente questionando, daqui, de Campo Alegre, Rio Negrinho, Mafra e até de Jaraguá. Conversei com o deputado Chiodini que se prontificou em participar de reuniões e de apoiar nosso pleito.  Nós brigamos, por sair da regionalização de Porto União e vir para Jaraguá. Hoje eles atendem pacientes de quimioterapia e radioterapia e outros procedimentos é por que nós brigamos por eles também. Então está na hora de darem um pouco de retorno nesta política de boa vizinhança.

 

EVOLUÇÃO – Lemos os pontos contrários do parecer  da Prefeitura de Jaraguá do Sul para o vereador Mallon e pedimos sua opinião inclusive como advogado. Como credenciar o Hospital Sagrada Família se a Clínica Oncológica é de um dos sócios do Cemox e lá está instalada?

FERNANDO MALLON – Há tempos quando se começou a tratar do assunto, o Sagrada Família se mostrou interessado pela Oncologia. Obviamente que não seria com a equipe da Onco Clínica de Jaraguá. Eles queriam que credenciasse a do Cemox e também a deles. Num primeiro momento eu fiquei até preocupado pois poderia mais atrapalhar do que ajudar. Mas hoje até vejo como alternativa. Acredito no entanto que não seria com a equipe da Oncoclínica. A equipe do Dr. Luiz Carlos e Dr. Maurício é fantástica. São humanitários. Uma coisa que eu sempre critico os médicos é a falta de humanidade. Mas esta equipe e fenomenal, não há quem não elogie. Pois a questão do câncer não é só medica mas também emocional.

 

EVOLUÇÃO – Mas não iria incorrer na questão do espaço e novas instalações?

FERNANDO MALLON – A questão da quimioterapia não demanda muito espaço. São poucas salas e as cadeiras. E se houver alguma intercorrência, toda a equipe de apoio e UTI já estão ali. Mas isso não muda o contra censo das alegações de Jaraguá. Porto União que possui oncologia e quimioterapia não atende radioterapia. Os pacientes são atendidos em Jaraguá ou Florianópolis. Então existe a fragmentação. Aqui seria o mesmo processo. Eles também questionam a intercorrência que é outro absurdo. Ela pode acontecer na estrada, aqui, no dia seguinte e em qualquer hora. Por exemplo se houver um problema com um paciente voltando nas proximidades de Nereu Ramos é óbvio que ele retornará para Jaraguá, agora se for em Serra Alta, é lógico que será atendido em São Bento. Mesmo que tenha feito a quimio em Jaraguá e tiver um AVC, uma pneumonia e estiver em São Bento  não será levado para Jaraguá. O Hospital em São Bento já está tratando destas pessoas e sem nenhum problema. Eles estão preocupados onde será recolhido o ISS. Estão querendo só criar dificuldades. Saí bastante decepcionado da reunião e  estava esperando uma situação que prevalecesse o bom  senso, mas infelizmente não aconteceu. Dá a impressão que o parecer jurídico está basicamente repetindo aquilo que o secretário que não é médico e que não é advogado, disse lá. Com certeza irão me criticar, mas para mim este parecer foi encomendado para dizer não.

 

EVOLUÇÃO – Ficou claro que alguém pegou carona no assunto e atrapalhou. Ninguém estava prometendo nada, apenas uma mobilização para conseguir?

FERNANDO MALLON – Imagina que quando o Skiba me ligou na quinta-feira e eu estava em Joinville. Na sexta faria uma cirurgia e aí leio os jornais mostrando a notícia, a vontade de começar a ligar para fulano, beltrano e eu entrando na sala de cirurgia, querendo resolver toda esta situação, correr atrás, a agonia que foi. O fato é que conversamos na Câmara na segunda-feira e isso não vai parar aqui. Não porque Jaraguá disse que não dá que vamos desistir. Vamos continuar lutando.

 

EVOLUÇÃO – E os próximos passos?

FERNANDO MALLON – Liguei hoje para o deputado Aguiar.

 

EVOLUÇÃO – Por que para ele?

FERNANDO MALLON –Porque ele veio aqui e tem que dar uma resposta para São Bento do Sul e região. Pretendo uma reunião em Florianópolis com a secretária da Saúde, levar os três prefeitos, presidentes de Câmara. Vereadores, para esclarecer este impasse. Prefiro até que fosse com  o Governador e que ele chamasse os envolvidos e subordinados e tomasse a frente deste assunto. Fizemos uma moção dias passados e contando passo a passo tudo que ocorreu desde a Audiência Pública, as promessas feitas em nome do Governador para que ele se inteirasse do assunto. Quero que o Governador sinta na pela esta pressão.

 

EVOLUÇÃO – Você não acha que isto pode estar sendo tratado e empurrado com a barriga para ser “inaugurado” em 2014, próximo das eleições?

FERNANDO MALLON – Não quero acreditar pois isto seria um desastre. Do meu ponto de vista se eu fosse o Governador faria agora, quanto antes, para poder vir uma semana depois bem tranqüilo e receber o agradecimento da população. Ficar cozinhando esta situação, todas às vezes que vier para São Bento, e que até hoje foi uma só, acho que vai ficar meio constrangido. Eu já disse e tenho aquela faixa guardada. Se fizerem comício e vierem aqui num dias antes das eleições para inaugurar eu vou atazanar a vida dele. Não vou deixar gente que não ajudou vir fazer campanha e sair incólume daqui.

 

EVOLUÇÃO – Mais alguma coisa?

FERNANDO MALLON – Temos outras prioridades. Exemplo a mamografia. Cada vez é maior o número de mulheres que precisam deste exame e isto deve ser uma prática anual. Não quero ficar acumulando coisas. Vamos tratar uma de cada vez.

 

NR.: “Quero estar ajudando a segurar a faixa”. (Pedro Skiba).



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