Um museu é, na definição do International Council of Museums (ICOM, 2001), “uma instituição permanente, sem fins lucrativos, a serviço da sociedade e do seu desenvolvimento, aberta ao público e que adquire, conserva, investiga, difunde e expõe os testemunhos materiais do homem e de seu entorno, para educação e deleite da sociedade”.
Os museus tiveram origem no hábito humano do colecionismo, que nasceu junto com a própria humanidade. Desde a Antiguidade remota o homem, por infinitas razões, coleciona objetos e lhes atribui valor, seja afetivo, cultural ou simplesmente material, o que justifica a necessidade de sua preservação ao longo do tempo. Milhares de anos atrás já se faziam registros sobre instituições vagamente semelhantes ao museu moderno funcionando. Entretanto, somente no século XVII se consolidou o museu mais ou menos como atualmente o conhecemos. Depois de outras mudanças e aperfeiçoamentos, hoje os museus, que já abarcam um vasto espectro de campos de interesse, se dirigem para uma crescente profissionalização e qualificação de suas atividades, e se caracterizam pela multiplicidade de tarefas e capacidades que lhes atribuem os museólogos e pensadores, deixando de ser passivos acúmulos de objetos para assumirem um papel importante na interpretação da cultura e na educação do homem, no fortalecimento da cidadania e do respeito à diversidade cultural, e no incremento da qualidade de vida. Porém, muitos dos conceitos fundamentais que norteiam os museus contemporâneos ainda estão em debate e precisam de clarificação.
História
Apesar da origem clássica da palavra museu - do grego mouseion - a origem dos museus como locais de preservação de objetos com finalidade cultural é muito mais antiga. Desde tempos remotos o homem se dedica a colecionar objetos, pelos mais diferentes motivos. No Paleolítico os homens primitivos já reuniam vários tipos de artefatos, como o provam achados em tumbas. Porém, um sentido mais próximo do conceito moderno de museu é encontrado somente no segundo milênio a.C., quando na Mesopotâmia se passou a copiar inscrições mais antigas para a educação dos jovens. Mais adiante, em Ur, os reis Nabucodonosor e Nabonido se dedicaram à coleção de antiguidades, e outra coleção era mantida pelos sacerdotes anexa à escola do templo, e onde cada obra era identificada com uma cartela, semelhante ao sistema expositivo atual.
Na Grécia Antiga o museu era um templo das musas, divindades que presidiam a poesia, a música, a oratória, a história, a tragédia, a comédia, a dança e a astronomia. Esses templos, bem como os de outras divindades, recebiam muitas oferendas em objetos preciosos ou exóticos, que podiam ser exibidos ao público mediante o pagamento de uma pequena taxa. Em Atenas se tornou afamada a coleção de pinturas que era exposta nas escadarias da Acrópole no século V a.C. Os romanos expunham coleções públicas nos fóruns, jardins públicos, templos, teatros e termas, muitas vezes reunidas como botins de guerra. No oriente, onde o culto à personalidade de reis e heróis era forte, objetos históricos foram coletados com a função de preservação da memória e dos feitos gloriosos desses personagens. Dos museus da Antiguidade, o mais famoso foi o criado em Alexandria por Ptolomeu Sóter em torno do século III a.C., que continha estátuas de filósofos, objetos astronômicos e cirúrgicos e um parque zoobotânico, embora a instituição fosse primariamente uma academia de filosofia, e mais tarde incorporasse uma enorme coleção de obras escritas, formando-se a célebre Biblioteca de Alexandria.
Ao longo da Idade Média a noção de museu quase desapareceu, mas o colecionismo continuou vivo. Por um lado os acervos de preciosidades eram considerados patrimônio de reserva a ser convertido em divisas em caso de necessidade, para financiamento de guerras ou outras atividades estatais; outras coleções se formaram com objetos ligados ao culto cristão, acumulando-se em catedrais e mosteiros quantidades de relíquias de santos, manuscritos iluminados e aparatos litúrgicos em metais e pedras preciosas. No Renascimento, com a recuperação dos ideais clássicos e a consolidação da humanismo, ressurgiu o colecionismo privado através de grandes banqueiros e comerciantes, integrantes da burguesia em ascensão, que financiavam uma grande produção de arte profana e ornamental e se dedicavam à procura de relíquias da Antiguidade. Algumas coleções se tornaram célebres pela sua riqueza, como a dos Medici, em Florença; reis, nobres e burgueses abastados de toda a Europa competiam na propaganda de suas coleções e mantinham círculos de eruditos em arte, filosofia e história em seu redor, onde se debateram ideias influentes e se conceberam novos métodos educativos, como o academismo.
Entre os séculos XVI e XVII, com a expansão do conhecimento do mundo propiciado pelas grandes navegações, se formaram na Europa inúmeros gabinetes de curiosidades, coleções altamente heterogêneas e assistemáticas de peças das mais variadas naturezas e procedências, incluindo fósseis, esqueletos, animais empalhados, minerais, curiosidades, aberrações da natureza, miniaturas, objetos exóticos de países distantes, obras de arte, máquinas e inventos, e toda a sorte de objetos raros e maravilhosos. Tais gabinetes tiveram um papel importante na evolução da história e da filosofia natural especialmente ao longo do século XVII. Na mesma época proliferaram as galerias palacianas, dedicadas à exposição de esculturas e pinturas. Mas tanto os gabinetes como as galerias ainda estavam essencialmente dentro dos círculos privados, inacessíveis à população em geral.4Movidas por interesses científicos foram fundadas inúmeras sociedades e instituições, como os jardins botânicos de Pisa (1543) e o de Pádua (1545), a Real Sociedade de Londres (1660) e a Academia de Ciências de Paris (1666), que reuniam suas próprias coleções. No Brasil a primeira coleção de que se tem notícia foi formada pelo colonizador neerlandês conde Maurício de Nassau, cuja corte se notabilizou pelo brilho científico e cultural, instalando-a em torno de 1640 no Palácio de Friburgo, em Recife, semelhante em caráter aos gabinetes de curiosidades.
O Museu em São Bento do Sul
Felippe Maria Wolff foi um personagem muito importante para São Bento do Sul na Revolução Federalista. Sendo assim, a cidade resolveu homenageá-lo dando-lhe um museu com seu nome em 1971, na mesma casa ocupada pelo médico. O Museu Municipal Dr. Felippe Maria Wolff conta a história da região por meio de um interessante e rico acervo com peças raras, como armas de guerra, ferramentas, artigos religiosos e instrumentos dos imigrantes. Ao todo, o local recebe a visita de mais de 850 pessoas por mês e contém 1.828 peças registradas no acervo.
Administração e ações
Atualmente tendo na direção a professora Rosilei de Cássia Santana Fragoso, o estagiário Airton Neri Rocha, o qual qualifica como os braços que abraçaram este Museu como se fosse sua segunda casa, Juarez de Oliveira, ele deixa sua casa e família e vem se dedicar ao Museu nos sábados, domingos e feriados. Juarez contou que trabalha no Museu a 18 anos, tendo passado por várias administrações e que sempre batalhou pela abertura nos finais de semana o que conseguiu na gestão Frank Bollmann e que agora as visitas nos finais de semana são em torno de 50 pessoas. Zilá Jaentsch exaltou o trabalho em equipe, que todos se ajudam entre si. Neste momento somos interrompidos por uma visita procedente de São José-SC, Aldo Cesar Machado Cruz ciclo-turista que veio para fazer o circuito das Araucárias, passeio de trem e participar da prova ciclística envolvendo portadores de diabetes. Recebido o turista prosseguimos: ”Zilá é as nossas pernas, limpa, auxilia, conhece tudo, é fundamental no trabalho de equipe”, diz Rosilei. Na saída Aldo elogiou o Museu e fez um apelo para que as pessoas que possuem relíquias e objetos antigos doem para o Museu para enriquecer ainda mais mo acervo, prometendo voltar outras vezes com mais tempo.
Projeto inovador
Professora Rosilei diz que aceitou o desafio do novo, administrar o Museu para quem tem um projeto inovador junto com a Secretaria da Educação, Secretaria de Turismo e Fundação Cultural. Enfocar, destacar e elencar o Museu Municipal como um ponto turístico, como a história viva de São Bento do Sul. Esse nosso projeto é o da Integração Museu Escola. “O objetivo é visitar as escolas com uma apresentação. Mas, a apresentação que se adapte ao que as crianças estejam estudando. Nossa primeira iniciativa foi em uma escola onde as crianças estavam estudando Getúlio Vargas. Surgiu a dúvida. Como adaptar ao acervo do Museu que faz parte da imigração com a história de Getúlio Vargas. Como estávamos com uma exposição de rádios antigos e eles estavam estudando a era do rádio e qual era a utilização que Getulio Vargas dava ao rádio como mídia de divulgação do seu governo. Assim conseguimos fechar a idéia, divulgar o museu e ainda o acervo convidando as crianças para visitarem, unindo museu e escola neste objetivo”, explicou Airton, o jovem universitário, 20 anos, que cursa História na UnC de Mafra. Morador de Sertãozinho, 15 quilômetros do centro, Airton é apaixonado por história e tem por objetivo a licenciatura para ser professor. Diz que estar atuando no Museu é tudo que ele desejava. Monitora as visitas e com seus conhecimentos torna viva a história dos objetos ali expostos.
A segunda parte do nosso projeto é o aproveitamento do espaço que era ocupado pelo arquivo histórico. Depende apenas de alguns reparos e ali fazer uma sala de recepção com apresentação de vídeos, contar um pouco da história de São Bento com narrativas, fotos, slides, preparando o visitante para conhecer o Museu. Também deveremos proceder o corte desta árvore que está condenada e neste espaço, preparar apresentações, principalmente no período do Natal Luz, com cantores, músicos, de chorinho a samba, de samba a rock tornar São Bento realmente a cidade da música, e de todas as raízes e origens e não somente música germânica, explicou Rosilei. É um projeto ousado, mas pretendemos quebrar paradigmas e tradições uma cidade para todos. A equipe ainda conta com a participação de Ciro Alves Filho que é um tipo do faz tudo, profundo conhecedor das entranhas do museu, suas histórias e lendas, mas arredio a fotografia.
MUSEU MUNICIPAL DR. FELIPPE MARIA WOLFF
Avenida Argolo, 257 - Centro
Fone: 3633-5924 - São Bento do Sul/SC
Visitação: sábado, domingo e feriados das 8:30 às 12:00 e 13:30 às 18:00.
Terça a sexta-feira das 9:00 às 12:00 e das 13:30 às 17:30.