Padre Antônio Taliari
Jornalista (DRT 3847/SC)
Missionário em Rondônia, estudando em Curitiba/PR
Neste 28º Domingo do Tempo Comum, o Evangelho de Lucas, traz a terceira e última etapa da viagem de Jesus a Jerusalém. Passagem obrigatória é Jericó, cidade mais antiga do mundo, porta da terra prometida. Só quem tem as mãos limpas e o coração puro pode subir o monte do Senhor. Só o Justo tem forças para fazer a santa viagem. Mas Ele, único peregrino em condições de fazer essa viagem, no-la torna possível. Ele é o samaritano que vem ao nosso encontro, para assumir nossa lepra. Lucas quer nos levar à invocação que os leprosos deste domingo e o cego do próximo farão Àquele que pode salvá-los: “Jesus, Senhor, tem piedade!”. A invocação dos leprosos será coletiva; a do cego pessoal. É a invocação do Nome, que o monarquismo oriental, sobretudo russo, popularizou sob o nome de ‘Oração de Jesus’. A narração da cura dos leprosos é exatamente dinâmica: muda de cena a cada versículo; contem uma dezena de verbos de movimento; fala não da possibilidade, mas da realidade do impossível. A salvação que ninguém pode alcançar por si próprio, já foi dada àqueles dez leprosos. Agora, eles se encontram no mesmo caminho daque que veio para procurar a todos. Por ora só um tem a fé que salva e encontra o Salvador e torna-se responsável pelos outros nove, para que se sintam curados e voltem ao Salvador, reconhecendo o dom recebido e dando ação de gralhas. A salvação não é ser curado da lepra, mas encontrar-se com Aquele que nos cura. Nenhum copo d’água mata a sede, que sempre volta; é preciso encontrar a fonte, de onde jorra água viva. Além disso, ao dom deve corresponder o dar graças. Na verdade, o dom só é completo quando acolhido com gratidão. A salvação vive daquela dinâmica que alguém chamou do ‘já’ e do ‘ainda não’. A salvação ‘já’ está oferecida a todos, mas ‘ainda não’ foi acolhida por todos. Estatisticamente, diríamos que 90% ainda não sabem que a sua vida ‘já’ foi remida da morte e, consequentente, ‘ainda’ vivem e morrem como leprosos. Parecem o passarinho, preso na gaiola, que não sabe que a porta esta aberta. Aqueles 10%, na verdade, aquele 1, que voltom para dar graças é enviado a todos os outros demais para levar a boa notícia: abram os olhos e vejam a luz! O anúncio deve levar a encontrar e a aceitar o dom com gratidão. O dom só é plenamente dom quando aceito num coração alegre e agradecido. Em Lucas, essa é a primeira vez que Jesus é chamado por nome, ressaltando o encontro verdadeiramente pessoal entre aquele que, impotente diante da sua necessidade, invoca e aquele que é é invocado. O Lucas dos Atos como que comenta o Lucas do Evangelho: “Em nenhum outro existe salvação; não há outro nome dado aos homens debaixo do céu na qual podemos ser salvos”. O apelo deste evangelho é límpido como os leprosos depois da cura: somos chamados a identificar-nos com os leprosos que se tornaram crianças. Temos que ser transformados no cego de Jericó, que o encontro com Jesus iluminou como sol de meio-dia às portas da terra prometida. Os leprosos são agradecidos pela misericórdia de Jesus. Ele não recua diante deles. Ele não impede que dele se aproximem. Ele ouve seu seu grito, sua misericórdia os cura e devolve ao convívio social. Mas só um volta para agardecer! Esse um somos nós, que, na celebração eucarística, nos reunimos para louvar, bendizer e agradecer ao Senhor. Não somos melhores que os outros. somos apenas seus representantes no gesto de agradecer. Eucaristia é reconhecer a salvação que Deus nos dá. Eucaristia é ação de graças.
14/10/13 – Seg: Rm 1,1-7 – Sl 97 – Lc 11,29-32
15/10/13 – Ter: Rm 1,16-25 – Sl 18 – Lc 11,37-41
16/10/13 – Qua: Rm 2,1-11 – Sl 61 – Lc 11,42-46
17/10/13 – Qui: Rm 3,21-30 – Sl 129 – Lc11,47-54
18/10/13 – Sex: 2Tm 4,10-17b – Sl 144 – Lc 10,1-9
19/10/13 – Sáb: Rm 4,16-18 – Sl 104 – Lc 12,8-12
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