Padre Antônio Taliari
Jornalista (DRT 3847/SC)
Missionário em Rondônia, estudando em Curitiba/PR
Neste 27º Domingo do Tempo Comum, o Evangelho de Lucas, mostra Jesus que continua à mesa, cercado por seus discípulos missionários e pecadores. À mesa, revelou aos fariseus e aos escribas a misericórdia do Pai e ensinou aos discípulos missionários como pô-la em prática. Nessa altura, antes de iniciar a última etapa de sua caminhada para Jerusalem, aponta a misericórdia como ‘alma’ da comunidade, nas suas relações internas e externas. Seu ensinamento materializa-se em quatro palavras: duas aos discípulos missionários e duas aos apóstolos, que, para Lucas, são só os Doze. A primeira palavra é sobre o escândalo. Deus não pode impedi-lo, pois nos criou livrer e respeita a nossa liberdade. O escândalo é um mal muito grave, pois induz o irmão ao erro. Mas, porque Deus nos ama na esperança de converter-nos, o escândalo torna-se o lugar da máxima misericórdia. Da boca de Jesus sai não uma palavra de maldição, como pensamos, mas uma palavra de lamento e dor por aquele que erra: ‘ai de mim por vós!’. A segunda palavra é sobre a correção fraterna. A correção fraterna é ajuda para o irmão sair do pecado que o enredou. A comunidade dos discípulos missionários de Jesus não é uma seita de puros, mas uma santa comunidade de pecadores. Ainda pode pecar e peca. Entre seus membros, deve existir aquele perdão que o Pai nos dá assim como o damos aos irmãos que erram. Devemos perdoar-nos uns aos outros como o Senhor nos perdoou em Cristo. A acolhida incondicional do irmão que erra não contradiz nem elimina a correção fraterna. A acolhida é mãe da correção fraterna, filha do seu coração e da sua mente. A correção fraterna exprime a caridade e a verdade, unidas para trazer de volta o irmão que erra. A terceira palavra dirige-se aos apóstolos, que pedem um aumento de sua fé. A fé não é outra coisa senão experiência da misericórdia de Deus, que leva a amar o irmão pecador como fomos amados por Deus. Ela é fonte da vida nova da comunidade e fonte da missão aos distantes. A última palavra é sobre a gratuidade do ministério apostólico, cuja finalidade é prolongar no tempo e no espaço a misericórdia do Pai, que mostrou sua face humana em Cristo. A gratuidade é sinal essencial do amor e é marca registrada dos que pertencem a Cristo. Ela nos torna como ele, que se fez livremente servo de todos. Torna-nos como ele, escravos por amor e livres como o Pai. A misericórdia que o discípulo missionário precisa ter para superar o escândalo e perdoar de verdade não só é alheia à fé, mas justamente aquela experiência radical da fé da qual brota a missão, que outra coisa não é senão testemunho de amor levre e gratuito do Pai. Temos que fazer nosso o pedido dos discípulos missionários: “Senhor, aumentai a nossa fé!”. Nossa fé na sua Palavra acolhe o próprio Deus e nos une a Ele: é o natal de Deus na terra e o natal do ser humano no céu. A Palavra de Deus, que se tornou carne em Maria, não nos deixa mais. Um de Deus, a Palavra, o Verbo, o Filho, se tornou, para sempre, um de nós. O anjo já pode ir adiante, para anunciar a Palavra a outros, até que o mistério que se realizou em Maria esteja realizado em todos. A salvação de cada ser humano, de cada um de nós, é tornar-se como Maria: ouvir a palavra de Deus, dizer ‘sim’ à palavra de Deus, dar carne no seu corpo à Palavra eterna, gerar no mundo o Filho desde sempre gerado pelo Pai. Se é verdade que Maria é uma só, como tipo, figura, imagem, Maria é também cada um de nós.
07/10/13 – Seg: At 1,12-14 – (Lc 1) – Lc 1,26-38
08/10/13 – Ter: Jn 3,1-10 – Sl 129 – Lc 10,28-42
09/10/13 – Qua: Jn 4,1-11 – Sl 85 – Lc 11,1-4
10/10/13 – Qui: Ml 3,13-20a – Sl 1 – Lc 11,5-13
11/10/13 – Sex: Jl 1,13-15;2,12 – Sl 9a – Lc 11,15-26
12/10/13 – Sáb: Est 5,1b-2; 7,2b-3 – Sl 44 – Ap 12,1.5.13a.15-16a – Jo 2,1-11
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