29/09/13 Dom: Am 6,1a.4-7 – Sl 145 – 1Tm 6,11-16 – Lc 16,19-31

Neste 26º Domingo do Tempo Comum, o Evangelho de Lucas, nos lembra que segundo os antigos comentadores, essa passagem está à metade do caminho entre uma história ‘verdadeira’ e uma parábola. Na parte parabólica, vê-se um cerrado diálogo que vai se elevando por seis degraus e iluminando a história anterior. Jesus não faz um julgamento, mas um ato corajoso e comovente de correção fraterna. Afinal, não veio para condenar, mas para salvar, acolhendo sem reservas e iluminando com franqueza. A cena é provocante: em cima, a imagem de um rico gozando a vida; em baixo, a de um pobre sofredor; em cima, a imagem de um pobre na mais perfeita alegria; em baixo, a realidade de um rico imerso no mais profundo sofrimento. Esta mesma inversão aparece no Magnificat e nas bem-aventuranças, que, só em Lucas, contém quatro “felizes de vocês” e quatro “ais de vocês”. Os critérios do amor e os do egoísmo são muito diferentes! Usando uma metáfora, semelhante à que está no próprio texto, a vida é como uma ponte sobre o abismo que separa o inferno, o desamor que gera a frustração total, do céu, o amor que cria a felicidade total. Essa ponte é longa como o arco de uma existência; depois, desmorona para sempre. Ela é atravessada exercitando aquela misericórdia que, depois, será invocada até por aqueles que, agora, não só não a tiveram, mas nem chegaram a enxergar a miséria debaixo de sua mesa. A parábola ensina que, para tomar decisões corretas, é sempre útil colocar-se do ponto de vista do fim, e fazer agora aquilo, então, no fim, gostaríamos de ter feito e não podemos mais. Depois, como diz o provérbio, não adianta chorar sobre o leite derramado. É preciso converter-se agora à Lei e aos profetas, que ensinam o que deve ser feito! Depois, é tarde demais. A aliança com Deus passa necessariamente pelo compromisso com os pobres. O Antigo Testamento não se cansa de repetir. E o Novo Testamento, fala por tantas bocas, mas especialmente pela de Tiago: “Religião pura e sem mancha diante de Deus, nosso Pai, é essa: socorrer os órfãos e as viúvas em aflição, e manter-se livre da corrupção do mundo”. Tiago, aliás, é severo: “O julgamento será sem misericórdia com quem não tiver agido com misericórdia”. A história-parábola coloca o ‘lado de lá’ como horizonte para o ‘lado de cá’. Os dois lados precisam ser mantidos. Não se pode eliminar o ‘lado de cá’ em nome do ‘lado de lá’: seria alienação religiosa, espiritualismo, dualismo. Nem se pode eliminar o ‘lado de lá’ em nome do ‘lado de cá’: seria alienação materialista, materialismo, monismo. Afinal, deve-se viver o dia de hoje como se fosse o último da vida, e o último da vida como se fosse o primeiro!

“As Sagradas Escrituras constituem o testemunho escrito

da Palavra divina, o memorial canônico que atesta o

acontecimento da Revelação. Por conseguinte, a

Palavra de Deus precede e excede a Bíblia. É por este

motivo que a nossa fé não tem no centro unicamente um

livro, mas uma história de salvação e sobretudo uma

Pessoa, Jesus Cristo, Palavra de Deus que se fez carne.

Precisamente porque o horizonte da Palavra divina abrange e se estende para além da Escritura, para compreender de maneira adequada é necessária a presença constante do Espírito Santo, que ‘ensina toda a verdade’ (Jo 16,13)”.

(Papa Francisco aos membros da Pontifícia Comissão Bíblica)

30/09/13 – Seg: Zc 8,1-8 – Sl 101 – Lc 9,46-50

01/10/13 – Ter: Zc 8,20-23 – Sl 87 – Lc 9,51-56

02/10/13 – Qua: Ne 2,1-8 – Sl 137 – Lc 9,57-62

03/10/13 – Qui: Ne 8,1-4a.5-6.7b-12 – Sl 19 – Lc 10,1-12

04/10/13 – Sex: Br 1,15-22 – Sl 79 – Lc 10,13-16

05/10/13 – Sáb: Br 4,5-12.27-29 – Sl 69 – Lc 10,17-24

Seja um participante fiel, na sua Igreja, ofereça o Dízimo!