Samara Ferreira Castilho, natural de Rio Negro/PR, com curso Técnico em Podologia pelo Senac em Curitiba, há oito anos em São Bento do Sul, desde então atuando na Unique Hair, no shopping Zipperer, para cuidar melhor dos seus pés.
O termo Podologia origina-se do grego arcaico tendo por prefixo Podos = Pé, Pés e sufixo Logos = tratado, estudo, conhecimento. Formando então Podologia: nome da ciência que trata do estudo dos pés. Podologista/podiatra - termo obviamente com as mesmas origens que designa a pessoa que aplica terapia nos pés, com estudo superior ou técnico - científico adequado em Podologia, aprofundado da anatomia, fisiologia, podopatias e conhecimento biomecânico dos pés.
Podologia é um ramo auxiliar da área da saúde cuja atuação concentra-se na anatomia e fisiologia dos pés. Desenvolve conhecimento biomecânico do tornozelo e dos pés, a fim de compreender a marcha e os problemas que a dificultam, podendo desta forma, implementar tratamento prescrito por profissionais da área médica.
EVOLUÇÃO – Principais cuidados?
SAMARA CASTILHO – Na prática trabalhamos com unhas encravadas, calos, corte de unhas, orientação sobre os cuidados com os pés. Preocupação para que não seja nada agressivo. Não se remove profundamente a cutícula. O ideal inclusive seria não remover, mas a nossa cultura assim o exige. Então limitamos ao máximo esta remoção, apenas o excesso de pele morta em cima da unha.
EVOLUÇÃO – Ainda prevalece o preconceito masculino em cuidar dos pés?
SAMARA CASTILHO – Sim. Mas, já mudou bastante. Tenho uma clientela masculina considerável. O preconceito é que isso não é coisa de homem. Mas, a cultura já vem mudando. O público cuida mais dos cabelos, a própria depilação, mas existe a preocupação com os pés, não só pelo aspecto da higiene, mas da saúde.
EVOLUÇÃO – Os pés masculinos normalmente ficam escondidos?
SAMARA CASTILHO – Tem que cuidar para que não ocorra principalmente freira que é a porta de entrada para bactérias. A unha encravada (onicocriptose), que provoca a formação de pus, uma formação infecciosa que acaba atraindo outras doenças. Pode adquirir uma erisipela, ou uma bactéria que possa parar no pulmão. É extremamente importante ter esse cuidado para que não fique nenhuma porta de entrada para outras doenças.
EVOLUÇÃO – E o diabético?
SAMARA CASTILHO – Esse sim tem cuidar ainda mais. Cuidado no corte das unhas, frieiras que podem causar outros danos. A própria circulação já é deficiente, pode causar a perda de sensibilidade, necrosar e causar a amputação de dedos e até pés. O processo de infecção para o diabético é muito mais rápido.
EVOLUÇÃO – E começa tudo pelos pés?
SAMARA CASTILHO – Exatamente. Os pés estão no chão, estão lá embaixo, meio esquecidos. Então o paciente vai cuidar do restante e não se preocupa com os pés. Muitas vezes quando percebe que está com alguma coisa nos pés, já é tarde. O diabético tem que ter cuidados redobrados, secar bem os vãos dos dedos para não ter maiores complicações.
EVOLUÇÃO – Qual o maior problema encontrado hoje?
SAMARA CASTILHO – Unhas encravadas, o corte errado, um pedacinho de unha que fica incomodando, causa uma lesão. E, isto dentro de um sapato abafado, já começa um processo inflamatório e se não cuidar cada vez vai piorando mais.
EVOLUÇÃO – O calçado tem grande influência?
SAMARA CASTILHO – Sim. Principalmente o salto alto para as mulheres. Ele desestrutura o corpo.O peso fica concentrado todo na frente do pé. Faz uma grande pressão nos dedos onde ocasiona os calos e as unhas encravadas. Então o ideal é alternar, tirar o salto mais alto e usar um mais baixo. Não só por causa dos pés, mas toda a musculatura da panturrilha, coluna, quadril, acabam sendo afetados. Joelho principalmente. Enquanto novas tudo bem, mas com o passar dos anos a coisa vai se agravando. A grande maioria das senhoras com quem conversamos tem problemas nos joelhos.
EVOLUÇÃO – E a joanete?
SAMARA CASTILHO – Isto já é um problema ortopédico. Até passamos alguma orientação para uma manipulação dos dedos e dos pés, mas é hereditário. Podendo aparecer devido ao uso de bico fino. Mas é um problema para o ortopedista.
EVOLUÇÃO – E os cuidados com equipamentos de uso geral e a formação?
SAMARA CASTILHO – É muito perigoso a transmissão de uma hepatite B, bem comum nos salões. O próprio cliente tem que ter essa preocupação. Se informar a respeito da esterilização, o material que é usado, lixas descartáveis, se tem auto-clave para fazer a esterilização, observar a parte higiênica do local e a formação dos profissionais. Se o profissional está usando luvas para sua própria proteção e do cliente. Se não existe esta preocupação do salão, o cliente tem que ir buscar. Uma contaminação, por hepatite ela só vai ficar sabendo depois de uns 20 anos. O processo de infecção também é muito mais rápido quando o material usado está contaminado.
EVOLUÇÃO – Quem cuida em casa também deve ter preocupação?
SAMARA CASTILHO – O cuidado é sempre o mesmo. Que cada um tenha seu material individual. Usou, o cuidado de estar guardando num local higiênico e seguro. Usar álcool para limpar porque é de uso individual.
EVOLUÇÃO – E os famosos “bifes”?
SAMARA CASTILHO – Esse bife, as vezes é considerado insignificante, mas que pode não ser. Principalmente se a pessoa está com a imunidade baixa, pode ocasionar uma inflamação e até complicar. O cuidado é necessário, sempre usar uma pomada e observar se não está formando um processo inflamatório. Principalmente pelo uso da meia e calçado fechado.
EVOLUÇÃO – E os famosos calos?
SAMARA CASTILHO – São provenientes do uso incorreto do calçado. Normalmente as pessoas e os próprios vendedores quando você vai comprar um sapato recomendam: “leva, ficou um pouco apertado mas vai lacear” é aí que aperta o calo. Então primeiro ele vai arrebentar teu pé e depois lacear. Então é recomendável comprar sapato mais no final do dia quando o pé está um pouco inchado e se apertar não levar.
EVOLUÇÃO – E a vaidade?
SAMARA CASTILHO – É verdade. Às vezes o pé está pegando fogo, apertado, doído e a pessoa toda prosa. Eu sempre recomendo para as minhas clientes. Quando você é nova, usa e abusa do salto. Mas, quando chegar nos 50 anos vai usar sapato de pano. Já está com calosidade óssea e com os pés deformados prejudicando coluna, joelhos e quadril.
EVOLUÇÃO - E o calo d’água?
SAMARA CASTILHO – Esse é o primeiro sinal de atrito, que o sapato está apertando, roçando, e não é adequado para seu pé. A bolha não deve ser rompida. No máximo furar com uma agulha higienizada, sem tirar a pele. Deixar o organismo absorver.