As chuvas e os fortes ventos cessaram no Planalto Norte, mas as águas do rio Negrinho começaram a subir. Por volta de 4 horas da madrugada de segunda-feira, o autônomo Guilherme dos Anjos, 24 anos – que até então não tinha conseguido dormir por medo – viu que não tinha outra alternativa a não ser começar a erguer os móveis da casa, na rua Helmuth Krambeck, bairro Alegre, em Rio Negrinho. Pela manhã, 7 horas, o aguaceiro tomou conta da casa de madeira.
Durante toda a segunda-feira, as águas do rio insistiam em subir. Pela manhã, mesmo com sol, subia 5,5 centímetros por hora. O rio estava quase 6 metros acima do normal. A expectativa era de que durante a madrugada o nível do rio se estabelecesse. O alagamento deve dar lugar à lama.
— Mesmo assim, para o rio voltar ao seu leito normal, vão dois ou três dias. Aí o pessoal pode começar a voltar para casa — explicou Edson Plazido, da Defesa Civil.
Enquanto as águas não baixam e os problemas persistem, Guilherme dos Anjos, joinvilense que mudou-se para o Planalto há dois anos, precisou contratar dois caminhões para retirar seus pertences de casa. Seu pai, José dos Anjos, 59, também encarou a água fria do rio, que ia até a sua cintura, para ajudar a tirar os móveis.
A família foi encaminhada para o ginásio de esportes do bairro Industrial Norte, onde os atingidos pela enchente eram levados. Cinco famílias estavam por lá, de acordo com a Defesa Civil do município.
— Vou procurar outra casa para alugar. De preferência, longe do rio — desabafou Guilherme.
Além do bairro Alegre e de pontos isolados na Vila Telma, Vila Nova e Bela Vista, o Centro de Rio Negrinho foi a região mais afetada. As águas invadiram inúmeras casas e comércios.