Padre Antônio Taliari
Jornalista (DRT 3847/SC)
Missionário em Rondônia, estudando em Curitiba/PR
Neste 25º Domingo do Tempo Comum, o Evangelho de Lucas, responde à pergunta: o que ‘fazer’ para nos tornarmos misericordiosos como o Pai? A resposta está implícita nos dois termos usados para indicar Deus, chamado quatro vezes de ‘Senhor’ e o homem, chamado sete vezes de ‘administrador’. O problema é que o homem é um administrado injusto, pois se apodera daquilo que não era seu, mas do Senhor. Agora em Jesus, conhece a Deus, que tudo doa e tudo perdoa. Consequentemente, ele também sabe o que fazer, perdoar e dar aquilo que não é seu! A cena se desenrola em torno daquela mesa onde Jesus come com os pecadores. Após ter revelado aos ‘justos’ que censuram o coração do Pai, revela aos discípulos missionários o justo uso dos bens deste mundo. O tema do capitulo 16 do evangelista Lucas, se prolonga até o capitulo 17,10, é justamente esse: a gestão correta da própria vida. O centro do trecho é o elogio do administrador e o convite a agir como ele. A lição é que os bens materiais devem ser administrados pelo que são na sua natureza de dom. O ser humano não é senhor de nada; se tem alguma coisa, é porque recebeu como dom do Senhor. Lucas sabe que o que acumulamos é fruto de alguma injustiça: não acumulamos propriamente por amor a Deus e ao próximo! Diante disso, o discípulo missionário, que encontrou o único Senhor e o tesouro do Reino, é chamado a viver segundo um critério oposto ao do egoísmo. É isso que é preciso fazer: os bens deste mundo são um dom do Pai e deve ser compartilhados com os irmãos. Se o bem é dom na origem, deve sê-lo igualmente na destinação! O povo do Antigo Testamento já havia compreendido isso quando instituiu o Jubileu, condição para permanecer irmão e viver livre na terra prometida. A atividade de Jesus, que começa num sábado, se desenrola num arco de sete sábados e termina também num sábado, é vista por Lucas como realização do ano jubilar. Escutando a sua palavra, o discípulo missionário atualiza ‘hoje’ o cumprimento realizado por Jesus. A comunidade cristã continua o sábado sem fim que tem em Jesus o seu começo e, por isso, é herdeira legitima da terra prometida e das promessas de Deus. Nesta parábola, há um momento de desconcerto que deixa uma sensação de mal estar. Parece escura, mas, na realidade, é clara: O senhor elogiou o administrador sábio que começou a doar, da mesma forma que condenara a burrice do patrão insolente que continuou a acumular. A astúcia do administrador que se achava em maus lençóis e começou a dar dos bens mostra a verdadeira sabedoria que falta aos filhos da luz, que não acordam diante da perspectiva do fim. É um aspecto da misericórdia: a quem perdoa será perdoado; a quem dá será dado. Temos aqui um tema que atravessa a toda a Bíblia: Quem dá ao pobre empresta a Deus; é melhor dar esmola que acumular ouro; a solidariedade salva da morte e purifica de todo pecado; a caridade cobre uma multidão de pecados. Termina mostrando a reação dos fariseus e mais uma crítica de Jesus à sua opção de vida. Verdadeiramente astuto e sábio é quem sabe que tudo é dom de Deus e meio para construir a comunhão com Deus e com os outros, verdadeiro fim da vida humana. Dessa astúcia e dessa sabedoria jorram, como de única fonte, a ação de graças em relação a Deus e a partilha em relação aos irmãos. Os fariseus, amigos do dinheiro, ouviam tudo isso e zombavam de Jesus. Vós sois os que querem passar por justos diante dos homens, mas Deus conhece os corações; o que é elevado para os homens, é abominável diante de Deus!
23/09/13 – Seg: Esd 1,1-6 – Sl 125 – Lc 8,16-18
24/09/13 – Ter: Esd 6,7-8.12b.14-20 – Sl 121 – Lc 8,19-21
25/09/13 – Qua: Esd 9,5-9 – (Tb 13,2-5.8) – Lc 9,1-6
26/09/13 – Qui: Ag 1,1-8 – Sl 149 – Lc 9,7-9
27/09/13 – Sex: Ag 1,15b-2,9 – Sl 42 – Lc 9,18-22
28/09/13 – Sáb: Zc 2,5-9.14-15a – (Jr 31) – Lc 9,43b-45
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