08/09/13 Dom: Sb 9,13-18 – Sl 89 – Fm 9b-10.12-17 – Lc 14,25-33

Neste, 23º Domingo do Tempo Comum, o Evangelho de Lucas, faz lembrar o texto anterior, onde dizia que os convidados do banquete do Reino são os pobres e os marginalizados, últimos como Jesus. Neste texto, se diz que o discípulo missionário deve olhar bem para ver se está entre eles, porque, para estar com Ele, é preciso escolher o Seu lugar. Razão pela qual o texto repete três vezes que quem não deixa tudo não pode ser Seu discípulo missionário! O Reino é oferecido gratuitamente, mas há algumas condições para acolhe-lo. No final da parábola do banquete, por exemplo, exige-se a veste nupcial, a vida nova no Senhor. Então, quais são, segundo Lucas, essas exigências do discípulo missionário? Como já vimos a porta é estreita. E nós, inchados demais para entrar, incapazes de atender as exigências de Jesus. Lucas quer que tomemos consciência da nossa incapacidade, de modo que, desesperando de nós mesmos, esperamos totalmente no Senhor, que se faz nosso Salvador. As palavras do Evangelho são como um dreno que, vazando-nos, esvazia-nos de toda presunção, tornando-nos humildes, pobres e pedintes. Modelo acabado, não à toa é colocado no fim!, é o sego de Jericó, cego, marginalizado, sentado, que, porém, grita: “Jesus, Filho de Davi, tem piedade de mim”. Só podemos ser discípulos missionários se confessarmos que não o podemos: “Quando sou fraco, aí é que sou forte”. Em socorro da nossa fraqueza vem a força Daquele que me conforta e torna possível o impossível. Este Evangelho retoma as exigências apresentadas em Lc 9,23-26 e 9,57-62, que conviria reler. Nenhuma proteção humana está em condições de tornar-nos discípulos missionários. O discipulado é um dom da graça, concedido ao pobre e humilde. Não nos iludamos, porém, caindo na passividade: se tudo é dom da graça, tudo é ao mesmo tempo, ação da liberdade do homem, que pode acolher a graça ou encolher-se na sua recusa. Se o rico é despedido de mãos vazias, boca vazia e aberta, pense-se nos filhotes de certos animais!, é, porém, saciada. Jesus não pede uma pobreza estoica, mas uma pobreza motivada pelo amor a ele e, nele ao Pai. A pobreza de Jesus toca todos os níveis do nosso ser. Aliás, é a única virtude que, quanto mais material, tanto mais é espiritual. Implica privação e humilhação, mas é escolha necessária e cordial para o discípulo missionário que se dispõe a tudo perder para não perder o Senhor. Por isso, as exigências do discípulo missionário são: ódio a tudo o que nos é caro e amor a tudo o que é odioso para o mundo; avaliação das implicações do passo a ser dado para não ficar no meio do caminho ou ser vergonhosamente vencido; sensata loucura de quem encontra a sua força em perder tudo. Não encarando, porém, e não abraçando as exigências do discipulado, tornamo-nos como sal estragado: inútil, irrecuperável e descartável. É o coração da catequese do evangelista Lucas sobre o discipulado. Quem poderá atingir uma intimidade tão grande com o Senhor que todos os afetos terrenos são reassumidos, e, por vezes, reunidos, no amor ao Senhor, que se torna para pai, mãe, irmão, irmã, mulher, marido? Quem pode tomar a decisão de abandonar tudo para abraçar o Reino? A força dessa decisão só pode ser o amor de quem foi conquistado pelo Senhor e chega a uma união serena e serenizadora com Ele.

09/09/13 – Seg: Cl 1,24-2,3 – Sl 61 – Lc 6,6-11

10/09/13 – Ter: Cl 2,6-15 – Sl 144 – Lc 6,12-19

11/09/13 – Qua: Cl 3,1-11 – Sl 144 – Lc 6,20-26

12/09/13 – Qui: Cl 3,12-17 – Sl 150 – Lc 6,27-38

13/09/13 – Sex: 1Tm 1,1-2.12-14 – Sl 15 – Lc 6,39-42

14/09/13 – Sáb: Nm 21,4b-9 ou Fl 2,6,11 – Sl 77 – Jo 3,13-17

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