Padre Antônio Taliari
Jornalista (DRT 3847/SC)
Missionário em Rondônia, estudando em Curitiba/PR
Neste, 21º Domingo do Tempo Comum, o Evangelho de Lucas, mostra que somos filhos de Deus no Filho Jesus. Ainda não estamos no céu, mas na terra, limitados pela densidade do espaço e pelo fluir do tempo. Por isso, temos que aprender a viver a filiação em todas as dimensões da nossa existência. O capítulo 12 nos ensinou a vivê-la em relação às coisas, que, sendo um dom do Pai, devem ser compartilhadas entre os filhos, que o Pai quer irmãos. O capítulo 13 nos ensina a viver a filiação no tempo. Dado que o dom é o sentido de tudo o que ocupa o espaço, a conversão é o sentido de cada instante do tempo. O presente, o único tempo que é realmente nos dado, pois o passado não existe mais e o futuro ainda não existe, nos é dado para nos convertermos, isto é, para nos voltarmos para o verdadeiro sentido da vida no espaço e no tempo. Converter-se não é um esforço hercúleo para nos tornarmos ‘melhores’, mas girar o foco de nossa ‘miséria’ para a Sua ‘misericórdia’, do mal que fazemos para o bem que Ele nos quer, da auto justificação à aceitação de Sua graça livre e gratuita, única fonte de vida autenticamente nova. Deixando-nos introduzir nesse processo, entramos num dinamismo de alegria e ação de graças. O ‘sábado’ se antecipa para cada fração do tempo! O ‘sábado’ se antecipa no tempo e celebra-se na Eucaristia, o banquete de alegria daqueles que o Amor salvou. O ‘xis’ é como entrar na sala onde se come o pão do Reino de Deus na alegria da salvação. Este Evangelho descreve o esforço insano para se estar entre os convidados. Lembra aquele desesperado bater à porta, tarde da noite, para conseguir o pão. Evoca o pedido insistente do Espírito. A porta não é a lei, nem a tradição, nem as obras, nem esforço sobre-humano para atuá-las. A porta é alguém, uma pessoa, Jesus. Através dele, porta é, ao mesmo tempo, espaço fechado e vão aberto, todos somos salvos, pois, em sua caminhada para Jerusalém, ele vai ao encontro de todo fugitivo. Cada um pode entrar, mesmo o desesperado, o imundo, o incurável. Tíquete de ingresso é a necessidade, o reconhecimento da necessidade, a fé. Fica do lado de fora só quem se considera bom e se sente bem com a própria bondade. A falsa segurança e a justiça presumida são o único impedimento. Mas como? Porque, para entrar é preciso reconhecer-se pecador diante do perdão de Deus. Ninguém se salva pelos próprios méritos, mas todos, absolutamente todos, Maria inclusive, abrindo a fila, somos salvos pelo amor do Pai, pelos méritos do Filho, pelo dom do Espírito. O tempo presente, o tempo que a cada um é dado viver, é o ano de graça que nos é dado para converter-nos da nossa injustiça à Sua graça, do nosso pecado ao Seu perdão, da nossa miséria à Sua misericórdia. A porta é estreita porque o nosso ‘eu’ e as suas presunções são enormes e, por isso, não passam pela porta do pequeno e humilde Jesus. Ele já morreu para abrir-nos a porta. Agora, cada um precisa morrer, o nosso ‘eu’ e as nossas presunções devem morrer, antes de entrar, para poder passar. Tarefa para uma vida! Esse Evangelho dá inicio à segunda parte da viagem de Jesus a Jerusalém, viagem da misericórdia. Cada um de nós é convidado a identificar-se com as pessoas que o peregrino Jesus vai encontrando e salvando. Ele quer nos encontrar ao longo do Seu caminho para introduzir-nos, pela Cruz, na Sua glória.
26/08/13 – Seg: 1Ts 1,1-5.8b-10 – Sl 149 – Mt 23,13-22
27/08/13 – Ter: 1Ts 2,1-8 – Sl 138 – Mt 23,23-26
28/08/13 – Qua: 1Ts 2,9-13 – Sl 138 – Mt 23,27-32
29/08/13 – Qui: Jr 1,17-19 – Sl 70 – Mc 6,17-29
30/08/13 – Sex: 1Ts 4,1-8 – Sl 96 – Mt 25,1-13
31/08/13 – Sáb: 1Ts 4,9-11 – Sl 97 – Mt 25,14-30
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