Padre Antônio Taliari
Jornalista (DRT 3847/SC)
Missionário em Rondônia, estudando em Curitiba/PR
Neste, 20º Domingo do Tempo Comum, o Evangelho de Lucas, é próprio da Celebração Litúrgica da Assunção de Nossa Senhora. Por meio de Maria, obediente perfeita à Palavra, Deus visita o seu povo, que o reconhece. Este reconhecimento, neste Evangelho, simbolizado por Isabel, é a meta do seu plano, o objetivo dos seus esforços. Mais ainda: é o cumprimento da história da salvação. O mistério desta visita é antecipação do evento escatológico, quando será usada misericórdia a todos os que estavam encerrados na desobediência. É a alegria final do encontro definitivo, tão dificultado e tão suspirado, entre esposo e esposa, que é o tema do Cântico dos Cânticos. A visita do Senhor, na verdade, é o sentido último da história pessoal e universal. Nem todos, porém, são capazes de percebê-la, a vista. Quem será capaz de fazê-lo? Isabel está gravida de João Batista e de dois mil anos de história. Maria carrega em seu ventre o Eterno desde sempre esperado. No seu encontro, abraçam-se Antigo e Novo Testamento, promessa e cumprimento, espera e realização. Duas mulheres se cumprimentam. É o fato bruto, material, real e aparente. Na verdade, duas mulheres se acolhem. É o fato sutil, interior, real e profundo. Mais ainda: na sua reciproca acolhida, é reconhecido e acolhido aquele que é Acolhido. O encontro se dá por iniciativa daquela que é declarada bem-aventurada por ter acreditado no cumprimento da palavra do Senhor. Maria, de fato, vai ao encontro de Isabel, sinal dado por aquele para quem “nada é impossível”. Em termos de história da salvação, o Novo Testamento, Maria, vai reconhecer no Antigo Testamento, Isabel, o dom aí contido como promessa do impossível. Somente no mistério desta visita ao Antigo Testamento, o Novo compreende a realidade de que é cumprimento. Por isso, Lucas, que escreve para cristãos provenientes do paganismo, que não conhecem o passado judaico da história da salvação, procura introduzir seus leitores na história de Israel. Seus primeiros capítulos são como que um resumo do Antigo Testamento. Sem o horizonte da promessa do Antigo Testamento, é impossível reconhecer o dom de Deus que nos veio visitar! Só João Batista, filho de Isabel, último profeta do Antigo Testamento, voz disponível à Palavra, está em condições de indicá-lo. A Lei e a Promessa são como duas mãos que Deus, através de Israel, criou para que a humanidade possa tender para ele e acolhê-lo. Um presente que não tem mãos para recebê-lo e segurá-lo, cai e se espatifa no chão. Maria, visitando Isabel, reconhece a verdade do que está acontecendo nela; a Igreja, recorrendo ao Antigo Testamento, ao qual jamais renunciou, compreende o que concebeu. Em Maria e na Igreja. Israel vê a visita que o Senhor realizou. Este reconhecimento, na verdade, é um grande mistério. Marca a passagem da promessa ao cumprimento, da revelação incipiente à revelação plena, do conhecimento imperfeito ao perfeito conhecimento do Senhor!
19/08/13 – Seg: Jz 2,11-19 – Sl 105 – Mt 19,16-22
20/08/13 – Ter: Jz 6,11-24a – Sl 84 – Mt 19,23-30
21/08/13 – Qua: Jz 9,6-15 – Sl 20 – Mt 13,20-16a
22/08/13 – Qui: Is 9,1-6 – Sl 112 – Lc 1,26-38
23/08/13 – Sex: 2Cor 10,17-11,2 – Sl 148 – Mt 13,44-46
24/08/13 – Sáb: Ap 21,9b-14 – Sl 144 – Jo 1,45-51
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