Em reunião do Codesul, o presidente da FIESC também defendeu a criação de estrutura com fundo constitucional para projetos estruturantes nos Estados da região, nos moldes da antiga Sudesul
Côrte também apoiou a recriação da Sudesul (Superintendência de Desenvolvimento da Região Sul) ou a formação de estrutura semelhante, com a instituição de um fundo constitucional para promover o desenvolvimento da região. "Sabemos do esforço dos governadores em relação aos dois assuntos, mas é nosso dever pedir urgência e prioridade nesses encaminhamentos", enfatizou.
O diretor-presidente da SC Gás, Cosme Polêse, afirmou que há uma lista de 60 empresas esperando pelo aumento da oferta do combustível para serem atendidas. "Coloco na agenda essa questão da energia como prioridade no curto, médio e longo prazo. Isso retrata a realidade dos três Estados do Sul", declarou. Ele destacou ainda que são necessárias ações urgentes para aumentar a oferta do insumo e a capacidade de transportá-lo na região. Também alertou para o aumento dos custos para trazer o gás que vem da Bolívia. "Hoje estamos com o preço do gás 20% mais caro em relação ao gás nacional. É uma demonstração de um tratamento desigual. A Petrobras importa o gás da Bolívia e repassa ao Sul com fórmula de cálculo diferente da aplicada no gás que ela produz", ressaltou.
Durante a apresentação sobre o panorama do gás natural em Santa Catarina, o assessor da SC Gás, Leonardo Estrella, destacou que os três Estados do Sul operam no limite da capacidade. "Santa Catarina compra da Petrobras até 2 milhões de metros cúbicos por dia, mas no dia 26 de julho, por exemplo, o pico ultrapassou esse valor. Se não aumentar a oferta de gás, não teremos como atender, principalmente o setor industrial", alertou.
Representado pelos governadores de Santa Catarina, Raimundo Colombo, e do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, além dos vices do Paraná, Flávio José Arns, e do Mato Grosso do Sul, Simone Tebet, o Codesul aprovou carta que será enviada à Petrobras. O documento cobra da estatal uma alternativa, que pode ser a construção em um dos portos do Sul de uma estrutura para receber o combustível liquefeito, o chamado GNL. "A falta de gás limita o crescimento da indústria. É uma energia estratégica, fundamental. Há uma procura muito grande, por isso, tem que oferecer esse produto na quantidade necessária", afirmou Colombo. "Precisamos ter uma definição, caso contrário seguramente teremos uma crise na produção industrial em função da energia nos próximos três ou quatro anos", afirmou.
Sudesul: Na reunião desta segunda-feira houve consenso sobre a importância de se instituir a agência e foi definido que o BRDE vai propor a estrutura. "Tem que ser novo tipo. Não pode ser um mostrengo que devora seu próprio orçamento. A moldagem deve ser moderna, ágil e em rede para que tenhamos uma agência modelo e exemplar para o desenho institucional para outros órgãos do país", disse Genro. "A gente carece de uma agência dessa natureza. Essa articulação deve acontecer e o Paraná é amplamente favorável. O desenvolvimento regional depende dessa iniciativa", ressaltou Arns. "Todos somos a favor da Sudesul, mas ganha corpo com a proposta do Tarso. Esse ano tem que sair. A Sudesul poderia ajudar já na questão do gás", afirmou Raimundo Colombo, que também é presidente do Codesul.
O Mato Grosso do Sul não participa diretamente desta iniciativa, pois o Estado já integra a Sudeco (Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste). No entanto, a vice-governadora afirmou que endossa a causa. "Já se tem no Centro-Oeste, Norte e Nordeste. É uma estrutura enxuta, mas extremamente eficiente. É significativo e importante que o Sul tenha a sua agência", afirmou. A Sudesul foi extinta em 1990 e já existe um projeto de lei (261/2007) tramitando no Senado com a proposta de sua recriação.
Codesul em números (SC, PR, RS e MS)
- 2º maior PIB do Brasil, representado 18% do total nacional;
- Segunda região do país em exportações;
- Reúne 30,2 milhões de habitantes;
- Mais de 2,5 milhões de pessoas trabalham no setor industrial;
- A região (SC, PR, RS e MS) recolheu R$ 97 bilhões em tributos federais no ano passado. O valor representa 13,3% do total nacional.