Apreciadores de literatura e história, quem valoriza a cultura germânica tem compromisso marcado na próxima terça-feira, 20, às 19h30, no Centro Cultural Dr. Genésio Tureck. O professor da Universidade Federal do Paraná, Paulo Astor Soethe, estará em São Bento do Sul para palestra e lançamento do livro “Terra Mátria: a família de Thomas Mann e o Brasil”, escrita em parceria com os alemães Frido Mann e Karl-Josef Kuschel. A entrada é fraca.
Considerado o melhor escritor alemão do século XX, Thomas Mann recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1929 e escreveu obras que se tornaram famosas no mundo todo, como “A Montanha Mágica”, “Morte em Veneza” e “Doutor Fausto”. Seu irmão, Heinrich, também se dedicou à literatura. A mãe dos escritores, Júlia da Silva-Bruhns Mann, era brasileira e morou em Paraty, no Rio de Janeiro.
Resultado de uma pesquisa de doutorado e escrito em colaboração com o neto de Mann, o livro é uma publicação da editora Civilização Contemporânea e já mereceu reportagens nos jornais O Globo e Folha de São Paulo, além de ser mencionado por Caetano Veloso em sua coluna. O livro também foi lançado na Flip, em Paraty, principal evento literário do país.
Soethe fez questão de programar um lançamento da obra em São Bento do Sul por conta das ligações da cidade com a Alemanha e porque seu avô, Adolfo Soethe, foi professor de 1936 a 1939 no então Grupo Escolar Orestes Guimarães. “Terra Mátria” traz documentos inéditos, como por exemplo cartas de Thomas e Heinrich para parentes brasileiros e também para Lustig Prean, líder do grupo antinazista “Movimento dos Alemães Livres no Brasil”.
Tomas Mann nunca veio ao Brasil e se ressentia disso, como mostra este trecho escrito por ele em 1943, quando exilado nos Estados Unidos: “Apenas uma certa corpulência desajeitada e conservadora de minha vida explica que eu ainda não tenha visitado o Brasil. A perda de minha terra pátria deveria constituir uma razão a mais para que eu conhecesse minha terra mátria”. As obras de Mann também fazem referências sutis a sua origem brasileira e ele manteve contato com Érico Veríssimo e Sérgio Buarque de Holanda.
“O lançamento de uma obra de tamanha importância em São Bento é um presente que o autor Paulo Soethe dá a nossa cidade. Espero que as pessoas aproveitem essa oportunidade para conhecer mais sobre esse importante elo entre o Brasil e a Alemanha”, afirma a diretora de Patrimônio Histórico da Fundação Cultural, Marília Crispi de Moraes.