Padre Antônio Taliari
Jornalista (DRT 3847/SC)
Missionário em Rondônia, estudando em Curitiba/PR
Neste 19º Domingo do Tempo Comum, o Evangelho de Lucas, traz o tema da espera e da vigilância. Muitos termos têm um sabor eucarístico: núpcias, o Senhor se cingirá, os fará recostar-se, servirá, omissão da primeira vigília, quando se celebrava a Eucaristia; pascal: cinturas cingidas, vigilantes, passando. Nós somos o esperamos e nos toramos o que esperamos. Quem espera a morte se torna filho da morte e dissemina morte por todo lugar. Já quem o Senhor Jesus, tem em si a vida do Filho do Pai. A vida cristã é espera e esperança daquele que deve voltar: o Esposo que partiu e também nos espera. O cristão não tem aqui, como diz Pedro, cidade permanente, mas espera o que há de vir. Somos estrangeiros e peregrinos. Não temos aqui cidade estável, mas andamos há busca da futura, onde está aquele que espera. O Senhor não verá logo. Sabe-o Lucas e sabe a sua comunidade, diferentemente do que pensavam alguns grupos do cristianismo primitivo. Virá de noite, símbolo da morte pessoal e antecipação da morte cósmica. É preciso, porém, desfazer um engano. Tempo de espera não é um tempo vazio. A melhor imagem aqui não é a do passageiro que, na rodoviária, espera o ônibus chegar, mas a mulher que prepara tudo para a visita chegar. O tempo da espera é o tempo da salvação, já dado, em que a Igreja incansavelmente testemunha o seu Senhor diante do mundo e até os confins do mundo. A história, que sempre foi espaço da liberdade, se torna lugar da decisão, da conversão, da vigilância e da fidelidade à Palavra, que nos transforma à imagem do Filho. A vigilância do cristão não é uma busca no escuro, como a do cego que tudo apalpa, correndo risco de encontrar o que não procura. Tendo em nossas mãos a lâmpada acesa, continuamos a sua missão entre os irmãos, iluminando o mundo com a luz do Senhor. O teólogo Fausti tem uma imagem belíssima a respeito: “Quando caminhamos como ele caminhou, emprestamos os nossos pés para o seu retorno”! O Evangelho de Lucas conhece três níveis escatológicos. O primeiro é passado: o mundo já terminou e o Reino de Deus veio com Jesus. O segundo é futuro: o Reino de Deus virá no fim do mundo, que, para cada um, se antecipa na morte pessoal. O terceiro é presente: o mundo chega a seu fim e o Reino de Deus vem até nós quando fiel vive a Eucaristia. A Eucaristia é fonte e cume de toda a vida cristã. Ela traz para o presente, o passado e o futuro de Jesus. “Anunciamos, Senhor, a vossa morte, e proclamamos a vossa ressurreição. Vinde, Senhor Jesus!” ao vir a nós no mistério do pão e do vinho, o Senhor morto e ressuscitado torna-se nosso alimento para tornar-nos capazes de viver uma vida pascal na espera e na esperança da sua volta. Todos e cada um de nós, sobretudo quem, na comunidade, desempenha um ministério, qualquer que seja, a viver como administrador sábio e fiel, despojado de toda ganancia, atento ao serviço dos irmãos e irmãs.
12/08/13 – Seg: Dn 10,12-22 – Sl 147 – Mt 17,22-27
13/08/13 – Ter: Dt 31,1-8 – (Dt 32) – Mt 18,1-5.10.12-14
14/08/13 – Qua: Dt 34,1-12 – Sl 65 – Mt 18,15-20
15/08/13 – Qui: Js 3,7-10a.11.13-17 – Sl 113a – Mt 18,21-19,1
16/08/13 – Sex: Js 24,1-13 – Sl 135 – Mt 19,3-12
17/08/13 – Sáb: Js 24,14-29 – Sl 15 – Mt 19,13-15
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