O que reivindicam hoje os milhares de jovens que foram às ruas no mês passado em todo o país. Eles não estão preocupados com nenhuma ideologia, seja de direita, seja de esquerda, responsável, na realidade, pelo aprisionamento da alma e da inteligência. Por isso é que fizeram ecoar pelos céus do Brasil um grito sincero, quase de raiva, contra tudo o que está aí.
Democraticamente, pediram educação de qualidade para todos (pobres, remediados ou ricos), saúde pública decente, mobilidade urbana (ou liberdade de ir e vir), transporte público satisfatório, combate à corrupção, aplicação responsável do dinheiro público, punição ao crime e à violência etc.
Exigiram, enfim, que se transformem em bons serviços os pesados impostos que os brasileiros pagam, direta ou indiretamente.
O Papa Francisco que é bem formado e informado chegou aqui já sabendo o que encontraria. Uma massa globalizada pela indiferença. Um povo carente e necessitado de alguém que o guie. Que mostre caminhos e formas para um convívio mais harmonioso e igual. A humildade é seu cartão de visitas e o exemplo a ser seguido. “Aprendi – disse ele – que, para se ter acesso ao povo brasileiro, é preciso ingressar pelo portal do seu imenso coração. Por isso, permitam-me que nesta hora eu possa bater delicadamente nessa porta. Não tenho ouro, nem prata, mas trago o que de mais precioso me foi dado: Jesus Cristo”.