Padre Antônio Taliari
Jornalista (DRT 3847/SC)
Missionário em Rondônia, estudando em Curitiba/PR
Neste, 16º Domingo do Tempo Comum, o Evangelho de Lucas, recorda que Jesus foi recebido duas vezes em casa de pecadores e duas vezes em casa de fariseus. Os primeiros os recebem com alegria; os segundos, com criticas. Na casa de Maria e Marta, num misto de alegria e critica. Marta hospeda Jesus e até se dá o trabalho por ele, mas a verdadeira acolhida vem de Maria, que Marta critica e Jesus defende. A caminho de Jerusalém, uma casa acolhe Jesus. Mas há duas maneiras de acolhê-lo. Uma é a de Marta; a outra a de Maria. Marta, a mais velha, simboliza um lado de Israel. Ocupada em fazer muitas ‘obras’ por aquele a quem chama ‘Senhor’, observa os 613 preceitos para preparar-se para o encontro com ele. Vive tão atarefada no cumprimento da Lei que nem se apercebe que o Senhor chegou. Maria, a irmã mais nova, por outro lado, é aquela porção de Israel que conhece a visita do Senhor. Ao seu chamado responde “eis-me aqui” e acolhe a Palavra. Interrompe os seus afazeres para fruir da presença do Esposo, cuja alegria consiste na alegria da esposa. Senta-se aos seus pés, como o típico discípulo missionário, e bebe de suas palavras. Chegou o dia das núpcias e a seguidora da Lei torna-se discípula missionaria do próprio Senhor. Acolhido, Jesus acolhe e ensina o mistério da acolhida do Pai nos irmãos e irmãs, que são seus filhos e filhas. Aqui, na casa de Marta, enquanto casa de Maria!, Jesus revela o mistério do Pai e do Filho a quem o escuta. Cura-o com o bálsamo da sua presença, inebria-o com o vinho da sua palavra, para que possa segui-lo no caminho que ele abre e aponta a caminho de Jerusalém. Esta Maria, que não é a Madalena, mas a irmã de Lázaro, é a mesma que, em Jo 12,3, unge Jesus em Betânia. Poderia, mas nenhum texto o diz, ser a Maria de Lc 7,36ss., que banha os pés de Jesus com suas lágrimas e enxuga com seus cabelos. Beija e perfuma os pés daquele que caminhou do céu à terra e caminhou a terra inteira para chegar até ela. Agora, reconciliada, oferece sua casa para acolher aquele que não tem uma pedra sequer onde reclinar a cabeça. Essa casa não é só aquele ‘hotel’ suspenso entre Jericó e Jerusalém, mas ela mesma, Maria. Seus olhos engolem seu rosto, seus ouvidos escancaram-se à sua palavra. Maria está como que magnetizada por Jesus e delicia-se do seu amor. Nem nota o desapontamento de Marta aquela que, antes, não se importou com o de Simão, em cuja casa entrou com a soberana liberdade do amor. Pode ninguém aprová-la; não importa. Jesus a aprova, e isso lhe basta. A presença de Jesus tem efeitos contrários nas duas. É alegria para Maria, é peso para Marta. As duas, que são irmãs, não estão em oposição. A contraposição só é ressaltada por aquela que quer chamar a outra ao dever. Diante da situação criada, Jesus também será chamado a posicionar-se. E o fará com a liberdade do amor. Convida Marta a transformar-se em Maria, a lei a ceder-se o passo ao amor. Não se trata, como se fez tantas vezes, de contrapor Marta e Maria como ação e contemplação. O que o evangelista pretende é purificar a ação na contemplação. A fonte da ação de Maria é a escuta e a alegria do Esposo. Estando próxima a ele, será capaz de fazer o que ele fez e ensina: “Vai e faz o mesmo”. Aí está o fundamento do apostolado: não consiste no que fazemos, que, sem dúvida, é importante, mas em acolher o Senhor, demorar-se a assimilá-lo, beber de sua boca, ouvi-lo.
22/07/13 – Seg: Ct 3,1-4a. ou 2Cor 5,14-17 – Sl 62 – Jo 20,1-2.11-18
23/07/13 – Ter: Ex 14,21-15,1 – (Ex 15,8-17) – Mt 12,46-50
24/07/13 – Qua: Ex 16,1-5.9-15 – Sl 77 – Mt 13,1-9
25/07/13 – Qui: 2Cor 4,7-15 – Sl 125 – Mt 20,20-28
26/07/13 – Sex: Eclo 44,1.10-15 – Sl 131 – Mt 13,16-17
27/07/13 – Sáb: Ex 24,3-8 – Sl 49 – Mt 13,24-30
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