Dizem que o pior cego é aquele que não quer enxergar, e o pior surdo é aquele que não quer ouvir. “Ouviram do Ipiranga às margens plácidas. De um povo heróico o brado retumbante”, se faz repetir agora nas ruas e praças públicas. Parece ser necessário que as palavras soem mais alto, pois muitas de nossas autoridades fazem ouvidos moucos e muitos brasileiros que ainda não aprenderam o sentido da palavra cidadania também se fazem de alienados. Os políticos, alguns com temor de não se reelegerem, pois esta parece ser a tônica das próximas eleições, o troco que o povo vai dar nas urnas, agora posam de bonzinhos e tentam mostrar serviço, o que não deixa de ser um bom sinal. Mas, as sacanagens, as falcatruas a corrupção continua livre para àqueles que não temem ou já se locupletaram suficientemente e sabem que o futuro está garantido. A repatriação de recursos desviados pelo juiz Nicolau, cerca de R$ 4 milhões, é insignificante perto do desvio de R$ 160 milhões. A devolução dos gastos com jatinhos para assistir jogos da copa e outras viagens alhures, pegaram até o salvador da Pátria, o novo ídolo ministro Joaquim Barbosa. Tudo pode ser um sinal que começam mudanças, não pelo respeito, nem pela educação, ou o patriotismo, mas pelo medo de serem execrados em praça pública. Se não “ouviram o brado forte” podem ouvir o “ficar a Pátria livre”...