Padre Antônio Taliari
Jornalista (DRT 3847/SC)
Missionário em Rondônia, estudando em Curitiba/PR
Neste, 14º Domingo do Tempo Comum, o Evangelho de Lucas, mostra que a missão parte de Israel e vai até o fim do espaço; a missão parte de Jesus e vai até o fim dos tempos. Só depois é que virá o Senhor: “Mas primeiro é preciso que o Evangelho seja anunciado a todos os povos”. A finalidade da missão não é vencer o mal, mas, sobretudo, que o nome dos discípulos missionários, no nome de Jesus, seja escrito nos céus, isto é, no próprio Deus. Jesus veio para nos dar a alegria de entrar na sua comunhão de Filho com o Pai. O discurso missionário em Lucas tem uma abertura: “a messe é grande”, isto é, toda a humanidade; quem conhece o coração do Pai não pode não ir aos irmãos e irmãs. Tem ainda uma imagem inicial que dá ‘cor’ à missão: “cordeiros no meio de lobos”, sob a bandeira do pastor que se fez cordeiro sacrificado. Vêm, na sequência quatro proibições que descrevem a missão na condição da pobreza; as precisões a respeito do anúncio do Reino: “dizei”, “ficai”, “comei”, “cuidai”, “dizei”. Este anúncio, necessário e urgente, acontece em meio à contradição e à rejeição. O conjunto se conclui deixando claro que a missão dos discípulos missionários é a mesma de Jesus, que foi enviado pelo Pai. A humanidade é roça madura para acolher a salvação. Onde há rejeição, há um “ai de vós” parecido com o de Lc 6,24-26, no contexto das bem-aventuranças. Não é uma ameaça, mas uma forma extrema de anúncio. O anunciador diz literalmente “ai de vós”; na verdade diz “ai de mim por vós!”: denunciando o mal, sofre com quem o rejeita, e, assim, faz a oferta suprema da salvação, que é feita a todos, também aos que a rejeitam, sem condições. Foi o que fez o Senhor na cruz, rejeitado por todos! A perdição de quem rejeita cai sobre quem é rejeitado. É o drama do amor não amado. Quem ama e não é amado não deixa de se oferecer. Este é o próprio horizonte da salvação, que não é negada a ninguém, mas dada a todos, sem exceção. Vê-se, aqui, a seriedade do dom e a gratuidade do amor de Deus, que se perde por todos os que se perdem! Esse é o “terceiro grau de amor” dos Exercícios Espirituais de Santo Inácio de Loyola. É o desejo de escolher a pobreza, a loucura da cruz, para se assemelhar ao Senhor amado. Este assemelhar-se ao Senhor já é missão. É a lâmpada acesa que ilumina. É aquele estar-com-Ele que transparece diante dos irmãos e irmãs. É aquele estar unidos à sua cruz que salva o mundo. Toda vez que avaliamos a missão devemos levar em conta essas palavras de Jesus. E só pode fazer esta avaliação, este discernimento, quem deseja tornar-se semelhante a ele na pobreza e no esvaziamento. Na volta da missão, Jesus revela seu sentido último. A gente só conhece com toda clareza o caminho quando chega a seu fim. Se a ‘cor’ da partida era a rejeição, a cor da volta é a alegria. Se “a messe é grande”, agora, nas coxilhas cobertas de grãos, “tudo canta e grita de alegria”. A alegria dos discípulos missionários contagia Jesus, pois o seu conhecimento de Filho foi revelado aos pequenos. Esta alegria, aliás, transforma-se em bem-aventuranças para os discípulos missionários, pois os seus olhos veem aquilo que os seus ouvidos ouvem: a realização de toda promessa e profecia. O “alegrai-vos” de Jesus aos discípulos missionários lembra o “alegra-te” do anjo a Maria. Ela se alegra porque concebeu o Filho do Altíssimo; eles entraram com Jesus no seio do Pai e podem dizer, nele e com ele, “Abbá”, quer dizer, “pai”! finalmente, aparece claro a finalidade última da missão: torna-nos perfeitamente semelhante ao Filho! O verdadeiro beneficiário da missão é o missionário, que se torna filho.
08/07/13 – Seg: Gn 28,10-22a. – Sl 90 – Mt 9,18-26
09/07/13 – Ter: Gn 32,23-33 – Sl 16 – Mt 9,32-38
10/07/13 – Qua: Gn 41,55-57; 42,5-7a.17-24a. – Sl 32 – Mt 10,1-7
11/07/13 – Qui: Gn 44,18-21.23b-29; 45,1-5 – 104 – Mt 10,7-15
12/07/13 – Sex: Gn 46,1-7.28-30 –Sl 36 – Mt 10,16-23
13/07/13 – Sáb: Gn 49,29-32; 50,15-26a. – Sl 104 – Mt 10,24-33
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