O Prêmio Soroptimista Violet Richardson homenageia jovens que estão fazendo a diferença através de seus serviços voluntários
São Bento - O trabalho desenvolvido por Paola Muehlbauer, de 17 anos, no Ciclo do Conhecimento do Colégio Global em 2012 visava inicialmente ampliar para as crianças a importância da doação de sangue. Porém, o que a jovem estudante do terceiro ano do Ensino Médio não imaginava é que o trabalho lhe renderia uma premiação nacional. Na última sexta-feira, dia 14, Paola recebeu o prêmio de terceiro lugar nacional do “Violet Richardson”, desenvolvido pelo grupo de Soroptimistas do Brasil.
A vontade de Paola de ajudar ao próximo vem de berço: nascida numa família cristã, a jovem sempre acompanhou os pais Joseane Terezinha Fary e Marino Muehlbauer nas atividades de voluntariado desenvolvidas pela igreja luterana são-bentense. Na igreja, Paola já integrava a liderança do grupo de jovens, além de participar do grupo de louvor, onde toca violino e canta, auxiliando nos cultos e participando das visitas aos doentes que não podem mais frequentar a igreja. A estudante do terceiro ano do Ensino Médio do Colégio Global também participa, desde o ano passado, da Orquestra de Câmara de São Bento do Sul, onde participa como segundo violino. “Todas essas ajudas que eu já realizava, contudo, não me deixavam satisfeita. Queria fazer mais, queria trabalhar em um serviço voluntário”, lembra.
A vontade a levou a procurar o Hospital e Maternidade Sagrada Família, que necessitava de voluntários. Porém, seus apenas 15 anos à época, a impediram de iniciar as atividades. “Era necessário ter 16 anos para ingressar como voluntária. Foi então que ouvi falar da Fundação Cidadania”, diz Paola. Na instituição ela foi aceita e iniciou um amplo trabalho que inclui o repasse de informações sobre a doação de sangue, o acompanhamento de doadores até Joinville, além de trabalhos internos na própria fundação, como atender telefonemas e conversar com o público.
PROJETO
O convívio com a doação de sangue foi o estímulo que Paola teve ao criar seu projeto para o Ciclo de Conhecimentos que o Colégio Global desenvolve. “Tinha que achar um problema e encontrar uma solução. Com base nisso, desenvolvi um projeto falando da falta de doadores de sangue no Brasil e propus a criação do Doador do Futuro”, explica.
Conforme ela, o projeto tem por objetivo levar para as escolas mais informações sobre a doação de sangue e sua importância, criando assim uma massa crítica com crianças e adolescentes, para que seja ampliado o número de doadores de sangue no País. Conforme dados levantados por ela, no Brasil, de cada grupo de 100 pessoas, apenas duas são doadores. “Um índice baixo para manter os estoques de sangue satisfatórios para atender a demanda nacional”, relata.
Para o projeto, a ideia é manter parceria com a Fundação Cidadania e ampliar as informações. “O objetivo é incentivar a doação de sangue nas escolas da nossa região, plantando no coração de cada criança e adolescente o anseio de tornar-se um doador”, diz.
Foi também através da Fundação Cidadania que Paola fez sua primeira doação de sangue. “No dia 19 de junho de 2012 nossa cidade contou com a presença de um ônibus do Hemosc, e assim tornei-me ainda mais ativa a minha participação nessa causa”, recorda Paola. Após isso, já doou sangue outras duas vezes, o que lhe garantiu inclusive a isenção da taxa do vestibular prestado à Udesc. “Sempre que vou doar sangue, minha mãe me acompanha, porque ainda sou menor de idade”, explica. Aliás, a família é sempre lembrada pela jovem, que lhe apoia em suas ações.
O PRÊMIO
O Prêmio Soroptimista Violet Richardson homenageia jovens que estão fazendo a diferença através de seus serviços voluntários. Todos os anos os clubes Soroptimistas homenageiam meninas de 14 a 17 anos, que oferecem seu tempo e energia às causas que fazem da comunidade e o mundo um lugar melhor.
Ao todo, são 33 clubes soroptimistas no Brasil e Paola foi inscrita para receber a condecoração pelo clube são-bentense. Sua dedicação ao próximo, através de seu trabalho voluntário, lhe rendeu o terceiro lugar nacional, com uma premiação de R$ 600, além de receber a boneca símbolo do movimento, que agrega às suas fileiras mulheres profissionais e executivas que desenvolvem trabalhos voluntários em 125 países.