Padre Antônio Taliari
Jornalista (DRT 3847/SC)
Missionário em Rondônia, estudando em Curitiba/PR
Neste, 11º Domingo do Tempo Comum, o Evangelho de Lucas, mostra que esta narração tem muitos elementos em comum com a unção de Betânia, que não aparece em Lucas. Aparentemente, há uma contradição: primeiro, o amor parece causado pelo perdão; depois, é causa do perdão. Na realidade, Lucas quer ensinar o que é a fé cristã: é o amor que esta mulher tem por Jesus, amor que deve ser lido à luz do primeiro mandamento. Esse amor é efeito e causa do perdão: enquanto perdoada, aquela mulher ama como resposta ao perdão; enquanto ama, está aberta a acolher o perdão, que é a forma mais sublime do amor.
Antropologicamente, amor e perdão se alimentam um ao outro, numa circularidade sem fim. Na casa do justo, irrompe uma pecadora, reconhecendo o próprio pecado e a misericórdia de Deus. Na casa da lei, onde era esperado porque convidado, Jesus convida para o banquete nupcial pelo pecador inoportuno e indesejado. Enquanto ela entra na alegria da dança de Jesus, o Esposo, os ‘justos’ olham desapontados para a ‘triste’ cena que se desenrola diante deles. De um lado, a mulher reduzida a um nada, que recebe a abundância do amor de Jesus, embebendo-se deste amor e devolvendo-o a Jesus. De outro, o fariseu auto suficiente e senhor de si, que conhece só o mérito, ignora o débito e o amor que, perdoando, o anula. O pecador, na verdade, não pode participar da dança do amor se, antes, não participar das lagrimas do seu pecado. A intenção da narração é persuadir o pecador do seu pecado de ‘meretrício’, pois ele quer, ‘merecer’ o amor de Deus. O amor é gratuito, o pecador ou a pecadora sabe disso graças à experiência do perdão, e ‘merecê-lo’ é prostituição, ou, para ficarmos no jogo etimológico, ‘meretrício’! essa relação de meretrício que o ‘justo’ instaura com Deus é, de fato, o único pecado direto contra aquele que é amor; por isso, não tem perdão. Só se pode sair dele pela conversão, pela mudança de direção, cujo primeiro movimento é o reconhecimento de que se é pecador. Na verdade, a conversão mais profunda consiste em reconhecer-nos pecadores e, portanto, necessitados de perdão. Jesus confirma aqui que é justamente aquele Deus que ele revelou: um Deus que ama e faz graça a todos, aos pagãos, inimigos, aos pequenos e aos pecadores. Conclui-se o delineamento daquele caminho de fé proposto a todos aqueles e aquelas que não viram física e historicamente Jesus. Quem crê no poder da sua palavra vence a morte, pois Deus visitou o seu povo como havia prometido a Israel. A casa da lei, a casa do justo, ou seja, Israel, foi escancarada a todos, já que todos têm necessidade de perdão, pois todos somos transgressores e não cumpridores da lei. Essa mulher representa, na verdade, o verdadeiro povo de Deus, que se reconhece pecador e necessitado de perdão. Ela entra de supetão, inesperada e indesejada na casa do justo, e ele vê-se perdido e por fora diante do que se passa aos seus próprios olhos. Ah! se ele pudesse entender que do banquete da lei só se participa mediante o amor que aceita o perdão e que aceita o pecador! Note-se, aliás, que é a lei que convida Jesus, mas é o pecador ou a pecadora que acolhe e o ama, porque se sente acolhido e perdoado.
ORAÇÃO E BÊNÇÃO
Que o Senhor nos abençoe e nos guarde, curando as nossas doenças, sarando as nossas feridas, aliviando as nossas dores, perdoando os nossos pecados e enchendo os nossos corações de Paz!
17/06/13 – Seg: 2Cor 6,1-10 – Sl 97 – Mt 5,38-42
18/06/13 – Ter: 2Co 8,1-9 – Sl 145 – Mt 5,43-48
19/06/13 – Qua: 2Cor 9,6-11 – Sl 111 – Mt 6,1-6.16-18
20/06/13 – Qui: 2Cor 11,1-11 – Sl 110 – Mt 6,7-15
21/06/13 – Sex: 2Cor 11,18.21b-30 – Sl 33 – Mt 6,19-23
22/06/13 – Sáb: 2Cor 12,1-10 – Sl 33 – Mt 6,24-34
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