São Bento - Por duas semanas, os estudantes do oitavo ano do Ensino Fundamental II do Colégio Global mudaram suas rotinas. O motivo foi a proposta apresentada pelo professor Guilherme Rodrigues, que resolveu abordar o senso da responsabilidade e da paternidade com os jovens. Para isso, trabalhou o conteúdo de forma diferente e inusitada: no período, cada estudante foi o responsável por um pintinho, 24 horas por dia.
“O objetivo é que os alunos aprendam sobre as responsabilidades de pais com os filhos”, explica ele. Assim, a simulação dos cuidados com outro ser são feitas com as aves. Os alunos acompanharam a trajetória dos pintinhos desde a sua “gestação”. Guilherme levou uma chocadeira à escola, onde os ovos permaneceram até o nascimento das aves. Há duas semanas, os alunos receberam os pintinhos e levaram-nos para casa. Antes, foi feita uma Certidão de Nascimento de cada animal, com direito a nome e indicando suas características, seu peso e seu responsável. É o peso, por sinal, que serviu de avaliação. As aves deveriam engordar nas duas semanas, mostrando que os alunos tiveram os devidos cuidados com seus “filhos”.
Na sexta-feira, dia 24, o resultado chegou ao fim, e foi comemorado tanto pela turma, quanto pelo professor idealizador. “Alguns sentiram ao entregarem os pintinhos. Tivemos algumas perdas, mas no geral a turma vestiu a camisa de verdade”, elogia Guilherme.
FAMÍLIA AUXILIOU
Um dos estudantes que preferiu continuar com a ave foi André Eduardo Stenzoski. Para ele, a atividade foi muito legal. “Toda minha família interagiu e me ajudou bastante”, conta o jovem. Conforme ele, sua rotina realmente sofreu mudanças para que os cuidados à ave fossem plenas. “Em casa ele ficava solto. Fizemos inclusive uma casa para ele”, explica. “No começo fiquei inseguro, mas com o passar do tempo fui pegando o jeito”, completa André.
Sobre os aspectos da paternidade, para o estudante isso foi positivo, já que foi possível conhecer melhor as responsabilidades de ser pai, mesmo que os cuidados tenham sido direcionados ao pequeno Teodor, nome dado ao pintinho. “Difícil não foi, ao contrário, foi extremamente positivo”, relata. Agora, a ave seguirá para o galinheiro de uma vizinha, onde compartilhará o espaço com outras aves. “Assim poderei continuar vendo ele todos os dias”, sorri André.
Eduarda Milena Baum Filhakoski foi outra que optou em permanecer com seu pequeno Denguinho, nome que batizou sua ave. “Foi muito legal e a atividade nos ensinou a ter mais responsabilidade. Foi quase como ter um filho”, descreveu. Para ela, a rotina não precisou sofrer grandes ajustes, porém cuidados extras foram necessários. “Minha família também ajudou bastante”, diz. Agora, seu pintinho seguirá para a chácara de seu avô, onde poderá compartilhar a companhia de outras aves.
Os demais pintinhos utilizados na experiência serão levados para chácara do professor Guilherme, onde receberão todos os cuidados necessários.