Fernando Tureck, prefeito municipal de São Bento do Sul, 32 anos, médico. Na política disputou sua primeira eleição e obteve 22 mil votos com uma candidatura pelo PMDB e fazendo dobradinha com o PT (vice), coligado PTB, PTdoB , PRP, PV, PCdoB, PSDC.
EVOLUÇÃO - Por que a ideia de coligar com o PT de vice?
FERNANDO TURECK - A ideia era fazer essa coligação para fortalecer o partido. Eu sempre dizia que o PMDB é um partido forte, mas para vencer uma eleição precisa ter uma seleção. E, essa foi a ideia. Juntar as principais lideranças do PMDB, com as principais do PT, fazer essa seleção e conseguir enfrentar de igual para igual a eleição. Você pôde acompanhar bem. Não foi uma eleição fácil, disputada voto a voto. Para a gente conseguir enfrentar um poderio econômico, de quem estava com a máquina no poder, você precisa ter um grupo forte. Essa foi a nossa intenção de conseguir se aliar com o PT. Tenho dito que não só para vencer a eleição, mas poder governar. Hoje conseguimos encaminhar uma série de projetos para Brasília tendo o apoio do deputado Mauro Mariani, do deputado Décio Lima, e também as portas abertas através do nosso vice Arildo no governo federal, por estarmos juntos com o PT. Como tem uma eleição para presidente no próximo ano a Dilma vai querer mostrar resultados em Santa Catarina, tudo isso facilita a busca por recursos.
EVOLUÇÃO - Isso revela que o senhor tem uma posição pró Mauro Mariani na disputa pela presidência do PMDB em SC?
FERNANDO TURECK – O Mauro é a grande liderança do PMDB na região, estrela em ascensão no PMDB do Estado. Agora se vai ter candidatura própria do PMDB ainda é cedo para discutirmos. Primeiro vamos passar pela eleição no partido, para depois dar esse encaminhamento. O Mauro como candidato seria uma grande novidade nessa eleição e com chances de vencer.
EVOLUÇÃO – A sua torcida é por quem?
FERNANDO TURECK – Até pela amizade que a gente tem com o Mauro, acaba tendo um grande carinho especial por ele. Mas eu confesso que acho que eles ainda irão se acertar. Acredito que não vai ter disputa. O Pinho deve ficar na presidência e o Mauro de vice. Lá na frente em abril, o Pinho assume o governo e deixa a presidência para o Mauro que conduzirá o processo.
EVOLUÇÃO – Prefeito jovem como o eleitorado queria, muitas expectativas e em apenas cinco meses também muitas críticas e até decepções?
FERNANDO TURECK – Críticas são naturais. Como a eleição foi disputada e a oposição tinha quase 50% dos votos é natural que esse pessoal acabe tendo um olhar um pouco mais crítico no início do governo. Entendo isso com naturalidade. O que acontece é que de início tomamos algumas medidas que podem parecer antipáticas, mas que visaram corrigir os rumos da prefeitura. Cito com exemplo a questão dos Condomínios Empresariais. Houve uma pareceria entre a Prefeitura e o Ministério Público, onde foi necessário fazer o despejo de uma série de empresas que estavam de forma irregular. Empresas que desde 2010 não tinham contrato com a Prefeitura. E, um grupo que sequer tinha passado pelo processo de concessão. Todo espaço público para ser utilizado tem que ser feito uma concessão. Então na hora que sai na mídia que a Prefeitura está despejando alguma empresa acaba surgindo uma impressão negativa. Podemos citar também a questão da Rodoviária, onde também havia um imbróglio. As concessões na Rodoviária são para transporte de passageiros. Havia empresas que estavam fazendo transporte de cargas e mercadorias. Isso era vedado. Entre 2004 e 2008, quando o Fernando Mallon era prefeito, ele tentou regularizar esta situação. Fez um aditivo nos contratos permitindo que estas empresas fizessem o transporte de mercadorias. O Ministério Público mandou então que no mesmo momento fosse cancelado esse aditivo e que permanecesse a autorização apenas para o transporte de passageiros. A Prefeitura de lá para cá, começou a fazer vistas grossas quanto a isso. Quando assumimos o Ministério Público veio novamente cobrar da Prefeitura uma atuação contra isso. Por isso foi necessário que notificássemos as empresas para que elas tomassem as medidas e se readequassem quanto a isso. E, quando alguém que tinha esta prática sente-se atingido acha que a prefeitura está fazendo algo de errado e para prejudicar as pessoas. Na verdade, a Prefeitura mais uma vez toma uma atitude antipática, mas está apenas cumprindo determinação para que as coisas caminhem de forma correta, dentro de um ordenamento jurídico.
EVOLUÇÃO - Este assunto está definitivamente resolvido?
FERNANDO TURECK - Sim. Caso alguma empresa esteja descumprindo, é preciso que seja feita uma denúncia para a Prefeitura ou para O Ministério Público para que sejam tomadas as devidas providências. As penas vão desde multa até a perda da concessão para usar aquele espaço.
EVOLUÇÃO – Somos de opinião que todo prefeito quando assume deveria tomar as medidas “antipáticas” logo no primeiro ano. O eleitor tem memória curta e depois acaba vendo que as medidas foram para o bem. Por que medidas drásticas também não são tomadas com relação aos passeios e acessibilidade em nossa cidade?
FERNANDO TURECK – Hoje temos visto na cidade uma grande quantidade de calçadas começando a aparecer. Algumas que podem dar impressão que fogem do padrão, mas estão na verdade dentro daquilo que preconiza a norma. Ali na frente da loja Rius, até surgiu uma certa polêmica se a calçada estaria dentro daquilo que é permitido. Até pedimos para a empresa segurar a obra, mas ela continuou. Fomos verificar e estava dentro daquilo que é permitido. Agora temos mesmo verdadeiras aberrações.
EVOLUÇÃO – Nós mesmos (página 3) iniciamos uma série de reportagens fotográficas mostrando algumas aberrações.
FERNANDO TURECK – Eu acho a tua sugestão extremamente importante, não como uma medida antipática, mas simpática com a população que quer vir para o centro, desde pessoas idosas com dificuldade de locomoção às senhoras que vem com crianças e carrinho de neném. É uma medida que realmente a Prefeitura tem começar a tomar.
EVOLUÇÃO – Tem gente reclamando que estamos mostrando coisas feias. Mas se estão em São Bento são nossas e só fica bonito sendo arrumadas e não permitindo que se faça novamente errado.
FERNANDO TURECK – Acho importante mostrar até para que chame a atenção e consigamos corrigir isto para fazer a cidade ficar bonita e acessível. Por coincidência hoje mesmo estava conversando com o Cássio, sobre a questão de acessibilidade que envolve não apenas a questão de calçadas. Rampas. Hoje qualquer estabelecimento para receber um alvará tem que possuir acessibilidade. Temos vários problemas com construções antigas, principalmente no centro da cidade e que não tem essa condição de acessibilidade. Caso haja uma troca de dono, alteração contratual, elas nem poderão voltar a funcionar no mesmo local.
EVOLUÇÃO - Para que chegássemos até seu gabinete não foi fácil. Não foi o senhor que construiu o prédio nem comprou. Mas, hoje é o administrador de São Bento do Sul de quem se espera que mude esta situação;
FERNANDO TURECK – É, a prefeitura teria que dar este exemplo, você acompanha que aqui não tem acessibilidade. Não há saídas de emergência. Se for feita uma vistoria aqui a coisa complica. Cabe até conversarmos com o tenente Ananias (Bombeiros) colocarmos aqueles alarmes de incêndio, aqueles springs. Agora é um prédio antigo que não comporta nem reformas, nem a estrutura da prefeitura, além de não oferecer nenhum tipo de acessibilidade. Na verdade temos que começar a pensar em médio prazo até num novo local para uma nova Prefeitura. O prédio comprado da Móveis Leopoldo, para ser um Centro Administrativo, por estar localizado em cima de dois rios, nada mais pode ser construído. Na verdade foi mais um imóvel antigo que acabou sendo comprado e que não resolve o problema. O ideal era ter sido um novo imóvel, afastado do centro e que pudesse ser construído um prédio moderno, acessível e projetado de acordo com normas de segurança e outras. Se somar o que foi gasto com isenção do IPTU, mas o que foi pago pelo imóvel e os gastos com adaptações, reformas e o que ainda tem para ser feito, daria para ter construído uma prefeitura nova, com um prédio de alto nível. As ações precisam ser tomadas a médio e longo prazo. Temos que pensar lá na frente.
EVOLUÇÃO – E as mudanças de horário? Em cinco meses três alterações.
FERNANDO TURECK – Na verdade reduzimos o horário, principalmente do prédio central pensando em economia. Principalmente na questão de custeio e do vale alimentação dos servidores. Os levantamentos iniciais estavam mostrando esta diminuição, porém um dos pedidos dos servidores na última assembleia, foi a volta ao horário anterior. Então como estávamos em negociação, havia reivindicações do Sindicato que não poderíamos atender, o que poderíamos oferecer acabou sendo cedido. Embora, volto a repetir. Estava havendo economia e era benéfico para o servidor e também para o usuário. O servidor acaba trabalhando menos e o usuário se beneficiava pois é o horário de maior atendimento já registrado. Por isso mesmo voltando ao horário anterior fazemos questão de manter aberto nesse período, das 12:00 às 13:30.
EVOLUÇÃO – Restaurante Popular, a chapa continua quente?
FERNANDO TURECK – Primeiro que não podemos falar em quebra do contrato e não renovação. O contrato venceu e ficou encerrado em 20 de dezembro de 2012. A própria CDL naquele momento não renovou para tentar uma nova negociação. Então não podemos falar em renovação. Durante o levantamento dos dados para fazer este novo contrato, percebeu-se que havia uma série de problemas na execução do contrato anterior, desde a prestação de contas até problemas de desvio de finalidade do contrato. Isso quer dizer que o contrato previa que o dinheiro fosse usado de uma certa forma e na prática estava sendo usado de outra. Isso é vedado. Por termos constatado isso não tínhamos como continuar com a negociação. Por isso como já estava encerrado não tinhamos mais como voltar. Temos procurado outras alternativas para que a população e a comunidade que usava não seja prejudicada. Estamos buscando uma parceria com o Governo do Estado para instalarmos aqui uma cozinha comunitária. Funcionaria semelhante ao que já tinha. A Prefeitura cede o espaço. O Governo do Estado faz toda a construção e equipa, e depois a Prefeitura administra e faz a manutenção. Para o usuário não tem custo nenhum e só serão atendidos aqueles de baixa renda, atestado por avaliação de Assistente Social. A aquisição dos alimentos de agricultores locais (agricultura familiar), não terão custo nenhum para prefeitura. O Governo do Estado é que fará a aquisição e o pagamento. Isso já proporciona uma grande economia. Também estamos procurando um local central e a comida será distribuída nos bairros, nas Associações de Moradores, Centro Sociais, CRAS, para que os moradores que necessitem não precisem se deslocar até o centro. Saímos de uma situação onde tínhamos problema com o contrato onde apenas um grupo era beneficiado (grupo de comerciantes) partindo para um novo modelo de cozinha comunitária. Sem custo para o usuário e vai atender exatamente a quem precisa. Encaminhamos no dia 20 de março para a Câmara de Vereadores o projeto para fazer a cessão do espaço para o Governo do Estado fazer a construção. O local será no bairro Schramm, onde os agricultores farão a entrega, ocorrerá o preparo e o restaurante será em uma área da antiga Móveis Leopoldo em área adaptada. A promessa do Governo do Estado é que até o final do ano seja iniciada a construção.
EVOLUÇÃO – E, o famoso contrato de gestão que ainda ninguém viu?
FERNANDO TURECK – Está assinado e sendo posto em prática. No dia que houve a posse, logo após sairmos do Centro Cultural, viemos aqui para a Prefeitura e os secretários foram empossados, e naquele momento receberam nosso plano de governo e assinaram os contratos de gestão.
EVOLUÇÃO – Poderia ceder uma cópia?
FERNANDO TURECK - Com certeza, O que não temos feito realmente é uma avaliação a cada três meses, pois nem haveria tempo hábil para que muitas metas sejam atingidas. Até porque cada objetivo, cada meta, tem um prazo.
EVOLUÇÃO - E, a oposição da Câmara está atrapalhando?
FERNANDO TURECK - Eu não diria atrapalhando. Tem coisas que precisam ser discutidas, conversadas para que tudo ocorra de forma mais tranquila. Um exemplo foi agora com a situação do reajuste, com algumas informações que foram passadas ou interpretadas de alguma maneira um pouco equivocada.
EVOLUÇÃO - Uma reunião com os vereadores aqui na sua sala não seria bom para esclarecer? Faltou habilidade política?
FERNANDO TURECK - Eu não diria que sim. Até porque todos os vereadores têm um grande conhecimento de administração pública e sabem porque da Prefeitura não poder dar o reajuste neste momento. Sempre temos conversado e na quarta-feira (29), haverá uma Audiência Pública na Câmara de Vereadores, onde a cada quatro meses vamos fazer a prestação de contas, mostrar relatórios o que é mais uma maneira de ter transparência e esse diálogo com os vereadores.
EVOLUÇÃO – Essa história da receita do Ipresb atrapalhar o aumento. Isso não era sabido? Não faltou comunicação e transparência? Não estaria mais ou menos como “a influência da saliva das formigas na rachadura das calçadas?
FERNANDO TURECK – Tem muita gente que quer aproveitar, tumultuar este momento . Realmente a receita do Ipresb não influencia no caixa da Prefeitura. Esse dinheiro nem é nosso, pertence aos funcionários o obedece uma legislação muito rígida. O erro ao meu ver é os rendimentos de aplicações serem somados apenas numericamente ao números da Receita para efeitos de cálculo e estabelecimento de limites. Vamos a um exemplo prático. Aplicações de R$ 100 mil rendem R$ 20 mil. Capital mais juros igual a Rid="mce_marker"20.000,00. Estes 20 mil que não entram no caixa da Prefeitura são somadas as outras receitas que elevam o limite para gastos com a folha. Mas esta diferença em reais não existe no caixa da prefeitura e aí surge o furo.
EVOLUÇÃO – Por que os comentários da contratação de inúmeros cargos comissionados...
FERNANDO TURECK – Na verdade não é isso. Não temos excesso de cargos comissionados. Mantemos padrão e não é isso que impacta nos gastos. Não está acima da média do que foi nas últimas gestões. Até estamos tentando fazer uma diminuição, uma readequação do funcionamento de algumas secretarias para que a gente possa diminuir o número. O importante é a população estar informada quanto a isto. Não é o número de comissionados que impacta a folha. Até porque muitos são cargos efetivos e que ganham apenas uma gratificação. Quase dois terços dos nossos diretores são funcionários de carreira ocupando um cargo de comissão agora. Então se você mandar esse pessoal embora a redução nos custos não será significativa ao ponto de poder conceder aumento para os demais. Este ano inclusive em dois meses, gastamos menos com salários que em meses iguais do ano anterior. Janeiro foi mais, pois foi computado o terço de férias e arcamos também com algumas questões trabalhistas.
EVOLUÇÃO - Inflação não é aumento salarial, apenas uma reposição?
FERNANDO TURECK – Nós não contestamos isto e nem achamos correto. O fato é que estamos trabalhando para poder cumprir com estas reivindicações. No momento frente ao números há esta impossibilidade. Caso ultrapassemos os limites de Responsabilidade Fiscal, uma série de sanções serão impostas. Os repasses dos governos Estadual e Federal serão cortados. Não poderemos mais fazer contratações. Então as creches que nós queremos abrir no próximo mês da Vila União e no Alpestre, não poderão funcionar. O Posto de Saúde da Mathias Nossol terá que ficar fechado. São uma série de fatores que acabam inviabilizando a administração.
EVOLUÇÃO – E, os casos de secretários com cinco meses de trabalho sendo exonerados para tratar de assuntos particulares e laser, sendo readmitidos na volta. Não fazem falta ao trabalho?
FERNANDO TURECK – O nosso principal compromisso é com o dinheiro público. Adotamos esta prática para que o funcionário não onere os cofres municipais para tratar de assuntos particulares. O importante é que a população saiba que enquanto ele está afastado não recebe qualquer tipo de renda da Prefeitura.
EVOLUÇÃO - Mas não está sendo priorizado o particular ao invés do público?
FERNANDO TURECK – De maneira nenhuma. Isso eram compromissos que já estavam previamente agendados, como ocorreu com o Daniel Lutz, com o Pedro Ivo. O que temos cobrado é um comprometimento, um trabalho de 24 horas em prol da prefeitura. Tem gente até que reclama das reuniões nos Bairros aos sábados, de ter que ir em reunião de moradores na sexta a noite. Mas, eu sempre costumo dizer: para quem entra no serviço público, para quem está trabalhando na Prefeitura não tem sexta, sábado nem domingo. Tem que estar 24 horas à disposição. É assim que eu me comporto e é assim que tenho que cobrar de todos os secretários.
EVOLUÇÃO – É por isso que eles ganham mais que os outros?
FERNANDO TURECK – Eu entendo que é assim.
EVOLUÇÃO – Também temos ouvido muitas reclamações que contribuintes ligam e não encontram as ditas “chefias”?
FERNANDO TURECK – Temos que esclarecer também que o trabalho dos secretários, diretores não se resume a ficar só na Prefeitura. Tem que verificar in loco certas situações. As vezes o secretário é mais útil fazendo este trabalho do que ficar sentado atrás de uma escrivaninha. Não dá para a gente governar trancado em uma sala.
EVOLUÇÃO- Então dá para dizer que o Pedro Ivo foi ver como está o cardume?
FERNANDO – Risos. Isto é um compromisso pessoal que há mais de um ano estava agendado.
EVOLUÇÃO - Prefeito, vamos falar um pouco de saúde que é sempre o calcanhar de todas as administrações e já que o senhor é médico a receita esta dando certo?
FERNANDO TURECK – A saúde independente da cidade acho que é sempre o ponto mais critico. Quando assumimos havia uma grande cobrança principalmente na questão dos medicamentos. Hoje a Prefeitura tem de forma obrigatória que disponibilizar mais de 220 itens de medicamentos. Quando assumimos tinha apenas 30 itens na farmácia. Já foram feitas três compras, mais de R$ 900 mil investidos em remédios para mantermos um mínimo de estoque. Como a falta era muito grande foi natural que no começo a medida que chegava já ia saindo. Estamos formando um estoque mínimo para que ninguém fique sem ser atendido. Hoje já são 200 tipos de remédios à disposição da comunidade, algumas faltas pontuais e logo estaremos resolvendo esta questão. Dentro da questão dos medicamentos o programa que estaremos implantando nas próximas semanas é o do Remédio em Casa. Beneficiará no primeiro momento todos aqueles idosos acima de 60 anos, hipertensos e diabéticos. A projeção é que ele cresça e possa atender de bairro em bairro. Num segundo momento serão atendidos os acamados, portadores de deficiência. A partir de julho já deverá estar funcionando e aqueles pacientes registrados não precisarão mais ir ao Posto todos os meses. Os remédios com dia certo serão entregues em casa.
EVOLUÇÃO - Upa, penitenciária, já se comenta que o terreno do Expoama será destinado para uma construção. Um legítimo cartão de visitas para cidade, em frente ao Pavilhão de Exposições que recebe milhares de visitantes, como foi o caso na recente Móvel Brasil?
FERNANDO TURECK – A dificuldade na destinação deste imóvel para São Bento é devido o terreno pertencer a Cidasc e não ao Governo do Estado. Estamos tentando fazer uma permuta para que este terreno volte para o Município. Eu não considero o local ideal para presídio, UPA ou Penitenciária. Diferente de outros gestores que apoiavam a vinda de uma unidade prisional para cá, eu sou contra. Acho que São Bento é uma cidade com características para o turismo, indústrias as quais temos que apoiar e apoiar a vinda de outros benefícios. Mais pavimentações, mais rodovias e não uma Unidade Prisional.
EVOLUÇÃO - Receita Estadual, Justiça Federal, SDR, tudo que é bom vai para Mafra. Temos informações e declaração do próprio Juiz Corregedor que uma vez aqui construída, Mafra será fechado o presídio e tudo transferido para cá?
FERNANDO TURECK – Repito. Não sou favorável a construção de presídio aqui na cidade. Acho que temos que discutir muito este assunto. Acho que foi uma maneira um pouco equivocada das gestões anteriores pleitearem esta Unidade. Temos outras prioridades e reivindicações a serem feitas. Sabemos que lugar de bandido é na cadeia mas não queremos o presídio aqui, ainda mais praticamente no portal de entrada da cidade. É mais uma bandeira que teremos que encampar.
EVOLUÇÃO - E a quimioterapia?
FERNANDO TURECK – É um assunto que defendemos durante a campanha e recentemente ainda conversamos com o vice governador Eduardo Pinho que é a favor. Até porque não representa nenhuma despesas a mais. A clínica existe, o médico existe e os medicamentos também. É simplesmente a troca do lugar onde é aplicado o medicamento facilitando a vida da nossa população. É mais uma decisão política. A expectativa é que até o final de julho saiam algumas novas portarias tratando deste assunto, dos centros de referência e das unidades de apoio ao Monacon. Se não acontecer teremos que fazer uma pressão maior em cima das nossas autoridades e representantes.
EVOLUÇÃO – Como está a equipe na Fundação de Esportes, questionamento que muitos estão fazendo?
FERNANDO TURECK - A informação que eu tenho é que na gestão passada ao contrário do que foi divulgado eram nove servidores comissionados. Agora são 12, mas já estamos fazendo um trabalho de remanejamento e já no próximo mês deveremos diminuir este número.
EVOLUÇÃO - E os acordos políticos, o DEM será o próximo?
FERNANDO TURECK - Nada mais sério. Temos mantidos boas conversas. O DEM é um partido em ascensão no município. Possui em seus quadros pessoas de grande atuação como o vereador Tirso e o Godoy. Temos um relacionamento de respeito mútuo. Nada a princípio para fazer com que eles embarquem no nosso governo ou tenham alguma aliança.
EVOLUÇÃO - Qual é maior pedra hoje no caminho prefeito Fernando?
FERNANDO TURECK – Hoje o que mais está atrapalhando é a questão financeira. Isto está causando um prejuízo grande para a nossa administração. Muitas pessoas imbuídas até de semear discórdia e boatos, dizem que antes estava tudo certo. Não queremos criar polêmica mas fatores atribuídos a administração anterior hoje estão comprometendo a folha de pagamento. Temos que restabelecer a verdade, foi mais irresponsabilidade do passado do que problemas da gestão de agora.
EVOLUÇÃO – Existe também um passivo judicial muito grande.
FERNANDO TURECK – É verdade. Hoje está tudo muito judicializado. São muitos habitantes recorrendo ao Ministério Público em busca de seus direitos, de medicamentos que não estão na lista do SUS, em busca de situações contra a Prefeitura. Essa ações representam um grande passivo. Também temos usado do mesmo expediente para aumentar a receita. Só neste início de governo foram mais de 500 ações ajuizadas para tentar receber débitos de contribuintes. Também estamos tentando um Refis para aumentar a arrecadação, facilitando as composições com os devedores. Das execuções fiscais que foram feitas até o ano passado, cerca de 80% já estavam prescritas.
EVOLUÇÃO – E, o Conselho de ex-prefeitos?
FERNANDO TURECK – Já estamos com o esboço do projeto de Lei para encaminhar para a Câmara criando este Conselho. Estamos lapidando o projeto para mandar para a frente.
EVOLUÇÃO – Foi um erro o edital para credenciamento da imprensa para divulgação dos atos e publicidade do Município, mas com preços diferenciados em uma escala não justificável, beneficiando uns e prejudicando outros?
FERNANDO TURECK – Estamos com um problema de divulgação pelo fim do contrato com a Empresa que fazia isto. Já estamos com um novo edital para contratar uma nova que deverá ser publicado no início da próxima semana, Houve críticas quanto ao edital de credenciamento e pedimos para segurar e já fizemos as alterações.
EVOLUÇÃO – Há muito comentário, inclusive interno de que o senhor é muito teimoso?
FERNANDO TURECK – Fico feliz que o pessoal pense assim. Afinal diziam que não seria eu que iria mandar na Prefeitura e isto está provando o contrário. Então tenho esta posição firme e que para mudar de ideia a pessoa tem que me convencer. Você citou bem: só não muda de ideia quem não tem ideia para mudar.
EVOLUÇÃO - Considerações finais.
FERNANDO TURECK – Eu agradeço pela oportunidade desta conversa. Mostrar o que está acontecendo, de medidas mais austeras que tivemos que tomar, mas também tem muita coisa boa. Na próxima semana estaremos enviando para a Câmara o projeto para compra dos notebooks para os alunos do nono ano. A entrega dos remédios em casa. Licitação dos notebooks para os professores dos anos finais. Pavimentação comunitária com redução da adesão. Enfim, tem muita coisa boa sendo feita. Só peço a compreensão e que as pessoas não deixem o assunto do aumento ser politizado. Isso não constrói nada. Se for apenas para desestabilizar a administração acho que está faltando bom senso para algumas pessoas. Todos são adultos, sabem o que está acontecendo e os funcionários não podem ser usados como massa de manobra. Isso é prejudicial para toda a comunidade. Para mim politicamente seria muito mais fácil levantar pela manhã e dizer estou dando 10, 15 e 20%de aumento. Para aqueles que tentam tornar isto um jogo político é preciso lembrar que o ex-prefeito Silvio Dreveck, ficou três anos sem dar aumento.