A cor da política municipal
- - Por Humberto Corrêa* - -
As notícias políticas dos meses de março e abril dão conta da volta – ou continuidade – de um problema tão antigo que dificilmente poderíamos estabelecer um marco referencial para o início desta desgraceira: a briga pelo poder que assola o Paço Municipal e seus secretários. O grande destaque dado pelos meios de comunicação a este assunto, neste momento, prende-se, também, ao fato de que os proprietários já fizeram a sua opção “eu mando, eu faço, eu apareço”. O que é poder? Inicialmente, devemos definir que o poder aqui tratado é o direito de agir e mandar.
É perfeitamente compreensível e aceitável o manifesto em redes sociais de indignação do povo com certas feições que a política municipal está assumindo, por conta de atos descomprometidos com a ética, moral e o bem estar da população. Destaca-se que a ética,m quanto a moral, têm por função disciplinar o comportamento humano, tanto no exterior (social), quanto o interior (pessoal). Prescreve deveres para realização de valores. Não implica apenas em juízos de valor, mas impõe diretrizes consideradas obrigatórias pela sociedade para a formação do individuo.
Mas o que é mais lamentável disto tudo? É que grande parte da população ainda não se deu conta de que a política, neste caso, por ser plural e representativa, assume feição que o povo lhe dá. Sendo assim, onde vigora a democracia, cada um de nós, cidadãos e cidadãs, é convidado a participar da pintura da tela ilustrativa do nosso quadro político.
OUTRA IMAGEM
Para que se possa reverter esse quadro e dar a política municipal outra imagem, não é necessária uma revolução com o intento de reescrever essa ciência. É preciso, sim, que cada um de nós escute a voz interior da sabedoria, da consciência e da percepção nos dizendo que Política – com “P” maiúsculo – é mais que política partidária. E que todos nós, consciente e inconscientemente, voluntária ou involuntariamente, fazemos política.
Enfim, intuo que devemos dedicar ao menos 10% das nossas energias para solicitar uma reforma administrativa no Paço Municipal e que este governo escute a voz do povo que o elegeu. Ou então dedicaremos este 90% de nossas energias à ignorância política e à ferrugem que corrói a base deste governo, comprometendo sua estrutura; é a moléstia que atrofia, impedindo o progresso de conquistas; é o combustível que alimenta os desmandos políticos administrativos.
*Professor de História, Filosofia e Ciências da Religião