Padre Antônio Taliari
Jornalista (DRT 3847/SC)
Missionário em Rondônia, estudando em Curitiba/PR
Neste, Domingo da Santíssima Trindade, o Evangelho de João, mostra que Deus, como também nós, pessoas, se revela aos poucos. Em todas as culturas e religiões, Ele se faz conhecer. Ao povo de Israel escolhido sem nenhum mérito, revelou-se como um amigo se revela a outro. Na plenitude dos tempos, em Jesus, abriu o seu coração como nunca havia feito antes e como nunca faria depois. Jesus se dá a conhecer como Filho do Pai, que o ama e ao qual ele ama de um amor que os une num único ser e, ao mesmo tempo, os distingue como uma pessoa se distingue de outra. Ao ‘Amor amante’ nós chamamos de Pai; ao ‘Amor amado’, de Filho; ao ‘Amor que circula entre os dois e os abre para o mundo e a humanidade’, Espírito Santo. Deus, como nos ensinou João, é Amor! E o amor é, ao mesmo tempo, três e um. Três: aquele que ama, aquele que é amado, o amor entre os dois. Um: união dos distintos sem eliminar a distinção. Como dizia Hegel: “O amor é distinção e superação da distinção”! Depois deste esforço de compreensão da ‘Santíssima Trindade’, buscamos no evangelho que pode estar aquém, do ponto de vista expressivo, desta conclusão, mas é um daqueles textos que está na base da fé cristã na Trindade. Jesus nos revelou tudo sobre Deus: não pode dizer-nos ou dar-nos mais do que disse e deu. Mas o amor supera todo conhecimento: há sempre algo a entender, algo que não é dito. O Espírito Santo nos fará entender o ‘não dito’ do que Jesus disse. O amor faz crescer o conhecimento, e o conhecimento faz crescer o amor. Antes da Cruz, da Ressurreição e do dom do Espírito, os discípulos missionários não eram ainda capazes de compreender toda a revelação feita em Jesus e por Jesus. Levada à sua plenitude histórica da morte e ressurreição do Filho feito carne, a revelação de Deus será atualizada e aprofundada no tempo da Igreja, até o fim dos tempos, pela ação do Espírito: o Espírito é mestre interior que prolonga nos discípulos missionários o falar da Palavra que se fez carne. Se o Evangelho nos fala de Jesus, o Espírito é a luz que o faz compreender e viver. E Espírito de amor nos faz ouvi-lo como história de amor. O Espírito é Espírito de verdade, que desmente o espírito da mentira que nos domina interiormente e engana o mundo desde o princípio. Ele nos introduzirá na verdade já revelada no Filho, tornando-a nossa verdade. trata-se de um processo, não de um ato. Processo dinâmico, uma caminhada de compreensão e de amor sem fim, infinito como a própria vontade de Deus. O falar do Espírito não substitui nem concorre com o falar de Jesus. Ao contrário, cessado o falar carnal e histórico de Jesus, o falar do Espírito em nós tornará sempre de novo presentes as palavras de Jesus. O Espírito não fala nada de diverso do que o Filho disse. Sendo amor, faz ressoar no coração o que ouviu no coração de Deus. Somente o amor torna presente o amado e compreensível as suas palavras. Três vezes no texto aparece o verbo ‘repetir’. O repetir, no sentido de falar de novo, anunciar de novo, interpretar tem tudo a ver com a estrutura e a existência a humana: para o ser humano, a realidade só existe enquanto ele a conhece; para o ser humano, vale a interpretação que ele dá da realidade. O Filho será glorificado nos seus irmãos, mediante o Espírito, que os fará viver com Ele. Jesus diz: “dei-lhes a glória que me destes” para que “o amor com a qual me amaste esta neles e eu neles”. O Consolador glorificará em nós o Filho amando o que é seu, a sua comunhão com o Pai, e comunicando-a a nós. No Espírito e pelo Espírito, somos introduzidos na comunhão que existe entre o Filho e o Pai. O Filho, na verdade, é um com o Pai: tem a sua mesma vida, a sua mesma glória, o seu mesmo amor e a mesma vontade de salvação. O Espírito comunica tudo isso a nós, introduzindo-nos no mistério da Trindade, amor entre Pai e Filho transbordado e derramado sobre toda criatura. Está e a obra do Espírito: glorificar o Filho nos irmãos, até que Deus seja tudo em todos.
27/05/13 – Seg: Eclo 17,20-28 – Sl 31 – Mc 10,17-27
28/05/13 – Ter: Eclo 35,1-15 – Sl 49 – Mc 10,28-31
29/05/13 – Qua: Eclo 36,1-2a.5-6.13-19 – Sl 78 – Mc 10,32-45
30/05/13 – Qui: Gn 14,18-20 – Sl 109 – 1Cor 11,23-26 – Lc 9,11b-17
31/05/13 – Sex: Sf 3,14-18 ou Rm 12,9-16b – (Is 12) – Lc 1,39-56
01/06/13 – Sáb: Ecl 51,12-20 - Sl 19 - Mc 11,27-33
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