O tijolo maciço de barro acompanha a história da construção no mundo e já foi o grande protagonista das construções no Brasil. Os primeiros exemplares datam de 7.500 a.C. e eram feitos de modo artesanal e secos ao sol. Depois da Revolução Industrial passaram a ser produzidos em larga escala e usados em diversos lugares. Atualmente, acabaram perdendo espaço para os tijolos convencionais (furados) que agilizam a construção e apresentam menor preço. Mas, felizmente, ainda há quem os aprecie e cultue! Pode-se dizer que, hoje, estes tijolos são muito utilizados de forma aparente (“a vista”) e atraem por seu charme, beleza e textura únicos. Caem bem em obras rústicas ou contemporâneas, combinam com madeira, metal, concreto, vidro, entre tantos outros materiais. Os tamanhos e tipos se multiplicaram e até é possível encontrar variedade de cores. Como vantagens de seu uso, podemos citar o conforto térmico e acústico; a resistência, a durabilidade e a versatilidade dos blocos – que podem ser usados como estrutura ou como acabamento.
Para obter uma parede de tijolo maciço aparente, podemos trabalhar com duas situações: a) se seu imóvel é antigo e foi construído com tijolos maciços: basta remover o reboco das paredes, verificar a integridade das peças e dar um acabamento adequado para que o tijolo apareça; b) no caso de uma construção nova: o tijolo maciço poderá ter função estrutural ou apenas de revestimento. No caso do tijolo ser usado como estrutura, as próprias paredes de tijolos sustentam a cobertura, dispensando ferros e concretos. A parede apresentará homogeneidade e não terá emendas. Se for usado como revestimento, um segundo material fará parte da parede além do tijolo: são usados para estrutura o concreto, a madeira ou o metal. Esta estrutura pode ficar aparente, ser disfarçada com tijolinhos ou ainda ser apenas pintada – e esta decisão vai depender do estilo de construção escolhido.
No caso da construção nova, algumas especificações são necessárias para obter o efeito esperado: inicialmente, escolha com atenção o tijolo mais adequado ao seu projeto, levando em consideração a qualidade das peças, seu formato, cor e custo. As cores mais comuns são em tonalidades de vermelho e laranja, mas existem peças mais claras. Os modelos e tamanhos também variam bastante, mas os mais comuns são os retangulares. Existe ainda a possibilidade de comprar um tijolo novo e aplicar um “efeito de demolição” ou procurar buscar uma peça antiga em obras prestes a serem demolidas ou em demolidoras (empresas especializadas na comercialização de produtos de demolição).
Após a escolha do material, é preciso definir como ele será aplicado na parede – e nesta questão pode-se optar por três tipos de juntas: junta seca, junta cheia ou frisada. Na junta seca, os tijolos são sobrepostos sem rejunte aparente – recebem a argamassa somente na parte de trás e parecem “encaixados”. No caso da junta cheia, o rejunte é nivelado na superfície do tijolo. Já no caso da junta frisada, o rejunte também é aparente, mas recuado com relação ao tijolo (há profundidade entre o tijolo e o rejunte).
(continua)