Com o “espírito típico da cidade”, estabelecimento iniciou sua trajetória em 1998 e hoje é padrão de qualidade da cozinha contemporânea
Em dezembro de 1998, Uwe Stortz, acompanhado de um grupo de amigos empresários, fundou a Cervejaria Alpenbier. O Alpenbier deu seus primeiros passos se enquadrando no conceito de microcervejaria. A fabricação das suas cervejas, de forma artesanal, chamou clientes do Brasil inteiro a conhecer e provar os deliciosos chopes draft e pilsen, novidades até então. Levada por uma sinergia entre cervejas e comidas, a gastronomia, como não podia deixar de ser, foi influenciada também pelo conceito germânico. Comidas fortes e encorpadas, como o Schlachttplate, o Eisbein, o Kassler, o típico Marreco Alemão, e que ainda fazem parte do cardápio, compunham um menu que, com o tempo, foi se atualizando e hoje é moldado, unindo novas e gostosas tendências com a tipicidade e o delicioso sabor das comidas de outrora.
CONCEITO DE INOVAÇÃO
Seguindo o conceito de inovação e dando lugar à microcervejaria, o Alpenbier, numa parceria com a distribuidora Decanter, inaugurou sua própria adega climatizada em setembro de 2008. São mais de trezentos rótulos – o cliente tem oportunidade de escolher, degustar e harmonizar o vinho no próprio restaurante, a preços de delicatessen. Os chopes e as cervejas, desde então, são provenientes das cervejarias Schornstein e Eisenbahn, que mantêm os altos padrões de produção germânicos, com um toque artesanal e com altíssimo valor agregado. Vide a carta de cervejas, que, além das marcas de mercado, oferece através destas cervejarias vários rótulos de diferentes fabricações, maltes e sabores, que vão desde a leve pilsen até a encorpada strong golden ale. Na vanguarda pelo bem-servir, o Alpenbier nos dias de hoje pratica uma gastronomia aberta às novidades culinárias, mas que não abre mão do cuidado, do apreço, do sabor e requinte que tanto marcam os sólidos princípios dos chefs mais experientes.
EVENTOS, NOITES TEMÁTICAS, ETC
Para renovar o espírito de confraternização, o estabelecimento realiza eventos, noites temáticas, degustações e almoços típicos, além de buffets customizados. Com capacidade para até 132 pessoas, com mezanino e espaço para eventos reservados, wirelles zone, adega e estacionamento próprio, a estrutura está voltada tanto para os encontros de negócios bem como para happy hours. “Ao turista amigo, estando em São Bento do Sul, para marcar ainda mais sua busca pelo verdadeiro espírito típico da cidade, o Alpenbier é ponto obrigatório. Após este breve relato, cabe finalizar afirmando que continuamos incessantemente a buscar melhorias, trazer novidades e aperfeiçoar nosso jeito de ser”, destaca o Restaurante & Adega Alpenbier em sua página na internet, a www.alpenbier.com.br.
DETERMINADOS PADRÕES
Rafael Beuther, 25 anos, bacharel em Gastronomia, com especialização em Vigilância Sanitária e Controle da Qualidade, cursando mestrado em Turismo e Hotelaria, atua no Alpenbier desde fevereiro de 2011. “Sempre gostei de cozinhar”, conta o chef de cozinha. “No Brasil, ainda há a cultura da mulher na cozinha, mas isso está mudando”, analisa. “Na Europa, por exemplo, o predomínio é de homens na cozinha”, completa. Em relação ao Alpenbier, gastronomicamente falando, Rafael destaca “principalmente os temperos utilizados”, entre elas as ervas frescas. As bases para os molhos e as carnes, enfatiza, são de primeira qualidade. “Sempre prezamos por isso”, diz.
A farinha de rosca, recentemente, foi substituída pela farinha japonesa do tipo panko, “que é muito mais crocante”. Ao cardápio foi acrescentado também o frango orgânico, isento de hormônios de crescimento. “Teoricamente é mais saudável e o sabor dele é muito melhor”, explica. Rafael também contou que existem determinados padrões. Por exemplo: por pessoa são 250 gramas de carne. “É o suficiente para a pessoa”, comenta. No caso da harmonização com vinhos, esta é comandada pelo maître Jackson Alexandre Vipievsky. O chef de cozinha do Alpenbier explica que, na aquisição de ingredientes para o preparo dos pratos, procura indicar determinadas marcas de sua preferência e, em alguns casos, faz as compras pessoalmente.
PRAZO INTERNACIONAL SEGUIDO
Questionado pelo Evolução, Rafael contou, a título de curiosidade, como se faz para servir simultaneamente, por exemplo, um grupo com várias pessoas – sendo que cada uma pediu um prato diferente. O segredo, conta, consta “em deixar tudo pré-preparado”. Ele acrescenta: “Também tem que haver uma organização da cozinha e da equipe de trabalho”. O prazo internacional para se entregar um prato é de vinte minutos. “Esse é considerado o tempo-limite”, revela. “Passado esse tempo, o cliente começa a perder a paciência. Então, tentamos atender nesse prazo”. Rafael Beuther destaca, porém, que mesmo com um prazo a ser respeitado, ele trabalha por prazer e “prezando pela qualidade”. Ele, que já trabalhou na França, faz uma comparação com a realidade de um município do interior, como São Bento do Sul. O chef aponta que lá os ingredientes são de “primeiríssima qualidade”. Para ele, “isso facilita muito trabalho”. O profissionalismo dos franceses é outro destaque. Lá, há equipamentos e instrumentos “que não existem aqui”, completa.
FUSÃO DE VÁRIOS ELEMENTOS
Entre os destaques da gastronomia atual, ele enfatiza a chamada “cozinha contemporânea”, ou seja, a fusão de vários elementos, técnicas e culturas à mesa. Um exemplo: filé mignón ao molho de figo, com azeite balsâmico e suco de laranja. “Isso já se considera cozinha contemporânea”. O chef comenta que é necessário sempre estar atento às novas técnicas, aos novos ingredientes, enfim, às mudanças do setor. Também destaca a importância de se estar atento a cursos de capacitação e atualização. “Você não pode ficar parado no tempo”, resume. No próprio Alpenbier há semanas temáticas ou jantares especiais, por exemplo. “Sempre temos que nos atualizar”, define. Rafael – professor de Gastronomia do Senac – analisa que “públicos diferentes” frequentam restaurantes em São Bento do Sul. Ou seja, em um bufê tradicional o cliente come mais e mistura muito mais as opções.