Atualmente, referência do município é Jaraguá do Sul
São Bento/Rio Negrinho/Campo Alegre – O ex-prefeito e atual vereador Fernando Mallon (PMDB) recebeu o Evolução em seu escritório de advocacia, nesta quarta-feira, para falar da campanha que pretende desencadear na região para que São Bento do Sul seja contemplada com o serviço de extensão de quimioterapia – tema já levantado inclusive no parlamento municipal. Atualmente, a referência do município é Jaraguá do Sul, conforme preconizado pelo Ministério da Saúde. Embora bastante consternado pela morte de sua esposa Annelize Beckhauser Mallon recentemente devido ao câncer – a ponto de se emocionar durante a entrevista –, Fernando demonstrou-se bastante motivado para levar a campanha às últimas consequências, inclusive à via judicial. Não obstante, ele destacou que existe a possibilidade de o governo federal baixar uma Portaria autorizando, já em maio próximo, a extensão para São Bento do Sul. “O que pode atrapalhar é a burocracia”, lamenta.
Mallon recorda que em 2004, depois da vitória nas urnas e antes de assumir como prefeito são-bentense, em uma reunião da Federação Catarinense de Municípios (Fecam) em Florianópolis, o então secretário de Estado da Saúde, Dado Cherem, propôs que a referência de São Bento do Sul deixaria de ser Joinville e passaria a ser Porto União – proposta logo negada por prefeitos do Planalto Norte. Assim, a referência passou a ser Jaraguá do Sul. Agora a luta é outra: justamente estender o serviço de quimioterapia para São Bento do Sul. De acordo com Mallon, as perspectivas podem ser boas se levar-se em conta que o profissional que presta o serviço em Jaraguá do Sul (Luiz Carlos Stoeberl) é de São Bento - e também porque o serviço particular já é prestado aqui.
EFEITOS
Quem precisa passar pelo tratamento via SUS enfrenta não só a quimioterapia, mas também toda a correria envolta no processo, necessitando sair de São Bento do Sul de madrugada, enfrentar o trânsito da ida, aguardar os procedimentos de outras pessoas, pegar o trânsito da volta e retornar somente à noite – sem falar nos efeitos colaterais da quimioterapia propriamente dita. De acordo com Fernando Mallon, o secretário municipal de Saúde, Deodato Hruschka, e o prefeito Fernando Tureck (PMDB) também já estão trabalhando para apresentar um projeto conjunto com Rio Negrinho e Campo Alegre para o governo estadual.
Mallon pretende fazer audiências públicas nas Câmaras de Vereadores dos três municípios e entidades como Associações Empresariais e Câmaras de Dirigentes Lojistas, por exemplo. Ele cita como primordial e indispensável a participação da Rede Feminina de Combate ao Câncer (RFCC), “que pode encabeçar oficialmente a campanha”. Fernando Mallon também frisa que é necessária a mobilização de toda a sociedade para fazer “uma pressão positiva” em cima das autoridades, fazendo com que o tema repercuta e tenha uma resposta prática em breve caso a Portaria do Ministério da Saúde não saia.