Finalizando nossa série sobre os principais tipos de tintas, veremos hoje as características de dois produtos que dão acabamentos a madeiras e costumam gerar dúvidas entre os usuários: verniz ou stain? Primeiramente, devemos entender rapidamente as propriedades da madeira: tecnicamente, ela é um feixe de fibras que sofre contrações e dilatações de acordo com o ambiente. Esse movimento contínuo de expansão e recolhimento causa desgastes, pois permite a entrada de água, microorganismos e insetos, como fungos e brocas. Os produtos de acabamento para madeiras visam proteger o produto destes desgastes.
O verniz é um acabamento de “poro fechado”, formador de um filme que cria uma película de proteção espessa e esconde os veios da madeira sob uma camada encorpada do produto. Esta película protege a madeira da umidade, mas também impede a saída de água, ocasionando bolhas na área envernizada quando a madeira está verde (úmida). Esta película, no geral, não acompanha completamente o movimento da madeira, e ao contato intenso com o sol pode gerar trincas e descascamentos ao longo do tempo. Para móveis e elementos internos, apresenta-se como uma excelente opção, uma vez que sua película mais “brilhosa” pode trazer mais “sofisticação” aos elementos. Há no mercado uma grande variedade de vernizes, alguns acompanhados por fungicidas, outros com filtro solar e ainda os que prometem uma película emborrachada capaz de acompanhar o movimento da madeira. Sua manutenção é mais trabalhosa: a reaplicação deve ser feita a cada dois ou três anos, e é necessário retirar toda a camada antiga com lixa, máquina ou removedor específico antes de aplicar a nova camada. Em geral, percebe-se o momento de se refazer a aplicação quando a superfície se torna “craquelada”.
Já os stains são chamados de “impregnantes”: penetram entre as fibras da madeira crua sem formar película, o que permite que acompanhem os movimentos naturais da madeira sem formar trincas ou descascar. São chamados de acabamento de “poro aberto”. Pelo mesmo motivo de não formar película, promovem uma aparência mais natural, apreciada pelos amantes da madeira em estado mais “bruto”. São indicados principalmente para elementos externos, sujeitos às intempéries (sol, chuva, vento...). Há no mercado os stains preservativos de madeira, com proteção fungicida, por exemplo, e há também os stains apenas para acabamentos, sem proteções extras. Uma grande vantagem é a manutenção rápida e barata, pois o stain não exige a retirada da camada antiga para a reaplicação, que deve ser feita também a cada dois ou três anos, em média.
A maneira como deve ser feita a primeira aplicação, acompanhando o sentido das fibras, é um dos pontos em comum entre vernizes e stains. Os valores também se equiparam: um bom verniz tem preço similar ao de um bom stain.