Evento do Fórum Industrial Sul reuniu as três Federações de Indústria, parlamentares, representantes do poder Executivo e lideranças setoriais da região em Porto Alegre, nesta terça-feira
Porto Alegre - Os três Estados do Sul intensificarão a atuação conjunta em defesa do carvão mineral. A definição foi tomada nesta terça-feira (2), durante reunião em Porto Alegre, liderada pelo Fórum Industrial Sul, que é formado pelas Federações das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), Rio Grande do Sul (FIERGS) e Paraná (FIEP).
O presidente do Sistema FIESC, Glauco José Côrte, destacou a importância econômica da atividade, informando que ao longo dos próximos dez anos, se viabilizados os projetos de geração já existentes, o carvão pode trazer investimentos da ordem de R$ 13 bilhões, dos quais pouco mais de R$ 2 bilhões em Santa Catarina, multiplicando por dez o número de empregos que o setor gera no Brasil. "O Fórum Industrial Sul está perfeitamente unido em torno da causa do carvão. Queremos recolocá-lo na pauta dos principais assuntos a serem debatidos no País e assegurar o espaço devido a ele na matriz energética nacional", afirmou Côrte.
O presidente da FIERGS, Heitor Müller, tratou o evento como um marco na redescoberta do carvão mineral como riqueza, cujos benefícios são viabilizados pelos avanços tecnológicos. "A paisagem das vagonetas do século 19 e das locomotivas maria-fumaça ficam como registro histórico de um ciclo que terminou. Na atualidade, o carvão responde por parcelas cada vez maiores na geração de eletricidade de inúmeros países, como Estados Unidos e China", disse. Nos dois países o mineral responde, respectivamente, por 40% e 79% da energia elétrica gerada, enquanto no Brasil a participação é de 1,3%, segundo a Associação Mundial do Carvão.
Os novos projetos de geração térmica a carvão podem dar segurança ao sistema elétrico nacional, mas dependem de uma política isonômica para o mineral em relação a outras fontes de energia. O envolvimento dos governos estaduais na pressão por uma política nacional estável para o setor é fundamental, segundo o presidente da Associação Brasileira do Carvão Mineral, Fernando Zancan. "Não estamos falando apenas na geração. Isso pode resultar, inclusive, na atração de fabricantes de equipamentos para as termelétricas", disse.
Ao final da reunião, o presidente da FIESC disse que, em paralelo ao trabalho conjunto por meio do Fórum Industrial Sul por uma política nacional, cada Federação também fará os contatos para o estabelecimento de políticas estaduais de incentivo aos investimentos e à extração do mineral. A FIESC vai debater estratégias e as próximas ações para a área no dia 11 de abril, durante reunião do seu Comitê para o Desenvolvimento da indústria do Carvão, em Florianópolis.
Também estavam na delegação catarinense em Porto Alegre, o coordenador do Comitê do Carvão da FIESC, Cláudio Zilli, o diretor de relações industriais da entidade, Henry Quaresma, o presidente do Sindicato da Indústria do Carvão, Rui Hülse, o deputado Valmir Comin, representando a Assembleia Legislativa, e o procurador Sérgio Pinto. A FIEP foi representada por João Arthur Mohr e entre as lideranças gaúchas, estiveram no evento o presidente da Assembleia Legislativa, Pedro Westphalen, o vice-governador, Beto Grill, o líder da Frente Parlamentar do Carvão Mineral do Congresso Nacional, deputado Afonso Hamm, e o coordenador da Frente Parlamentar em Defesa do Carvão Mineral da Assembleia Legislativa do RS, deputado Valdeci Oliveira.