Padre Antônio Taliari
Jornalista (DRT 3847/SC)
Missionário em Rondônia, estudando em Curitiba/PR
Neste, Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor, o Evangelho de Lucas, traz um longo relato: A Última Ceia. A Páscoa hebraica tem sua realização na ceia cristã. O cordeiro pascal é substituído pelo pão partido; o cálice da bênção, pelo sangue da nova aliança. Jesus celebra ritualmente com os discípulos missionários aquilo que ele realizará fisicamente pela morte na cruz e pela ressurreição. Além disso, ordena que os discípulos missionários façam o mesmo gesto em sua memória. Os irmãos, reunido à mesa, celebrarão a memoria do Senhor morto e ressuscitado, elevado ao céu e presente no meio deles; comem a sua páscoa, na esperança do seu retorno. A Eucaristia sintetiza o significado completo de tudo o que Jesus fez e disse; nela se vê o cumprimento da Lei, dos Salmos e dos Profetas. Nela, Deus nos faz sempre de novo o dom dos dons: em Jesus, ele se doa a nós mesmos. “Estou no meio de vocês como aquele que seve”. O texto traz a traição de Judas, onde o mistério da maldade humana chega ao seu ponto extremo. Também mostra que todos os discípulos missionários participam neste mal e que, para salvá-los, Jesus se torna servo de todos e dá a vida por todos: é este o sentido da vida. E retrata a Igreja que acolhe a ordem do seu Senhor: come e bebe o cálice do Reino e, assim, é associada ao seu destino de paixão e ressurreição. “Que tua fé não fraqueje”. Jesus adianta a posição dos discípulos missionários na hora da provação. Conhece as dificuldades de Pedro e dos outros, quando ele compartilha a sorte dos malfeitores: “Ferirei o pastor e dispersarei as ovelhas”. Em contrapartida, a graça e o amor do Senhor, ao invés de fraquejar, se manifestam plenamente nas quedas dos discípulos missionários. “Não a minha, mas a tua vontade”. Jesus experimenta a morte como todo homem: fim da vida, abandono de todo bem, abandono da parte de Deus. Ao mesmo tempo, porém, se entrega confiante nos braços do Pai. A noite última e definitiva do mundo, graças à atitude de tal confiança de Jesus, é iluminada pela fé plena de amor e pelo amor cheio de fé. A prisão de Jesus é o triunfo do poder das trevas, mas a sua vitória já anuncia a sua derrota. A cura da orelha do servo do sumo sacerdote é seu último milagre. Cessa toda a ação de Jesus. Começa a sua paixão. A sua ação foi particular e limitada; a paixão é universal e infinita: carrega sobre si todo o mal do mundo. Se ele começou a nos salvar com a sua ação, e conclui a nossa salvação com a sua paixão. Pedro vai estar como o Senhor na hora da provação? Não vai, na sua fraqueza e pecado; mas, vai, garças ao perdão e ao amor de Jesus. O Pedro verdadeiro não é nem o Pedro impetuoso nem o Pedro covarde, mas o Pedro amado pelo Senhor. Suas lagrima serão o seu batismo: purificarão o seu coração e iluminarão os seus olhos. De agora em diante, viverá do amor gratuito do Senhor. Ao ‘não’ de Pedro, corresponde o ‘sim’ de Jesus. Temos, neste trecho, um pequeno tratado de cristologia: Deus, assumindo em Jesus o rosto de todos os sem rosto, revela a sua essência escondida: amor misericordioso. Jesus é Cristo justamente enquanto se solidariza com o nosso mal; é Filho do Homem justamente enquanto é julgado; é Filho de Deus justamente enquanto condenado à morte. É na sua fraqueza que Deus revela a sua grandeza, que é amor, misericórdia e perdão. “És tu o rei dos judeus?”. Jesus é levado diante de Herodes e Pilatos porque só os romanos podiam condenar à morte, que era o que as lideranças judaicas queriam. Seu comparecimento diante de Pilatos e Herodes mostra a identidade própria da realeza de Jesus, coloca em crise nosso ideal de vida e nossa ideia de Deus.
25/03/13 – Seg: Is 42,1-7 – Sl 26 – Jo 12,1-11
26/03/13 – Ter: Is 49,1-6 – Sl 70 – Jo 13,21-33.36-38
27/03/13 – Qua: Is 50,4-9a – Sl 68 – Mt 26,14-25
28/03/13 – Qui: Ex 12,1-8.11-14 – Sl 115 – 1Cor 11,23-26 – Jo 13,1-15
29/03/13 – Sex: Is 52,13-53,12 – Sl 30 – Hb 4,14-16; 5,7-9 – Jo 18,1-19,42
30/03/13 – Sáb: Gn 1,1.26-31a – Sl 103 ou 32 – Gn 22,1-2.9a.10-13.15-18 – Sl 15 – Ex 14,15-15,1 – (Ex 15) – Is 54,5-14 – Sl 29 – Is 55,1-11 – (Is 12) – Br 3,9-15.32-4,4 – Sl 18 – Ez 36,16-17a.18-28 – Sl 41 ou Sl 50 – Rm 6,3-11 – Sl 117 – Lc 24,1-12
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