O descanso de 15 minutos dos servidores do município que trabalham até seis horas diárias está cortado. Em ofício enviado a todos os setores da Prefeitura de Joinville, a Secretaria de Gestão de Pessoas está proibindo os trabalhadores de realizarem a parada.
No mesmo documento, também é impedida a manipulação de alimentos dentro de prédios oficiais da administração municipal durante o expediente. O ofício, que começou a ser entregue aos servidores na quarta-feira, chegou às mãos de boa parte dos funcionários ontem.
Segundo Roberta Bonessi (PMDB), secretária de Gestão de Pessoas, a medida faz parte de um trabalho de rotina, que busca apenas estabelecer o bom andamento dos serviços.
— Não estamos fazendo nada que não esteja no estatuto. Não queremos impedir que o funcionário tome seu café. Ninguém é autoritário a esse ponto, mas cobramos o bom senso dos servidores —, disse Bonessi.
Para ilustrar os motivos da medida, Roberta cita que existem funcionários que demoram mais de uma hora para almoçar ou de outros lotados nas antigas secretarias regionais, que cozinham suas refeições dentro dos prédios oficiais.
— Não vamos impedir o almoço rápido. Mas não dá para deixar funcionário começar a cozinhar às 11 horas, comer do meio-dia até as 13 horas e ir embora às 14 horas —, reclamou.
A atitude gerou a revolta do Sindicato de Servidores Públicos de Joinville (Sinsej). O presidente da entidade, Ulrich Beathalter, pretende pedir ainda hoje uma audiência com a secretária.
— Isso é um absurdo. O servidor agora deve fazer o quê? Passar fome? Na iniciativa privada se tem esse período e que não iremos ter? Nem levar alimentos querem nos deixar levar. Vamos cobrar para que isso
não se realize —, critica.
Contraponto
Por meio da Secretaria de Comunicação, a Prefeitura de Joinville confirmou o envio do ofício da Secretaria de Gestão de Pessoas informando aos servidores a decisão de cortar os 15 minutos de intervalo para os funcionários que têm jornadas de até seis horas por dia.
Da mesma forma, a secretaria garante que foi dito para que cada gerente negocie com seus subordinados uma parada para alimentação. Ainda segundo a Prefeitura, a medida visa a educar os servidores que faziam intervalo próximos a uma hora.