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Joaquim Barbosa X João Figueiredo

Quarta, 20 de março de 2013

 

 

O ministro Joaquim Barbosa, atual Presidente do STF, exibiu comportamento inusitado contra um repórter, demonstrando viés autoritário, arrogante e truculento.

Aliás, não é de hoje que se conhece os destemperos públicos e ofensivos de Barbosa, que facilmente dispara sua “metralhadora giratória” contra tudo e todos, não importa onde e quando. Basta conferir os vários embates pessoais que ele travou com os próprios colegas de Supremo, que são autoridades não menos ilustres do que ele, durante as sessões planárias da Corte, com transmissão ao vivo pela TV. Barbosa é um comprador de brigas voraz, acostumado a xingar, a ofender e a desqualificar quem quer que esteja no seu caminho ou quem quer que lhe pareça inconveniente. Ou ainda - bem mais preocupante -, quem quer que com ele não concorde.

Desta vez, “sobrou” ofensas para o coitado do repórter, chamado de “palhaço” por Joaquim Barbosa. O atual Presidente da mais alta Corte do país mandou-o ainda “chafurdar no lixo, que é que você sempre faz”, frase esta quer é o equivalente mais preciso para chamar alguém de “porco”.

Caso Barbosa se tornasse Presidente da República, como no sonho pirotécnico de alguns articuladores políticos mais afoitos, estas facetas do caráter e personalidade dele, como a arrogância, a truculência e a violência gratuita, com certeza, ganhariam corpo, em novos e mais perigosos moldes. A nota pública de sua assessoria de imprensa nada vale para “desculpá-lo”, por que, afinal de contas, sequer é assinada pelo virulento ofensor.

Isto tudo demonstra o quão irresponsáveis são aqueles que cogitaram na possibilidade de Joaquim tornar-se candidato ao Palácio do Planalto. São pessoas que hoje assustam-se com o possível “candidatável”, cujo destempero ofensivo despejado covardemente sobre o “pobre” jornalista da ocasião (que, de fato, nada mais fazia do que o seu trabalho) evoca outros tempos e outras estórias.

As lambanças de Barbosa lembram as de Figueiredo.

Não faz muitos anos, o último general que ocupou a cadeira de Presidente da República (neste caso, ocupação por usurpação) não pestanejou ao ofender, gratuitamente, sem qualquer desfaçatez ou hesitação, toda a população do país, especialmente o povo mais humilde, quando assim afirmou numa entrevista à imprensa: “ - Prefiro o cheiro de cavalo ao cheiro de povo”. E arrematou com esta pérola da boa educação, quando o repórter perguntou o que ele gostaria de pedir ao povo na sua saída do Planalto: “- Me esqueçam!”

O general João Figueiredo foi atendido pelo povo a quem ofendeu: ele foi completa e literalmente esquecido.

O Brasil e os brasileiros, com a recuperação da democracia, livraram-se da arrogância, do autoritarismo e da truculência de quem representa os poderes de Estado e que é pago para isso, votado ou não. Temos um povo já malhado e maltratado o bastante, por bem mais de 25 anos, pela violência e arrogância de pessoas investidas de poder de Estado, num período que deixou marcas profundas em toda a população. Logo, se hoje os brasileiros não carecem (nem merecem) isso, até de parte de quem esteja transitoriamente ocupando o STF, merecem menos ainda que alguém com inclinação a tais práticas volte a sentar-se na cadeira n.º 1 de comando do Palácio do Planalto.

 

Contribuição de Rogério Guimarães de  Oliveira. Email: rgo@via-rs.net



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