Pedro Alberto Skiba (Reticências)
Diretor do Jornal Evolução
Conselheiro da Ordem dos Jornalistas do Brasil
Patrono da Associação Catarinense de Colunistas Sociais (ACCS)
Membro da Academia de Letras do Vale do Iguaçu (Alvi)
Vice-presidente do Conselho Deliberativo da Federação Brasileira de Colunistas Sociais (Febracos)
Diretor de Comunicação da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo (Abrajet/SC)
Consul do Poetas del Mundo
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Dizem que pior que não mudar de ideia ou opinião é não ter ideia ou opinião para mudar. Contrariando aqueles que me acham radical e irredutível, sei ouvir, analisar, reconhecer e mudar de ponto de vista. Talvez quando não mudo é porque os argumentos não foram convincentes ou a capacidade de me convencer não foi exercida com tanta competência, a ponto de. Fui um dos precursores e que, de microfone em mãos, foi às ruas com palavras de ordem pedindo a construção de um presídio em São Bento do Sul. Pois bem. Mudei de opinião e hoje sou totalmente contra. Explico: mesmo com pessoas da comunidade doando de seus próprios bens para ali o Estado construir, tudo foi tratado com muito descaso, promessas e justificativas, inclusive picuinhas. O Estado também deve até hoje a visita da secretária de Justiça e Cidadania, que deixou todos chupando no dedo. O Zé Promessa – ou Pinóquio –, então, nem se fala. O mesmo deputado Silvio Dreveck (PP) criticou os que são contra e pediu que estes façam sugestões. Arrisco-me, meu caro. Assim como o governo do Estado prestigia a vizinha Mafra e talvez seus líderes sejam mais representativos, lá já existe um presídio. Que o mesmo seja ampliado! Deve ser mais barato e não precisa de investimento em terreno. Lá estão a Justiça Federal, a Receita Estadual e a pomposa Secretaria de Desenvolvimento Regional. Para finalizar, fui conversar com autoridades do Judiciário, que se mostraram também contrárias a tal evento, justificando terem passado por experiências em outros municípios – onde as promessas não foram cumpridas e a Unidade Prisional passou a ser apenas mais um problema. Falta de segurança, excesso de lotação, efetivo só no dia da inauguração. Promessas... promessas... promessas... e problemas. Creio que uma audiência ouvindo a opinião pública e das autoridades constituídas seja o melhor caminho.
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O que poucos enxergam
Assim como algumas doenças agem silenciosamente, o assunto que vou abordar o faz, mas de maneira benéfica e que as pessoas demoram a perceber. O ensino, a formação, ainda são o melhor dos investimentos. Os que reclamam do preço da educação devem experimentar a ignorância. Sabemos das deficiências da nossa educação, do desestímulo aos professores e mestres, da precariedade das instalações e da não atualização dos métodos. Muitas pessoas reclamam da falta de oportunidades, mas esquecem da formação. O fato é que a “indústria” do ensino age silenciosamente e movimenta uma economia considerável. Vejamos: cada curso técnico ou universitário atrai candidatos das mais variadas regiões e cidades. São investimentos em prédios, instalações, laboratórios e mão de obra altamente especializada, no caso os professores. Cursinhos se multiplicam e disputam os candidatos. Uma vez aprovados, matrícula e mensalidade são recursos que entram na economia do município. A população aumenta e o consumo acompanha. Querem um exemplo? Apenas em um curso na Udesc neste ano, dos trinta e cinco matriculados, trinta e um são oriundos de outras cidades. Na semana conheci três jovens, um de Videira, um de São José e outro de Florianópolis. São pessoas que até o ano passado não estavam aqui. Aqui não recebem salário, a exemplo de outros profissionais e que muitas vezes irão gastar em outras cidades. Eles gastam aqui, seja no aluguel, diarista, supermercado, baladas, bares, restaurantes, padaria, transporte, além de deixarem nos cofres da entidade as mensalidades. Então são recursos que somam no nosso PIB silenciosamente e movimentam nossa economia. Portanto, vamos tratar bem estes jovens e olhar com olhos diferentes para os cursos universitários que podem movimentar um contingente de pessoas e recursos como qualquer fábrica ou comércio, além de estarmos produzindo gente de qualidade e formação para um mercado cada dia mais exigente. Já imaginaram Medicina, Odontologia, Enfermagem e outros mais? Acorda, São Bento.
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Interessante
Num país de desdentados, em que, aos 50 anos, metade da população se encontra nestas condições e 60% dela não recebem assistência odontológica do governo, o SUS (Sistema Único de Saúde) passa a atender também implantes mamários com finalidade estética. Que tal uma peituda sem dentes? Não é tara rir...
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Mosquito da dengue já mora em São Bento
Atraído não pelas oportunidades ou incentivos, mas pela falta de cuidado, o mosquito da dengue já chegou em São Bento. Terça pela manhã recebi a visita de uma equipe com três agentes comunitários que estão colaborando na campanha para eliminação dos riscos. Através delas fiquei sabendo que já foram encontrados três focos do mosquito, detectados através de armadilhas que são armadas a cada cem imóveis. Um trabalho incansável e de muita dedicação que precisa da colaboração de toda a população. Os locais até agora identificados com mosquitos foram o Centro (no banco Itaú da Travessa José Zipperer) e os bairros Boehmerwald e Serra Alta.
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O projeto de reeleição
“É uma lógica de governo que pode levar à reeleição, que pode manter a base política de apoio. Ele se encaminha para uma reeleição não por causa de um bom governo, mas pela falta de adversários. Mas também fica sujeito a ser derrotado por alguém que encarne esse sentimento de rompimento com o que está estabelecido”. (Ubiratan Rezende, ex-secretário da Fazenda e Conselheiro de Raimundo Colombo, sobre o projeto de reeleição).
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Poeira na lama
Secretários e assessores diretos do prefeito Fernando Tureck assustados com seu ritmo de trabalho. Dizem que o homem é um trator e que faz poeira na lama. Lembra o ex-governador Konder Reis, que, por ser solteiro, não dava folga para seu staff, marcando viagens e reuniões fora de Florianópolis todos os finais de semana. Relatam que Tureck faz reuniões depois das 18:00 e sem ter hora para terminar. “Prefeitura nos bairros” quinzenalmente, aos sábados, e ele vai impondo sua marca. Também quer que secretários lhe tragam soluções e não problemas. Já teria alguém na marca do pênalti por não se enquadrar nas diretrizes.
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Pedradas do Pedroka
Campanha pela vida: “Cada um cuide da sua!!!”
Dois bêbados conversando em Florianópolis:
- Vou pegar o ônibus da meia-noite.
E o amigo:
-Por quê?
- É que o da meia-noite tem SKOLta.
- Tá se achando?
A loira: - Ainda nem me perdi.
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Na canela
Funcionário querendo impressionar o chefe durante uma reunião: “Eu já ‘di’ um feedback sobre o assunto”. Doeu!!!
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A pedra no sapato de Colombo
Eleito na convenção de sábado, o deputado Mauro Mariani ficou com o cargo de vogal e é o único integrante de Santa Catarina na executiva nacional do PMDB, comandada por Michel Temer. Mariani é defensor da aliança nacional com o PT. Mas não trata a aproximação com o PT em Santa Catarina como obrigação. “Depende da cada Estado. Se for possível (coligar-se ao PT em SC em 2014), melhor”, diz o deputado, defensor da candidatura própria do PMDB. Ele considera “remotíssima”, senão impossível, a possibilidade de ser vice de Colombo. “Seria brigar com minha consciência. Colombo é uma pessoa fantástica, mas não acredito no governo. Se estivesse bem, tudo bem, mas qual o motivo de o PMDB apoiar a reeleição de Colombo?”, indaga Mariani, dizendo que a candidatura própria ao governo do Estado é desejo de “mais de 90%” do partido. Não foi de graça que Mariani coordenou a coligação em São Bento do Sul. O PT comanda Mafra e Porto União no Planalto Norte.
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Então tá!
Deputado Silvio Dreveck, em matéria de “A Gazeta”, defende o governo Colombo e justifica que o mesmo já aplicou em São Bento do Sul mais de Rid="mce_marker",5 milhão em obras. Interessante. Então para que serve um deputado? Dreveck está em seu segundo mandato e já anuncia concorrer a um terceiro. Quais os benefícios para São Bento do Sul e região? O salário atual do deputado é de R$ 20 mil mensais e as diárias são de R$ 670,00, “para visitar as bases” – que engordam o salário. Auxílio moradia de R$ 4,5 mil. Vinte e dois servidores comissionados à disposição de seu gabinete. Mais R$ 6 mil de verba indenizatória. Por baixo, R$ 100 mil mensais, Como o deputado já está no sexto ano de mandato, são 72 meses, que, em valores atuais, resultam na bagatela de R$ 7,2 milhões. A relação custo/benefício é assustadora. Agora imaginem quanto foi gasto nas duas campanhas para se eleger. Depois reclamam do custo-Brasil.
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E por falar em custo-Brasil...
Mais de quatro mil servidores públicos federais recebem acima do teto de R$ 26 mil mensais. Alguns chegam a ganhar o dobro. Este é o verdadeiro custo-Brasil.
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Parabéns, Tiririca
Então o palhaço Tiririca, que obteve mais de 1,3 milhão de votos – e todos acharam que iria envergonhar a Câmara dos Deputados – está dando exemplo de dignidade e respeito. Primeiro já anunciou que não irá concorrer à reeleição, pois se diz decepcionado com a política. Segundo: vai trabalhar no circo onde se julga mais útil e é o verdadeiro lugar para se fazer palhaçada. Terceiro: está entre os mais assíduos deputados, não tendo uma só falta durante a legislatura. “Se todos fossem iguais a você”.