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Familiares ajudam a contar história de cardeal catarinense que participa do conclave no Vaticano

Domingo, 10 de março de 2013

 

Dom João Braz de Aviz, nascido em Mafra, é um dos cinco brasileiros na eleição do novo papa

 
Familiares ajudam a contar história de cardeal catarinense que participa do conclave no Vaticano Jessé Giotti/Agencia RBS
Dom João (terceiro a partir da esquerda, de paletó branco) com os pais, os sete irmãos e outros familiares Foto: Jessé Giotti / Agencia RBS

– Lembro que o Joãozinho era ainda uma criança quando dizia: “Eu quero ser
bispo!” – conta a tia do cardeal Natália de Aviz Hack, de 83 anos, que ajudou a cuidar do sobrinho na infância.

Desde cedo, a brincadeira favorita de João Braz e do irmão José Amauri – exatamente um ano, um mês e um dia mais velho, mas criado como se fosse gêmeo – era fazer de conta que estavam celebrando a missa. Para isso, empunhavam a bíblia sagrada em pose solene e usavam objetos de casa para simular o cálice sagrado.

Juntos, os dois irmãos entraram no seminário e, lado a lado, trilharam boa parte do caminho do sacerdócio, sendo ordenados padres no mesmo dia, em 26 de novembro de 1972, até que João resolveu seguir o antigo sonho do episcopado. Atualmente, padre Amauri é vigário em uma paróquia no Lago Sul de Brasília.

João Braz de Aviz é um dos oito filhos que teve o casal João Avelino de Aviz e Juliana Hack, e um dos três irmãos da família a tomar o rumo da vida consagrada. Desde criança conviveu com o catolicismo – o nome Braz foi escolhido pela devoção dos pais ao santo, padroeiro das doenças da garganta –, sentindo pela primeira vez a vocação para o sacerdócio aos sete anos de idade.

— Ele era muito esperto, muito ativo. Quando chegava, já corria pra trepar no pé de pera, pra tirar e fazer doce – conta a prima Amália Grein, que vivia com a família em uma propriedade rural no interior de Mafra, onde recebiam a visita dos Aviz.


>> Página do DC traz notícias sobre a sucessão no Vaticano

Trabalhando nas lavouras e como ajudante em açougues, João Avelino e a família viviam como empregados em fazendas da região – nunca tiveram uma casa própria em Mafra. Certa vez, apareceu na cidade um homem interessado em conhecer a casa onde dom João havia nascido.

— Ele queria comprar de novo aquele terreno para fazer um memorial da família, mas é impossível. Não existe esse lugar, porque eles viviam de agregados nas propriedades – conta o primo Mário Luiz Hack.

Antes de se tornar cardeal, dom João tinha o hábito de visitar a cidade natal na época do Dia de Finados. Nos arredores da localidade onde nasceu, em uma longa estrada que começa às margens da BR-280, fica o pequeno cemitério onde estão enterrados seus pais, mortos ainda na década de 1980. Ali ele costumava conduzir uma celebração simples, para a família e os moradores da redondeza.

O estudioso

Ordenado padre em 1972 e bispo em 1994, dom João aprendeu a falar e a escrever em latim, italiano, alemão e espanhol – em 2011, revelou que ainda precisava melhorar o inglês. Há dois anos, vive em Roma, onde já havia morado durante os estudos de Filosofia e Cristologia, e após passar sete anos como arcebispo da arquidiocese de Brasília.

Foi na capital federal que sua faceta carismática tomou rumos internacionais quando, em 2010, presidiu o Congresso Eucarístico Nacional – ocasião que lhe rendeu visibilidade e prestígio, ao reunir cerca de 100 mil pessoas em uma só cerimônia.

Feijão

Em 2012, um grupo com mais de 20 familiares e amigos, das várias localidades
por onde dom João passou em sua trajetória, organizou uma viagem a Roma para participar da cerimônia de sagração. Na bagagem, cada um levava um pacote de feijão – a pedido do próprio Aviz – e algumas iguarias sulistas, como pinhão e erva-mate.

— Ele gosta de comida simples: arroz, macarrão, bife. Gosta também de um aperitivo, uma cachacinha antes das refeições — conta o primo Tarcísio Mildenberger, que mora na cidade vizinha de Rio Negro e esteve em Roma no ano passado.

O carisma

Em Mafra, João de Aviz é uma espécie de figura ilustre para a comunidade católica: um homem de hábitos simples e ouvidos disponíveis, cuja precoce partida – mudouse ainda criança, por volta dos cinco anos de idade, para o interior do Paraná – não impediu que deixasse marcas.

— É uma pessoa muito carismática. Se você conversar com ele por 10 minutos, vai ver do que estou falando – garante Tarcísio.

Quando esteve em Roma, ele e dom João gravaram vídeos com mensagens do cardeal para os familiares da terra natal. Dom João enviava suas bênçãos, agradecia pelas lembranças e pedia força a todos. Na igreja matriz São José de Mafra, um livro antigo guarda ainda o registro do batizado de João Braz de Aviz – provavelmente a mais contundente prova material de sua origem mafrense.

O jipe

Depois que se mudaram para o Paraná, os Aviz costumavam viajar de vez em quando até Mafra, para visitar a família, no jipe quatro portas que João Avelino havia comprado quando os negócios prosperaram.

A viagem de 420 quilômetros levava cerca de um dia para ser feita e o carro, que além da família trazia um enorme carregamento de charque, chegava ao destino envolto pela lama das estradas. Nesta época, João Braz devia ter por volta de 16 anos, mas já sabia dirigir.

O pai autorizava que os meninos guiassem o jipe da família, desde que o lavassem depois – o que João fazia acompanhado pelo irmão, José. 

— Até hoje tenho trauma de água, porque os dois jaguaras numa dessas me jogaram dentro do tanque. Eram uns cacos. Depois me acudiram, claro – conta o primo Mário, que é 10 anos mais novo do que João — Eu devia ter seis anos quando isso aconteceu. Que pecado! – completa.



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