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Mulheres cometem menos infrações nas estradas, garante engenheiro de de trânsito

Quinta, 07 de março de 2013


 

Baseadas no histórico dos clientes, seguradoras de veículos cobram menos quando elas dirigem

 
Mulheres cometem menos infrações nas estradas, garante engenheiro de trânsito  Junior Careca/Especial
Elsa Amaral da Silva e Alessandra Machado de Sousa são as poucas mulheres instrutoras da Capital Foto: Junior Careca / Especial
Claudia Nunes

 

Elsa Amaral da Silva já trabalhou em um posto de combustível na Capital. Fazia a troca de óleo, abastecia os carros e recebia os valores dos pagamentos dos motoristas. Hoje, aos 40 anos, atua como instrutora de trânsito e se prepara para ser diretora de ensino de uma autoescola. Em ambos os cargos, o gosto pelos veículos a acompanhava. Prova disso é que a instrutora passa até 12 horas dentro de um automóvel nos dias de trabalho.

– Eu poderia dar aula teórica também, mas prefiro estar na rua, ficar sempre em movimento. As mulheres têm mais paciência para o trabalho, são mais delicadas – acredita Elsa da Silva.

Horácio Figueira, consultor de Engenharia de Trânsito da empresa Hora H Pesquisa, Engenharia e Marketing, concorda com a instrutora de trânsito. Segundo ele, as mulheres refletem melhor sobre suas ações, o que auxilia no momento de dirigir um veículo. Em 2007, Figueira realizou uma pesquisa inédita em São Paulo sobre o número de infrações que os motoristas cometem por quilometragem e por tempo. Da amostra de 628 veículos, 67% eram conduzidos por mulheres. Ainda assim, elas foram as que cometeram menos infrações.

Seguradoras veem menos riscos entre as mulheres

– As seguradoras (de veículos) já têm essa estatística. As mulheres são as que mais dão seta (sinal usado no carro para indicar uma mudança de direção), mais usam cinto de segurança e pouco ultrapassam o semáforo vermelho. Minha única dúvida é sobre a infração relacionada ao uso de celular no volante. Porém, vejo com ótimos olhos as mulheres nos ensinando a dirigir – afirma Figueira.

Nas corretoras de seguros, uma simulação de contrato comprova a diferença de preços praticados para homens e mulheres. Uma pessoa da mesma idade e com o mesmo automóvel pagará menos por uma apólice se for do sexo feminino. A diferença varia de acordo com a seguradora de veículos, mas pode chegar a R$ 300.

Bruno Pires, corretor de seguros da C'Davila, de Florianópolis, afirma que atualmente homens até cinco anos mais velhos do que as mulheres gastam mais com o seguro automotivo.

– As seguradoras fazem estatísticas de acidentes e furtos com base nos próprios clientes. É engraçado que a gente fala que a mulher bate mais o carro, mas, na verdade, ela se envolve em acidentes de menor porte na comparação aos homens.

A instrutora Alessandra Machado de Sousa garante que nunca se envolveu em acidente no trânsito – e olha que o carro é quase a sua casa. Há seis anos, ela trocou as salas de aula pelo ensino em movimento nas ruas da Capital, e se tornou a única mulher entre os 15 instrutores da autoescola em que trabalha.

– Eu amo o que faço. As experiências que trocamos com os alunos durante as aulas são bem legais, e a gente também acaba sendo um psicólogo para eles – diz.



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