Padre Antônio Taliari
Jornalista (DRT 3847/SC)
Missionário em Rondônia, estudando em Curitiba/PR
Neste, 5º Domingo do Tempo Comum, o Evangelho de Lucas, traz a vocação dos discípulos missionários, situada depois do discurso inaugural e da manifestação do poder da palavra e mostra os seus efeitos eclesiais. No Evangelho de Lucas, os discípulos missionários já estão na barca de onde Jesus fala: a barca simboliza a Igreja. Encontram-se distantes da costa, trabalhando duro: as dificuldades da pesca em alto mar simbolizam os reveses da missão. Depois de uma noite de trabalho inútil, em obediência à palavra de Jesus, recolhem uma quantidade inusitada de peixes: a comunidade precisa confrontar-se com a palavra de Jesus e obedecê-Lo para obter os frutos da bênção prometida. É assim que o discípulo missionário, como Maria, concebe! É preciso atentar para um detalhe escondido na língua grega: o verbo para ‘conceber’ e para ‘capturar’ os peixes é exatamente o mesmo. O resultado é que as duas, Maria e a barca, ficam ‘cheias’, mas não afundam. Temos aqui uma imagem da Igreja, que, conduzindo os irmãos perdidos à salvação, na realidade concebe o Filho que se fez último dos últimos. Só quando o último estiver salvo e Deus, como diz Paulo, for tudo em todos, o Filho será concebido na sua verdadeira e plena estatura. Neste sentido, esse texto é uma reflexão sobre o chamado já feito para aprofundar-lhe o significado. Percebe-se diferenciações de papéis dentro da Igreja e uma incipiente organização de duas barcas, escolhe-se uma, a de Pedro; é Pedro que conduz ao largo, o primeiro a ir aos pagãos e a batizar um pagão, Cornélio; é ele que recebe a ordem de Jesus, reúne os companheiros para puxar as redes e é encarregado da missão, à qual outros companheiros são também associados. Jesus não está mais só, mas rodeados de pessoas chamadas e encarregadas de prosseguir a missão. Visualiza-se na pequena comunidade dos discípulos missionários, a futura comunidade pós-pascal, querida por Jesus. Essa comunidade é um povo que escuta e segue Jesus. O ouvinte perfeito do Pai é ouvido e a bênção prometida por Deus desce à terra. Enquanto os 5 e 6, de Lucas, apresentam o caminho de Israel na escuta da Palavra, os capítulos 7 e 8 mostram o caminho dos pagãos. Faz-se uma reflexão espiritual sobre o chamado que é dirigido a todos. Depois do chamamento dos discípulos missionários, vem a revelação de Deus como misericórdia mediante palavras, acessíveis aos judeus que já conhecem a revelação através da Palavra, e vem a mesma revelação mediante ações, que realizam essa misericórdia, mostrando a face de Deus para os pagãos, os pequenos e os pecadores. A finalidade de Lucas é levar o leitor à obediência da palavra de misericórdia já pronunciada, já ouvida e que produz frutos de salvação para todos. Como já acenamos de passagem há pouco, esse trecho lembra a Anunciação. O chamado de Maria é o mesmo do discípulo missionário. À sua virgindade corresponde a nossa esterilidade o nosso pecado reconhecido. Se Maria concebeu em obediência à palavra, nós também recebemos em obediência à palavra. Se o Espírito fez gerar nela o corpo de Jesus, ele faz gerar em nós o Cristo total, cabeça e membros, o ‘Christus totus’, como dizia Agostinho. A medida plena do Filho coincide com a dimensões da humanidade perdida em seu pecado e acolhida na misericórdia de Jesus, formando, assim, uma comunidade aberta a judeus e pagãos.
11/02/13 – Seg: Gn 1,1-19 – Sl 103 – Mc 6,53-56
12/02/13 – Ter: Gn 1,20-2,4a. – Sl 8 – Mc 7,1-13
13/02/13 – Qua: Jl 2,12-18 – Sl 50 – 2Cor 5,20-6,2 – Mt 6,1-6.16-18
14/02/13 – Qui: Dt 30,15-20 – Sl 1 – Lc 9,22-25
15/02/13 – Sex: Is 58,1-9a – Sl 50 – Mt 9,14-15
16/02/13 – Sáb: Is 58,9b-14 – Sl 85 – Lc 5,27-32
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