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Arildo Gesser: “Não podemos ser felizes se não olharmos para o social”

Segunda, 11 de fevereiro de 2013

O vice-prefeito são-bentense fala, nesta entrevista, dos primeiros dias de trabalho no cargo e da sua viagem a Brasília, na semana passada, representando São Bento do Sul no Encontro Nacional de Novos Prefeitos e Novas Prefeitas.

 

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“Eu presto expediente diário completo aqui para ficar inteirado a respeito de tudo que acontece. Por essa razão não aceitei ser secretário municipal. Se eu fosse secretário, eu acabaria me especializando em uma área – e deixaria as outras de lado por falta de tempo” (Foto Elvis Lozeiko/Evolução)
  

EVOLUÇÃO – Dando sequência à nossa série de entrevistas – que começou com o prefeito Fernando Tureck –, nesta semana conversamos com o vice-prefeito de São Bento do Sul, Arildo Gesser. Como estão, Arildo, estes pouco mais de trinta dias no cargo?

ARILDO GESSER – Olá a todos que, em especial, acompanham o jornal Evolução. Quero dizer que estamos bastante felizes com a reciprocidade do servidor público municipal. Temos conseguido dialogar, realmente. Não estamos vindo com um trabalho de perseguição para cima dos servidores. Estamos tratando bem os servidores. No início, claro, é sempre mais complicado. O governo anterior, para deixar as coisas em dia, tira o que tem dos caixas. Então, a retomada é mais difícil. Porém, está tudo transcorrendo bem. Na condição de vice-prefeito, procuro ajudar no que for necessário ao prefeito – fazendo visitas às secretarias, às fundações, enfim, ouvindo o pessoal – e repassando essas informações. Participo de algumas reuniões que ele (prefeito) tem. Ele me dá essa liberdade para acompanhar... Eu presto expediente diário completo aqui para ficar inteirado a respeito de tudo que acontece. Por essa razão não aceitei ser secretário municipal. Se eu fosse secretário, eu acabaria me especializando em uma área – e deixaria as outras de lado por falta de tempo. Como estou agora, vou mantendo contato com todos os secretários e tal. Assim, tenho uma noção geral do que acontece. Com isso, em uma eventualidade, se for necessário eu assumir, estarei mais inteirado.

 

EVOLUÇÃO – O senhor é um articulador?

ARILDO GESSER – O prefeito, às vezes, não consegue atender a todo mundo – então eu atendo e passo as situações a ele. Sempre digo que sou “o reserva do prefeito”.

 

EVOLUÇÃO – O senhor não tem experiência em cargos eletivos. Como analisa esse primeiro momento no cargo?

ARILDO GESSER – Dediquei-me à política entre 1988 e 1992. Fui candidato a vereador, inclusive – e não me elegi por uma diferença de seis votos. Fui o primeiro suplente – então no Partido Democrático Cristão. Em 92 novamente iria disputar, mas não deu certo a montagem do quadro – e acabei desistindo. Agora, no ano passado, em 2012, resolvi voltar. Na realidade, nunca me afastei a ponto de não acompanhá-la – sempre acompanhei de perto, porque sempre gostei de política, desde criança. A política é muito importante, afinal, tudo gira em torno dela. Às vezes até os políticos são criticados de forma injusta. Há quem diga: “O vereador não faz nada!”. Mas o vereador trabalha! O vereador é chamado para ver problemas de ruas, para ver problemas familiares, etc. São coisas que, muitas vezes, fogem da alçada do vereador. Mas, se o vereador não fizer, o eleitor vai ficar chateado. Além disso, o vereador tem todo o trabalho na Câmara – tem que fiscalizar, tem que legislar, etc. O cidadão tem que ser levado à Câmara de Vereadores para que ele acompanhe os trabalhos. Aliás, o meu projeto era ser vereador. Porém, como montamos um grupo de trabalho muito forte, indo à luta, chegamos à vice-prefeitura. Trabalhamos muito mesmo! Cheguei até a pedir licença para o (então candidato a prefeito) Fernando (Tureck), dizendo: “Olha, vou me internar para dar uma melhorada de saúde, porque não consigo nem falar”. Quer dizer, você acaba mudando totalmente o seu ritmo de vida durante a campanha.

 

EVOLUÇÃO – Até algum tempo atrás, seria inimaginável o PT no poder em São Bento. Hoje o partido tem o vice-prefeito. Dependendo das circunstâncias e da necessidade, o Partido dos Trabalhadores pode chegar até ao comando do município. O senhor acha que isso significa uma mudança democrática ou algo assim em São Bento?

ARILDO GESSER – Muita gente estranha: “Ah, o Arildo, um empresário, no PT...”. Sempre digo o seguinte: não podemos ser felizes se não olharmos para o social. Vejo que, a partir do governo Lula, muito foi feito pelo social. Vemos hoje essa continuidade com o governo Dilma em relação à “miséria zero”, à eliminação do analfabetismo no País, enfim. Isso é muito importante. Tem gente que diz: “Mas é ‘bolsa-isso’, ‘bolsa-aquilo’ e tal”. Mas temos que ver que o município, por exemplo, cobra a presença do aluno na escola. Admiro e sempre admirei o presidente Lula, porque precisamos olhar para a sociedade. Não basta estarmos bem – é necessário que o próximo também esteja bem. Muitas vezes o cidadão fica alijado da sociedade pela simples falta de oportunidade. Veja o cidadão que sai do presídio e não consegue emprego – porque não é ressocializado. Por isso, acho que deve-se olhar com muito carinho para o social.

 

EVOLUÇÃO – Com a questão do “bolsa-isso” e “bolsa-aquilo”, fala-se que o governo está dando o peixe, mas não está ensinando a pescar. Porém, não se trata apenas de uma esmola, porque é um programa de transferência de renda, sim, mas com algumas condições que devem ser seguidas pelos beneficiários.

ARILDO GESSER – Ensinar a pescar é fazer com que a criança vá à escola, por exemplo. Isso é fundamental. Eu sou a favor do ensino integral, que é um dos projetos do Leonel Brizola (in memorian), que sempre bateu muito nessa tecla. Assim, os pais sabem que seus filhos estão aprendendo, estão tendo lazer e saúde.

 

EVOLUÇÃO – Na semana passada o senhor esteve no encontro de novos prefeitos em Brasília. Como foi representar São Bento do Sul?

ARILDO GESSER – Com muito orgulho. Quando o prefeito Fernando pediu que eu fosse, realmente fiquei muito feliz. Tivemos várias palestras com ministros, por exemplo. A abertura foi feita pela presidente Dilma. Ter a oportunidade de passar dois dias ouvindo os ministros foi muito importante, porque foi possível se inteirar a respeito do que se está planejando para o País para os próximos anos. Foram realizadas diferentes oficinas nos ministérios. Os burocratas, os técnicos dos ministérios, orientaram sobre o desenvolvimento de programas – principalmente os relacionados ao PAC 2. Hoje existem muitos recursos através deste programa. No governo Lula, havia dinheiro e faltavam projetos. Hoje, no governo Dilma, é diferente: tem dinheiro e tem projeto, mas faltam projetos com consistência. Um projeto de pavimentação, por exemplo, envolve também a questão da mobilidade, das calçadas, que é extremamente importante.

 

EVOLUÇÃO – Em São Bento essa questão é uma tragédia...

ARILDO GESSER – Pois é... Além da nossa geografia, tem pessoas que pecam em relação às calçadas, realmente. Teria que ser algo mais padronizado, realmente.

 

EVOLUÇÃO – Qual a principal mensagem que a presidente Dilma deixou?

ARILDO GESSER – O que mais chamou a atenção diz respeito ao investimento que o governo federal quer fazer em ferrovias, em rodovias e em aeroportos. O governo quer integrar bastante a aviação, por exemplo. O Brasil nunca poderia ter abandonado as ferrovias, por exemplo. Um trem transporta muito mais coisas do que vários caminhões, afinal. Outra coisa que chama a atenção são as ministras, as mulheres. Como elas são atuantes, como são dedicadas! Tem a Ideli Salvatti (Relações Institucionais), a Gleisi Hoffmann (Casa Civil), a Tereza Campello (Desenvolvimento Social e Combate à Fome), a Miriam Belchior (Planejamento, Orçamento e Gestão). São verdadeiras guerreiras dentro do governo federal.

 

EVOLUÇÃO – É outra quebra de paradigma, não é?

ARILDO GESSER – Sim, exatamente. Elas atuam com firmeza. A própria ministra Ideli Salvatti tem grande respeito nos ministérios. É algo que chama muito a atenção, porque as ministras andam com bastante desenvoltura e são bastante coesas. Quanto ao objetivo de acabar com a miséria no País, este é um grande sonho do governo. Outra coisa que me chamou a atenção foi a questão de combate às drogas, principalmente em relação ao crack, uma droga que muda a personalidade da pessoa muito rapidamente. É degradante, realmente.

 

EVOLUÇÃO – E não precisamos ir muito longe – basta ver alguns exemplos em São Bento.

ARILDO GESSER – Exatamente. A pessoa se vicia muito rapidamente.

 

EVOLUÇÃO – Em Brasília, encontro com algum deputado também?

ARILDO GESSER – Mantive contato com o deputado federal Décio Lima (PT/SC). Também com alguns deputados estaduais, como o Jairson de Lima (da Silva, do PT/SC). Tivemos ainda a visita do senador Casildo Maldaner (PMDB/SC).

 

EVOLUÇÃO – Um figurão da República!

ARILDO GESSER – Uma pessoa simpática, que realmente é respeitada. Também fiz uma visita ao gabinete do deputado Mauro Mariani (PMDB/SC). Procuramos contar com o apoio dele, porque ele é a grande liderança do Planalto Norte. E, claro, ele faz parte do PMDB, que tem a nossa prefeitura. É uma pessoa que sempre está aberta para colaborar. Enfim, consegui ter uma ideia de como funciona Brasília, como funcionam os ministérios, enfim.

 

EVOLUÇÃO – Muito bem! Conversamos com o vice-prefeito Arildo Gesser, que tem o gravador à disposição para maiores considerações.

ARILDO GESSER – Quero agradecer pela oportunidade e dizer que estamos sempre à disposição. 



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