São Bento – Janeiro é considerado o mês do hanseniano. Para lembrar a doença e combater o preconceito, o Centro de Vigilância à Saúde (CVS) de São Bento do Sul realiza orientações nas unidades de Saúde do município sobre esta que é uma das doenças mais antigas da história. A hanseníase é uma doença infecciosa causada pelo bacilo de Hansen, o Mycobacterium leprae, parasita que ataca a pele e os nervos periféricos, podendo também afetar outros órgãos. “Como domingo (dia 27) foi Dia Mundial de Combate à Hanseníase e nesta terça-feira (dia 29) foi o Dia do Hanseniano, as Unidades de Saúde estão trabalhando com foco na doença, orientando sobre o diagnóstico e o tratamento”, conta a diretora do CVS, Luciane Scatalon. Em São Bento, conforme dados do CVS, no ano passado foram registrados quatro casos da doença, sendo que apenas dois permanecem em tratamento, feito através de uma combinação de medicamentos fornecidos gratuitamente.
EXAME
“Após a coleta do material para exame e confirmação da doença, o paciente recebe medicamentos, protetor solar, consultas e exames totalmente gratuitos. Inclusive os familiares mais próximos são acompanhados pela equipe do Centro de Vigilância à Saúde. Quanto mais precoce o diagnóstico e o tratamento, mais rápida e segura será a cura”, alerta o médico sanitarista responsável pelo programa, Rodinei José Garcia. Durante e após o tratamento regular, o paciente permanece com suas atividades junto à família, no trabalho e na comunidade, sem necessidade de isolamento. “Com o tratamento completo, o paciente recebe alta por cura”, conta Garcia. Dentre os sintomas da doença estão manchas em qualquer parte do corpo, esbranquiçadas ou avermelhadas, com diminuição, aumento ou ausência de sensibilidade ao calor, ao frio, à dor e ao tato, nódulos, dor próxima ao cotovelo, joelho e tornozelo e queda de pelos. “Se existe suspeita, a pessoa deve procurar a unidade de Saúde mais próxima, porque o diagnóstico precoce é muito importante no tratamento dessa doença”, alerta o médico.
CONTAGIOSA
A hanseníase é considerada a menos contagiosa das doenças transmissíveis. O doente que não está em tratamento é a principal fonte de transmissão. No Brasil são descobertos, em média, quarenta mil novos casos por ano. A hanseníase não é hereditária, isto é, ninguém nasce com a doença. Desde o momento em que o bacilo penetra no organismo até o aparecimento dos primeiros sinais ou sintomas, podem passar, em média, de 2 a7 anos. É a doença com o mais longo período de incubação. A hanseníase pode causar incapacidades físicas, pela agressão do bacilo aos nervos e por reações hansênicas (problemas inflamatórios). As incapacidades podem ser evitadas com o diagnóstico precoce, tratamento adequado e técnicas de prevenção.