Florianópolis - O Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC) está realizando ações de conscientização, durante a Operação Veraneio 2012/2013, para alertar os frequentadores de praias e balneários para o risco de banhar-se em locais isolados ou não monitorados por guarda-vidas. Números parciais da Operação Veraneio, divulgados nesta semana pelo CBMSC, apontam que, entre 6 de outubro de 2012 e 6 de janeiro de 2013, 28 pessoas morreram vítimas de afogamento em Santa Catarina – 25 delas (89%) enquanto banhavam-se em áreas sem o serviço oferecido pela corporação (sem postos de observação, em áreas afastadas dos postos de guarda-vidas ou fora do horário de funcionamento do serviço).
Os adultos devem estar sempre atentos às orientações dos guarda-vidas nas praias e balneários, porém o cuidado com as crianças deve ser redobrado. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, no Brasil, o afogamento é a segunda maior causa de mortes entre crianças de 5 a 14 anos.
Para se divertir sem problemas, o banhista deve observar as condições do mar e ver se apresenta algum perigo evidente, como o tamanho das ondas ou correntes de retorno, mas o principal é ver se na praia escolhida existe o serviço de guarda-vidas. “A gente nunca pode subestimar o poder do mar. Então os banhistas, por mais que sejam bons nadadores tem que evitar tomar banho de mar em locais sem guarda-vidas”, diz o tenente bombeiro Matheus Muniz.
Das 25 mortes em pontos não-monitorados, 13 foram em locais de água doce (rios, lagos, lagoas e piscinas) e 12 em água salgada (praias). As outras duas mortes ocorreram em praias com o serviço de guarda-vidas. Em ambos os casos, as vítimas tinham sido informadas que estavam em área de risco, mas teriam ignorado as orientações dos representantes do CBMSC.
Caso o banhista sinta que está sendo puxado pela correnteza, Muniz orienta que nade paralelo a faixa de areia, isto vai fazer com que a pessoa saia da correnteza e na maioria das vezes encontre um banco de areia para ficar em segurança. “Nunca deve-se nadar contra a corrente porque a força da corrente é muito mais forte que a capacidade de natação da maioria das pessoas”, informa.
Entrar ou não na água, essa decisão deve ser tomada com base nas refeições. Toda pessoa depois de ingerir alguma refeição mais pesada ou ingerir bebida alcoólica deve evitar entrar na água. “De certa forma grande parte do sangue é desviado para fazer a digestão e caso a pessoa venha a exercer algum esforço um pouco maior, pode vir a passar mal tendo uma congestão”, analisa. Segundo o CBMSC, os afogamentos entre jovens e adultos catarinenses são causados principalmente pela ingestão de remédios, bebidas alcoólicas e brincadeiras simulando afogamento.
Os números demonstram que a redução dos casos de afogamento depende diretamente da conscientização de catarinenses e turistas. A orientação do CBMSC é para que se dê preferência a praias, balneários, represas, rios, lagos e lagoas protegidos por serviço de guarda-vidas. Deve-se ainda dedicar atenção especial às crianças (vigilância constante) e evitar banhar-se em áreas profundas e com correnteza. A dica de observar se existe o serviço de guarda-vidas nas praias vale também para os parques aquáticos. A maioria deles oferece esse tipo de atendimento, mas é importante analisar se o parque sofreu vistoria do Corpo de Bombeiros e se tem alvará da prefeitura. “Muitas vezes precisa da assinatura de um engenheiro se responsabilizando por aquele local”, afirma.
Para tentar diminuir os registros de óbitos, foram intensificadas, desde o início de janeiro, as ações preventivas por parte dos guarda-vidas em Santa Catarina. Até o momento, mais de um milhão de pessoas foram abordadas por estarem em local de risco de afogamento. Nos três primeiros meses da operação especial, 97 pessoas foram retiradas da água por guarda-vidas após episódios de afogamento e os casos em que banhistas foram arrastados por correntes marítimas somam 1,9 mil.
Na Operação Veraneio 2012/2013, o Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina mobiliza cerca de 2 mil pessoas (guarda-vidas militares e civis e bombeiros militares) para a garantia da segurança de catarinenses e turistas em mais de 445 quilômetros do Litoral catarinense e balneários no interior do Estado.
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