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Alguns dos trilhos por onde a violência se propaga a olhos nus:

Quarta, 09 de janeiro de 2013

 

O dito popular nos ensina que o homem é o bicho do próprio homem. A psicanálise vai confirmar tal proposição dizendo que é a pulsão de morte, energia inerente e constituinte do inconsciente, a principal responsável pelas desagregações e guerras humanas. Mas que também será ela a ferramenta fundamental para que se possam enfrentar,de forma saudável, as muitas intempéries que a vida insiste em fazer o ser falante confrontar. A revista inglesa The Lancet – importante revista científica mundial lançou um extenso estudo que contém dados sobre vários países, dentre eles o Brasil. O estudo publicado contou com a participação de 486 cientistas de 302 instituições em 50 países. Entre os responsáveis pelo levantamento de dados estão a Universidade de Harvard, o Imperial College de Londres e a Organização Mundial da Saúde (OMS). Os resultados da pesquisa referentes ao nosso país são aterrorizantes, e mostram, mesmo, a realidade vivida cotidianamente nas nossas cidades e estados. Trata-se de um importante documento para que gestores públicos das diversas esferas, profissionais da educação e da saúde, entidades religiosas, órgãos públicos de segurança e sociedade civil como um todo possam, a partir dele, constituir planos de ação preventiva continuados para as diversas populações etárias. O estudo revela que “o principal motivo que leva pessoas a perderem anos de vida no Brasil são os homicídios. Segundo a pesquisa Global BurdenofDisease(GBD) – Carga Global de Doença, em português – a violência limita mais a longevidade dos brasileiros do que infartes, derrames ou qualquer tipo de câncer. Na maioria dos outros países incluídos na pesquisa, problemas no coração são a principal causa”. As lesões causadas por acidentes de trânsito aparecem em quarta posição para o Brasil e também para o Paraguai (chamados na pesquisa de América Tropical), entre outros países da chamada América Latina Sul (Argentina, Chile e Uruguai). Mesmo entre outros vizinhos sul-americanos, os homicídios não estão entre os dez fatores mais relevantes para a redução da longevidade das suas populações. O doutor em Demografia e pesquisador José Eustáquio Diniz Alves, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nos diz que o peso das mortes por causas externas no Brasil fica mais claro quando se compara o número com a quantidade de óbitos em conflitos bélicos, como a Guerra do Vietnã (1961-1975). “Lá morreram 46 mil soldados americanos. No Brasil morreram mais homens por causas externas do que isso. Temos cerca de duas guerras do Vietnã por ano”. Alerta. Dados do Sistema Nacional de Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, confirmam a importância da violência como fator que interrompe vidas, principalmente entre os jovens. Segundo dados referentes a 2010, a faixa etária com maior número de óbitos causados por agressões está entre os 20 e os 29 anos, na qual foram registradas 20,2 mil mortes, o que equivale a 38,7% do total de casos. Ainda de acordo com a pesquisa do GBD, na região da pesquisa que inclui o Brasil, no tocante aos riscos à saúde e à vida saudável, a pressão alta e o consumo de álcool são os principais itens, seguidos do fumo e da obesidade. Para o doutor em Demografia José Eustáquio Diniz Alvez, do IBGE, o consumo de álcool como segundo fator mais relevante no aumento de riscos à vida saudável é o que mais devia chamar a atenção das autoridades. “Bebidas alcoólicas estão por trás de muitos homicídios e acidentes de trânsito no país, mas a propaganda de bebidas não só é liberada como personalidades influentes promovem o seu consumo”. Alerta sobre o que jamais poderá ser desconsiderado na pauta das políticas públicas.

Num próximo artigo pretende me deter sobre os trilhos pelos quais a violência faz a sua rota, mas não a olhos tão nus!

Abraço, e até breve!

 

Robson Mello

Psicanalista

CRP SC/3381

Casa Vida: Ambulatórios& Internação (Dependência Química).

Diretor Geral Responsável pelo Programa Terapêutico

casavida.adm@gmail.com

www.ctcasavida.com.br

Fonte: GP/jan.2013



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